"São as nossas escolhas que revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades." - Alvo Dumbledore ROWLING. J. K., Harry Potter and the Chamber of Secrets.
Sam
Continuação do capítulo anterior
Sinto uma energia extremamente forte passar por meu corpo e logo consigo entender que o meu lado bruxa finalmente despertou. É extremamente animador, já que antes eu conseguia fazer algumas coisinhas que nem sempre davam certo.
— Deixe-me ver também — Peço animada.
Ela libera a visão e logo consigo ver as três com olhos arregalados. O medo e o pavor tomam conta de suas expressões faciais, é como se elas não soubessem que isso poderia acontecer, o que é muito estranho.
Olho para o espelho da sala e me assusto ao perceber que ambos os olhos estão violetas, vivos e brilhantes.
Por um momento desejo matar lentamente cada uma das três que fizeram da minha vida um inferno, sem dó e nem piedade, mas sei que se eu fizesse isso não conseguiria viver com a culpa e o remorso.
A visão que antes me foi concedida some rapidamente e a voz melódica da minha segunda parte sussurra em minha mente: Não se preocupe com isso princesa, eu cuido de tudo.
(...)
Acordo sentindo uma pontada fortíssima na cabeça e algo viscoso descer do rosto para minha barriga. Abro os olhos lentamente e a escuridão continua, tento levantar, mas infelizmente algo prende minhas pernas e braços. O cheiro forte de carniça é insuportável e torço para que não esteja saindo de mim.
— Onde estou? — Murmuro baixinho sem conseguir lembrar de nada.
Sons de passos fortes se fazem presentes e por instinto fecho meus olhos. Algo afiado toca minha perna e tento ficar o mais parada possível por dois motivos: Não me cortar e não demonstrar que estou acordada.
— Ela está dormindo. — Uma voz grossa afirma para alguém.
— Tem certeza? — O "alguém" é uma mulher com voz firme.
— Sim.
Por qual motivo estou aqui? Quem sou eu? O que fiz? Como sou? — Questiono-me mentalmente e a dor piora.
— O chefe ficará puto se algo acontecer. — A voz grossa fala após um tempo quieto e logo em seguida corta o que me prende.
— Que peninha. — A outra responde após rir.
Eles vão embora e eu faço a única coisa sensata: fujo.
Saio correndo pelos cômodos do que parece ser uma casa e assim que chego do lado de fora a claridade me cega por alguns instantes, olho ao redor e vejo que estou em uma floresta. O que diabos estou fazendo aqui? Acho que nem Deus sabe!
Paro de correr e começo analisar cada pedacinho, o cheiro de carniça desapareceu, o que é ótimo, o céu está alaranjado indicando o final da tarde, o vento balança cada vez mais forte as folhas e galhos ao meu redor e o som de água correndo me trás sede.
Começo andar em direção ao som da água, e tenho a sensação de que nunca irei chegar. Minha garganta começa a arder, minhas mãos tremem e uma sensação de queda invade o meu ser. Tento falar algo, mas nada sai.
— Não posso apagar, não posso apagar — Repito o mantra em minha mente enquanto sigo o som delicioso.
A tontura aumenta, a garganta aperta ainda mais e a esperança vai sumindo.
— Cadê essa água? — Meu subconsciente pergunta extremamente irritado.
Sim! Desde a hora que acordei naquele local asqueroso, meu sub ficou falando comigo. Posso estar louca? Uhum, mas é ele que dá força para continuar.
O vento quebra um galho da árvore e o mesmo atinge meu braço cortando-o.
— Droga.
Acho que já se passaram cinco minutos e nada da água, penso em desistir, mas minha consciência não deixa. O som da água correndo fica mais forte e corro como se minha vida dependesse disso (e depende).
Passo por duas árvores gigantes e avisto o riacho logo em seguida, tropeço em uma pedra que fica na margem do riacho e a última coisa que sinto é o baque do meu corpo contra a água.
Mesmo sem conseguir abrir os olhos, sinto braços fortes e quentes envolverem meu corpo, salvando-me do afogamento iminente. Os mesmos, me jogam em algo duro e em seguida mãos pressionam meu peito, de modo que as águas sejam expulsas de meus pulmões.
Uma voz grossa sussurra algo que não consigo ouvir e minha loba entra em parafusos. Que diabos? Ela tenta falar algo e não consegue.
Forço meus olhos a abrirem e em seguida vejo um homem lindo me encarando surpreso. Tento levantar e suas mãos me impedem, pressionando-me contra o chão.
— Solte-me — Ordeno.
— Não — Ele rosna irritado — Você ingeriu a água do lago que mata qualquer humano.
Sua voz sai com um sofrimento inquietante e eu só consigo rir.
— Acho que é agora que eu agradeço por não ser uma humana qualquer? — