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Já era noite quando o carro de cor escura estacionou em frente ao mercadinho 24 horas.

- Pensei que fosse passar mais tempo no trabalho. - Jisung disse ao irmão.

- Não se preocupe com isso. Por que não vai pegar algo para o jantar de hoje? Eu vou te esperar aqui. - o mais velho disse. - Não se esqueça...

- Já sei... - Jisung respondeu antes de bater a porta.

- Ei, cuidado!

Jisung apenas assentiu e deixou o carro. Seu irmão estava preocupado, as coisas não iam bem no trabalho e ele não poderia se dar o luxo de ser despedido. Como irmão mais velho era sua responsabilidade cuidar dos mais novos.

Jisung entrou no mercado e olhou ao redor. Havia uma moça escolhendo doces, um senhor lendo um rótulo de enlatado e por fim, um pai pagando suas compras com o filho ao lado. Jisung colocou as mãos no bolso do moletom e se aventurou entre as prateleiras das seções. Ele perambulou pelos cereais, laticínios e carnes. Vários pensamentos se resumindo a nada em questão de minutos.

No carro, o irmão mais velho batucava no volante, inquieto. Ele se sentia tão nervoso, sem nada para ajudá-lo a relaxar. Sem nada para distraí-lo.

A moça saiu do mercado com a sacola cheia de balas diversificadas e uma caixa de leite. Seu corte curto e franja chamaram a atenção do rapaz. Ele a observou pegar o celular e parecer furiosa logo depois. Sem conseguir se conter ele saiu e deixou o carro, indo em direção a moça.

- Precisa de ajuda? - ele pergunta despreocupado.

- Ah, meu namorado disse que viria me buscar... acabei de ligar e ele não vai poder vir. - a moça responde, um tanto sem graça.

- Posso te dar uma carona, se quiser. - ele dá de ombros.

- Não quero incomodar, eu vou dar um jeito. - ela responde.

- Não será incômodo. Só preciso esperar meu irmão. - ele diz e volta para o carro.

A moça um tanto nervosa por ficar ali sozinha àquelas horas da noite, o seguiu até o carro e se sentou no banco do carona.

Jisung pegou três pacotes de macarrão instantâneo e alguns acompanhamentos. Passou no caixa e pagou com notas amassadas. Ele deixou o mercado e conseguiu ver que o senhor optara por não levar o enlatado, aquilo o fez rir baixo. Talvez, se tivesse lido os rótulos dos produtos que comprou, também não os teria comprado.

Ao se aproximar do carro conseguiu ver um rosto familiar. Era a moça dos doces. Jisung não se sentiu bem com aquilo, mas não podia fazer nada.

- Boa noite. - ele disse ao entrar. - Desculpe a demora.

- Está tudo bem. - o irmão sorriu. - Estava falando sobre você com a Jiwoo.

- Coisas boas, eu espero. - o mais novo sorriu.

A viagem foi curta até a casa de Jiwoo. Jisung a observava do banco de trás, observava seu irmão também, que parecia mais simpático agora. Jiwoo sinalizou sua casa e quando o carro estacionou, Jisung notou a moça deixar um papel no banco. O ato, apesar de discreto, não passou despercebido por nenhum dos dois rapazes.

- Jiwoo, uh? - Jisung provocou.

- Cale a boca. - o irmão sorriu minimamente enquanto fazia o retorno para casa.

- Daesung está namorando, Daesung está namorando... - ele continuou.

- O que comprou para o jantar? - o mais velho questionou, a fim de mudar de assunto.

- Lamén.

- Eu vou dar um jeito de receber na próxima semana, ai podemos fazer compras. - Daesung diz antes de suspirar.

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