Uma festa depois de um bom tempo de rehab dessa agitação, sei nem como dançar mais, foram 3 meses pra ser mais exata, meu corpo precisava e principalmente minha mente por causa dele.
- Tem certeza que você tá tranquila? - Gabi me pergunta pela milésima vez.
- Sim Gabi, tá tudo bem, sem recaídas dessa vez. - falo.
- Eu sei que você ficou afastada de tudo com muito foco, mas não consigo acreditar nisso, desculpa. - ela fala enquanto entra na rua da casa do Trevor, o dono da festa e namorado dela.
- Eu nem lembro mais da cara dele.
- Mas que mentirosa e mesmo assim isso é um problema, porque você vai querer relembrar tudo dele. - ela fala estacionando o carro.
- Cala a boca Gabriela. - falei e ela riu.
- Você vai cumprimentar ele pelo menos né? - ela pergunta.
- Sim, não somos inimigos, só não deu certo. E fecha a boca, não quero mais esse papo de que a culpa é minha. - falo e a interrompo quando ela ia falar.
- Você que manda.
Caminhamos para dentro da casa e o som, claro, é estridente, já vejo que vai demorar um pouco pra eu me reacostumar.
- Vou procurar o Trevor. - Gabi grita perto do meu ouvido.
- Vou pegar uma cerveja. - grito de volta.
Enquanto caminho para a cozinha encontro vários rostos conhecidos que falam comigo como se eu tivesse anos fora.
Depois de umas 4 cervejas eu já tava quase subindo na mesinha de centro pra dançar, enquanto a Gabi e o Trevor se comiam na escada.
- Nicole, olha quem chegou. - A Sarah, uma amiga minha falou em meu ouvido, imediatamente meus olhos foram direcionados pra porta e eu o vi.
Ele estava tão diferente, muito mais magro e com uma expressão de cansado, mesmo sorrindo falando com uns amigos. Eu não tava muito diferente, perdi quase 10kg nesse período. Senti duas coisas muito fortes naquele momento, muita saudade e principalmente dor, dor de não poder estar com ele.
Terminamos porque havia muita divergência no que queríamos pro futuro e eu não estava nem um pouco afim de prolongar as coisas e sofrermos ainda mais na frente.
Mas quando tudo acabou percebi que já era tarde demais, eu já estava sofrendo demais e ele também. Isso resultou em diversas recaídas, não aguentávamos nos ver e acabávamos sempre ficando escondidos, em todo lugar, desde festas a colégio. A situação ficou tão complicada que eu quase engravidei.
Naquele susto eu decidi que isso devia parar, então chegamos até aqui.
Agora não consigo nem imaginar ouvir a voz dele porque sei que vai me derrubar. Só eu sei a dor de não acordar com suas ligações me pedindo pra adiantar pois já está indo me buscar.
Sinto falta de sair de casa e vê-lo encostado no carro com um sorriso gigantesco e estralando os dedos ansioso por me ver.
Sinto falta do seu cheiro tão particular.
Sinto falta do seu toque, da sensação única de estar junto de quem ama, mas por que isso não é suficiente? Por que queremos coisas tão diferentes que acabam conflitando com tanto amor?
Saio correndo da sala e entro no banheiro do andar de cima, não aguento e desabo.
Eu pensei que seria fácil ver o Justin, mas me enganei tanto, pensei até em cumprimentar ele, me sinto idiota por ter achado que era tão forte.
- Desculpa, pensei que tava vaz... Nick? - Levanto o rosto e vejo Justin, não acredito que ele tá me vendo daquele jeito.
Ficamos em silêncio porque eu nem tenho forças pra falar, estou tendo uma crise de ansiedade.
Justin entra no banheiro, fecha a porta e se ajoelha na minha frente.
- Respire. - ele fala e olho pra baixo voltando a chorar ainda mais. - Olhe pra mim. - ele fala e levanta meu rosto, sinto meu coração parar com seu toque. - Se concentre e respire. - ele fala e segura firme minhas mãos.
