Capítulo 1

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"A humanidade é a melhor fraqueza de um vampiro. Não importa quão fácil é desligar isso, ela continua tentando encontrar seu caminho de volta. Às vezes eu deixo." – The Vampire Diaries

Henry

Sangue — Zeus rosna com um misto de "sentimentos" que não sentia por longas décadas.

Por mais que ele queira tomar o controle e sair correndo, caminho lentamente pela floresta à procura de uma presa. Sinto os aromas no ar e sigo em direção ao sangue, mesmo sendo uma baixaria caçar algo ferido.

Faço com que minhas patas pisem lentamente no chão úmido, quanto mais silencioso for, mais forte é o fator surpresa. Passo por uma casa de um feiticeiro insuportável e apuro meus sentidos.

Matar — Meu lobo fala friamente.

Por ser um supremo alfa, possuo controle total na forma lupina, o que estressa muito meu lobo, mas dessa vez não é esse o motivo de sua irritação. Ignoro e continuo meu caminho.

O cheiro fica ainda mais forte e concluo que a presa está no lago sobrenatural, ou seja, minha caça já era! Qualquer ser "natural" que encostar nessa água morre horas depois, com um sofrimento horrendo.

Viro para a esquerda em busca de outra presa e Zeus luta pelo controle.

— Pare seu sarnento — Reclamo bem humorado.

Fazem exatos mil anos desde a última vez que ele tentou tomar o controle, o que é claro que não deu certo. Assumo que foi divertido, já que ele tentou por uma semana e depois desistiu.

Não — Sua influência fica ainda mais forte.

— Me dê um motivo para deixar — Aprendam uma coisa sobre a minha pessoa: por fora sou sério, fechado, imponho respeito/medo e por dentro sou extremamente zoeiro.

Você ainda não está preparado para essa conversa, apenas libere ou eu te mostrarei a minha verdadeira força.

Ata! Convivo com ele já tem uns dois mil anos e ele não mostrou a sua "verdadeira força". Rio internamente com a sua fala e o desgramado começa a transformar minha pata em mão.

— Não brinque com isso Zeus ou eu te tranco pelo resto da eternidade!

Ele para a transformação e com isso consegue uma brecha para o controle total. Sinto meu corpo se mover em uma velocidade altíssima e fico como um mero observador.

Eu vou te castrar, lobo mal... — Paro de resmungar quando vejo um corpo pequeno cair no lago.

— Me perdoe por isso Henry, mas eu não posso deixar ela morrer — É o que escuto antes de me transformar em humano e agarrar o pequeno corpo dentro da água como se fosse a minha vida.

E é!

Travo por segundos sem saber o que fazer, balanço minhas pernas tentando me lembrar como é que faz para nadar e firmo ainda mais meus braços envolta da mulher machucada. O som dela se afogando faz com que algo desperte dentro do meu interior, é como um combustível para nos retirar do lago.

Ainda bem que estamos perto da margem, penso rapidamente ao jogar ela para a terra firme. Olho para minhas mãos e as coloco na terra para alavancar meu corpo para fora da água, chego perto da moça, vejo que sua perna e cabeça estão sangrando, seus batimentos estão fracos e que sua respiração está falha.

Cutuco ela com o pé e constato que ela está realmente desacordada. Mesmo não querendo, ajoelho-me ao seu lado e começo a pressionar seu peito.

Um, dois, três, quatro, (...), vinte e quatro, vinte e cinco, vinte e seis, vinte e sete, vinte e oito, vinte e nove, trinta! — Conto mentalmente para fazer a respiração boca a boca no intervalo certo.

Três, é o número de repetições que faço antes dela começar a tossir e expelir metade do lago. A moça de corpo pequeno, pele extremamente branca e cabelos vermelhos vivos, abre os olhos e consigo traz algo que perdi a muito tempo: esperança.

Minha.

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Estou adiantando o capítulo de amanhã, pois preciso resolver algumas coisas do trabalho nesse fim de semana. Ai o que seria publicado no domingo, irei disponibilizar amanhã.

Espero que gostem

26•02•2021

The BeastOnde histórias criam vida. Descubra agora