Capítulo 18 - Primeiro dia

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Bom, hoje eu estarei de folga para dormir melhor e arrumar minhas coisas em um dos quartos. Irei dormir no quarto de empregados. Não preciso de muito espaço, eu tenho pouca coisa.

* Alguém bate na porta do quarto *

- Pode entrar. - Eu digo.

- Olá, minha consagrada! Como está sendo o nosso primeiro dia? - Bethanye perguntou na maior empolgação.

- Eu estou bastante cansada, vou ficar por aqui mesmo, dona Bethanye.

- Rãahãm...

- Ai, desculpa! Eu chamo todas as pessoas importantes assim. Desde pequena, e até hoje eu chamo minhas professoras de "Dona". Significa respeito onde eu moro.

- Jurava que era porque estou ficando velha. - Ela disse.

- Não. - Eu sorri.

- Então, estou aqui para te mostrar isso...

*Escola Estadual Prof. Renato Angelini*
Intenção de vaga: Soraya Esposito Fontana*

- É... A... Vo... Você já me matriculou numa escola??

- Claro! Você vai estudar de manhã e trabalhar à tarde.

Foi então que abracei Bethanye.

- Muito obrigada, mesmo! Eu vim para trabalhar com você e te ajudar, e quem está me ajudando é você.

- Imagina, minha querida. Agora descanse um pouco, mais tarde eu peço para a Neide te chamar para o chá da tarde.

Então ela saiu e fechou a porta. Então organizei minhas coisas e gui dormir.

De repente eu começo a sonhar.

* Eu estava com um vestido azul bem comprido, meus cabelos ruivos estavam soltos, e eu andava em cima de um palco com um salto preto*

- Soraya Esposito Fontana! - Alguém falava meu nome enquanto me entregava um canudo de formatura.

Logo em seguida, chamaram Victor para pegar o canudo dele.

*No fim, eu tirava foto com todos os meus amigos: Diego, Fernanda, Rafael, Roberta e Victor*

Próximo ao palco tinham muitas cadeiras enfileiradas, e em uma das fileiras estavam: Daphny, Sophia, Ethan e meu pai. Eu não vi minha mãe. Mas eles me olhavam sorrindo, um tanto orgulhosos de mim.
Então, eu peguntava:

- Onde está a mamãe, achei que ela iria vir.

Então, Sophia deitava a cabeça em Daphny, que olhava para o meu pai:

- Soraya, você não se lembra? - Disse meu pai.

- Do que vocês estão falando? - Perguntei.

- A mamãe nos abandonou. - Sophia respondeu.

- Como assim?? - Fiquei confusa.

- Não, Sophia. Ela apenas nos deixou. - Daphny dizia.

- Não! Não!! Nãão!! - Eu tentava falar, mas não saía.

Então eu gritei:

- Nããooo!! No dia da minha formatura, não!!!

Neide ouviu e foi ver o que estava acontecendo:

- Soraya!! Eiii!! Sorayaaa!! O que foi??

- Um pesadelo, Neide. Me desculpa. - Eu falava com falta de ar.

- Vamos descer. Está tudo bem? Vou preparar um cházinho de camomila para você.

- Está sim, muito obrigada, Neide. Eu já vou descer.

* Então, Neide saiu do quarto, e eu comecei a sentir dor na nuca e estava vendo tudo embaçado. Como se tivessem duas cômodas na minha frente e dois guarda roupas.*

Logo em seguida, eu chamei a Neide de novo. Disse que estava mal, e ela me levou até a sala e pegou o medidor de pressão da Bethanye.

Segundos depois...

- Soraya! 15 por 8!! - Ela exclamou preocupada.

- Que que tem 15 por 8, Neide?? - Bethanye entrou na sala e percebeu que a Neide estava me "socorrendo".

- Dona Bethanye, Soraya está com a pressão muito alta! Devemos levá - la até a Santa Casa? - Neide sugeriu preocupada.

- Não, Neide. Vamos fazer o seguinte, prepara um suco de capim - limão, por favor? - Bethanye sugeriu, sentando ao meu lado no sofá.

- Sim, senhora, dona Bethanye.

- Soraya, minha consagrada. Acho melhor você preencher uma ficha pra mim. Vou imprimir em meu escritório, algumas perguntas. Nada demais, é só responder mesmo.

- Ah, claro, dona Bethanye.

- Tá de sacanagem com minha cara?! Só não vou te corrigir porque você está mal. - Ela sorriu.

Então, tomei o tal do suco de capim - limão e eu me senti bem melhor. A Bethanye até brincou dizendo que se ela tomar aquilo, ela desmaia de sono, porque ela tem pressão baixa.

Continua...

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