Era segunda feira, dia em que Thomas iria voltar a abrir o restaurante da família. Manoban's restaurant é um dos mais famosos restaurantes de Haven e devido a morte de seu filho Bam bam, o restaurante fechou por um período de sete meses. A família Manoban não estava totalmente recuperada, mas Lana falava que todos precisavam seguir em frente. Ela iria voltar ao escritório de advocacia e Thomas iria abrir o restaurante novamente. Eles estavam precisando disso, queriam pensar em outras coisas a não ser a morte do filho e a profunda depressão de Lisa.
-Bom dia! -Lana falou abrindo a porta do quarto da Lisa, que abriu os olhos e continuou deitada.
A garota não tinha expressão alguma. Nunca.
-Hoje seu pai vai abrir as portas do restaurante de novo.- Apesar de sua filha não falar, Lana conversava com ela do mesmo jeito, sabia que ela a ouvia e tinha esperança que Lisa a respondesse.
Lana abriu as cortinas e a garota colocou as mãos nos olhos, em seu pensamento, só queria mandar a mãe dela sair logo dali. Ela queria ficar deitada e não queria sair nunca daquele quarto.
-Você vai junto! -Lisa a olhou.- Precisa sair de casa, você sabe que não está bem. Ao menos fique ao lado do caixa.- Suspirou e sentou na ponta da cama.- Lembra quando você trabalhava de garçonete?- Sorriu de lado.
Lisa lembrou e automaticamente seu irmão veio em mente. Eles eram próximos demais e tinham a mesma aparência, o mesmo jeito. Mesmo tudo. Sentiu seus olhos encherem de lágrimas e não aguentou. Era sempre assim. Qualquer palavra já fazia ela lembrar de seu irmão.
-Não chora, filha. -Lana foi até Lisa, que chorava e parecia que não tinha fim.
Na tentativa de um abraço da mãe, a Loira levantou correndo da cama e se trancou no banheiro. Respirou fundo e passou água no rosto.
Eu sou detestável. Eu deveria ter ido no seu lugar, Bam Bam.-Pensou.
Lisa se culpava todos os dias pela morte de Bam Bam. Pensava que a culpa era dela por ter implorado para desviar do cachorro na curva. Ela ficou com o braço e a perna quebrada, levou alguns pontos na barriga e na nuca. Se recuperou umas semanas depois. Mas Bam Bam estava sem cinto e foi jogado pra longe na tentativa de frear o carro.
-Sai do banheiro.- Lana falava quase desesperada batendo um pouco na porta.
Lisa suspirou e passou água no rosto, abriu a porta e sua mãe respirou aliviada.
-Tome um banho e coloque uma roupa, tá bom? Quero você lá embaixo o quanto antes.- A loira ouviu e fechou a porta do banheiro de novo, se despiu e entrou pro chuveiro.
Ela não queria ir pra inauguração do restaurante, não estava pronta pra ver pessoas e sair de casa. Tudo que ela queria era ver seu irmão de novo. Quando colocou a roupa, respirou fundo e girou a maçaneta. Lisa não queria sair daquele quarto, mas sabia que era preciso.
-Voce está tão bonita. -Thomas falou pra sua filha, na esperança de ver um sorriso dela assim que a loira desceu lentamente a escada, como antigamente.
Ela ouviu e sentou no sofá, sentia o cheiro da comida, mas não estava afim de ir na cozinha.
-Vai na inauguração?- Ele perguntou e Lisa seguiu olhando a tv desligada.- Vou levar isso como um sim.- Thomas desistiu de tentar falar com ela, aos poucos se irritava e então decidiu ir até a cozinha.
Ele não conseguia acostumar com o fato dela não falar nada. Depois que os Manobans almoçaram, Lisa deitou no sofá e apagou até chegar a noite. Enquanto ela dormia, seus pais conversavam na cozinha sobre o que fazer com ela.
-Devemos internar. -Lana falava com receio.
Ela não queria aquilo.
-Você acha?-Thomas falou depois de pensar sobre.
-Eu não quero isso, mas parece que é a única alternativa. Já se passaram sete meses, psicólogo não adiantou. Eu quero a minha filha de volta.- Seus olhos estava cheio de lágrimas, queria tudo menos aquilo pra sua filha.- Ela não fala, não quer comer. Você viu hoje? Não tocou na lasanha e ela amava lasanha.
-Todos sentimos falta do Bam Bam, mas acho que a Lisa nunca vai superar. -Thomas falou e respirou fundo pra segurar o choro.- Mas quem sabe não internamos, deixamos mais alguns meses pra ver se ao menos ela dá um sorriso.
-Eu acho que não tão cedo isso vai acontecer...
-Precisamos levar em consideração que antes ela não saia da cama, agora sai do quarto, quase sendo puxada a força. Mas sai. -Depois da conversa, eles se abraçaram apertado.
Lana não segurou o choro, sentia saudade da velha Lisa doce e sorridente ao lado do irmão que adorava provocar ela. Thomas tentava ser forte, mas ao ver esposa chorar, não aguentava. Após saírem da cozinha, olharam Lisa no sofá e Lana sorriu de lado ao ver o rosto angelical de sua filha. Thomas precisava resolver os assunto do salão, em menos de duas horas ia inaugurar e ele precisava saber se estava tudo em seu devido lugar.
-Você quer ir comigo? Lisa não vai acordar tão cedo.- Perguntou pegando as chaves do carro.
Thomas apenas assentiu e eles foram até o restaurante. Lisa acordou com uma forte batida na porta de casa, mas ignorou e seguiu deitada. Colocou a mão no rosto e suspirou. Ela queria levantar, mas seu corpo não deixava.
-Tem alguém em casa?- Ouviu e respirou fundo antes de revirar os olhos e levantar com toda a calma do mundo.
Calçou o tênis de qualquer jeito. Abriu a porta e havia uma menina de olhos puxados, com um sorriso amigável. Em suas mãos, estava uma enorme cesta de café da manha.
-Oi! Tudo bem? Eu me chamo Jennie. -Falou sorridente.
Lisa continuava com sua expressão séria, isso deixou Jennie desconfortável.
-Han... Eu moro aqui do lado agora.- Apontou pra casa amarela, mas a loira não se deu o trabalho de olhar, só queria fechar a porta na cara da garota.- E meus pais pediram pra trazer essa cesta. Nos mudamos pra esse bairro e eles querem um relacionamento amigável com a vizinhança. - Lisa ignorou a cesta e fechou a porta, deixando Jennie extremamente confusa e irritada do outro lado.
Jennie respirou fundo e tentou deixar pra lá a falta de educação da nova vizinha, segurou firme na cesta e foi em direção à sua casa.
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Decidi fazer uma adaptação dessa fanfic porque ela é perfeita demais, espero que gostem💙.
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𝗧𝗿𝘂𝘀𝘁 𝗠𝗲 ~ 𝗝𝗲𝗻𝗹𝗶𝘀𝗮
Fanfiction(Concluída) Lalisa Manoban entra em depressão profunda depois de perder seu irmão gêmeo em um acidente de carro. Não fala, não sai de casa, não quer comer e não quer viver há sete meses. Os pais da garota não sabem mais mais oque fazer. Depois de ta...