no turning back - larry stylinson

capítulo um

Meus olhos se abrem lentamente, meu corpo está pesado e tudo está escuro: é apenas 3 da manhã.

- ah qual é! - Resmungo, meu corpo se desperta cada dia em um horário diferente é insuportável. Mas hoje eu não estou conseguindo pegar no sono, é como se eu já estivesse descansado mas eu havia dormido às 1 da manhã (pois estava em call com Liam) então estou uma bagunça internamente.

Me levanto da cama e vou até a sala, ligo a tv e procuro algo para passar o tempo.

- Harry? - vejo Gemma descer as escadas e vir em minha direção
- Oi Gem
- Também não está conseguindo dormir?
- Não
- Vamos dar uma volta
- Agora? Tá doida?
- Vamos tomar um ar eu sei que é o que você mais precisa depois de aquele dia...
- Gem para de me tratar como um doente, eu estou bem!
- Me desculpa isso tudo é novo pra mim, eu sou religiosa você sabe que minha vida toda eu acreditei que Deus fez o homem para mulher, sempre fui contra o oposto desta ideia.
- Não vou te obrigar a me aceitar, mas só quero espaço e um pouco de empatia porquê eu não escolhi ser o que sou
- Ok... - ela olha para baixo envergonhada, me coloco no lugar dela e fico feliz por pelo menos ela estar tentando me entender. Meus pais pelo contrário me tratam como um animal, nem posso sentar na mesa de jantar com eles.
- Vamos dar uma volta então - digo depois de me lembrar de tudo o que estou passando.

Caminhamos até a próxima rua, o posto estava aberto

- Você quer? - estranho a pergunta então olho em sua mão e havia um maço de cigarro
- Você fuma? - pergunto surpreso, Gemma sempre foi a irmã Styles certinha e perfeitinha, por outro lado eu sempre tirei notas baixas - a decepção da família.
- Todos temos nosso lado sombrio, não? - ela sorri ainda me oferecendo. Aceito, tudo já estava uma merda mesmo.

Ficamos horas conversando e relembrando o passado, tiramos algumas selfies e logo depois fomos de volta para casa. Abro a porta da frente a luz da sala estava acesa mas eu tinha apagado.

- Droga...- penso alto
- Deve ser a mamãe
- E agora? O cheiro está forte!
- Não sei! Vamos entrar eu digo a verdade não tem outro jeito
- Não, não quero que você passe o mesmo que eu
- Vai ficar tudo bem, estamos juntos nessa.
- Mas...

Entramos de mãos dadas, esta foi a demonstração de afeto mais importante que minha irmã já fez a mim.

- Onde você a levou? Já basta um filho no mal caminho agora os dois?
- Eu que o convenci a sair mamãe, e a fumar também. Eu fumo. Já faz 3 anos, ninguém é perfeito mãe.
- Minha filha, vem aqui - ela a abraça - você é tão digna, não precisa levar a culpa pelo seu irmão vá para o quarto eu resolvo este problema.
- Não mãe, você não ouviu? Eu fiz o Harry fumar! Eu o tirei de casa
- Gemma vá para o quarto agora! - Meu pai grita de cima das escadas, não o via claramente mas sabia o que estava em suas mãos. Eles vão me bater de novo.

- Mãe! Não! Pai o Harry não fez nada! - Gemma começa a chorar e a mesma cena se repetia.

- Irmã eu te amo, obrigado por ser a única que me ama de verdade. - Meus olhos se enchem de lágrimas

- Cala a boca mal criado - o cinto que estava em suas mãos agora acertaram minha cara. A dor física nem chegava perto da dor psicológica, da dor de sentir meu coração se partir de novo e de novo, se fossem meus amigos estaria tudo bem mas eram meus pais.

Depois de muito chorar e fingir ter aprendido a lição vou ao banheiro e me encaro, meu corpo estava cheio de manchas e meu rosto estava inchado e vermelho. Eu podería ligar para a polícia mas eu não consigo, eles podem até não me amar, mas eu os amo. Havia uma forma de todos ficarem bem, eu podería fugir, morar em outro lugar nem que seja na rua, eu só preciso de paz.