Tento focar, mas parece impossível.
- Foque em você, pode apertar minhas mãos, pode chorar, isso vai passar. - ele fala como já falou inúmeras vezes me ajudando nas crises.
Fecho os olhos e dessa vez consigo me concentrar, aperto suas mãos cada vez que inspiro, até meu choro cessar e minha respiração se regularizar.
Ele fica em silêncio, apenas ali, me fazendo companhia.
- Me desculpa. - falo olhando pra nossas mãos.
- Não precisa se desculpar. - ele fala.
- Não queria que você me visse assim, eu sei como tá difícil e isso só piora tudo. - falo e suspiramos juntos.
- Mas o que aconteceu? Pra você vir pro banheiro desse jeito? - ele pergunta.
- Eu te vi. - falo e dou uma risada sem graça. - É difícil te ver e não poder estar com você, é tão difícil e parece que fica pior com o tempo. Esse tempo longe não melhorou nada.
- Eu quem o diga, perdi as contas de quantas vezes fui na porta da sua casa, só por saber que você tava lá. - ele fala e dou um sorrisinho.
- Eu sei, eu conseguia ver as vezes, enquanto isso eu pedia a minha mãe pra esconder meu celular pra não te ligar, mas passava a madrugada inteira procurando ele pra conseguir fazer isso.
- Não tem que ser assim Nick, a gente pode dar um jeito. - ele fala e chega mais perto.
- Como? A gente só vai atrasar o sofrimento. - eu falo me sentindo derrotada.
- A gente não faz a mínima ideia se nossos planos serão os mesmos amanhã, a gente tá prolongando o sofrimento invés de atrasando e eu já te falei isso, muito tempo atrás, agora olha como a gente tá. Não dá pra ficar assim, eu não consigo ficar sem você. - ele encosta sua testa na minha e chora, então choro junto.
- Eu não sei o que fazer Justin, não sei. - falo em desespero e ele me abraça.
- Mas eu sei, temos que ficar juntos e viver o presente, eu não aguento viver sem te ouvir... - ele passa seu polegar em meus lábios. - Sem sentir seu cheiro... - ele afunda o rosto em meu pescoço e imediatamente me arrepio. - Sem sentir seu toque... - ele fala e aperto sua nuca. - Sem seus beijos.
Então nos beijamos e parece uma magia pois sinto todas as células do meu corpo vibrarem. Que saudade, Justin me acrescenta tanto e em tudo.
Não sei como, mas chegamos em um quarto, provavelmente do Trevor.
Tiramos as roupas com calma, nos tocamos com calma, sentimos um ao outro com calma, sem pressa, queríamos aquele momento pra sempre e pela primeira vez eu não estava pensando no depois, eu só queria viver aquilo, eu precisava, tinha que parar de me maltratar, eu merecia ser feliz, nós merecíamos, pelo menos no presente.
Justin me causa sensações inexplicáveis e por todo o meu corpo. Ele me preenche completamente e chegamos ao nosso maior orgasmo. Nossa entrega foi tão natural e sem preocupações, parecia até a primeira vez.
Não conseguimos tirar os olhos um do outro e ele finalmente resolve quebrar aquele silêncio que era confortável, mas eu prefiro mil vezes encher meus ouvidos com a sua voz.
- Eu não consigo me entregar pela metade pra você. Eu tenho que te dar tudo. Eu só preciso ouvir você me chamar o tempo todo, então me fala que me ama de novo. - ele fala e eu me sinto aliviada e feliz como não me sentia em tempos.
- Eu te amo!
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unreleased - justin bieber
FanfictionConjunto de shortfics inspiradas em unrealesed songs do Justin Bieber. Cada capítulo uma história diferente com a música tema sendo a trilha sonora. O Justin não enalteceu essas músicas como elas mereciam, mas essas histórias irão enaltecer!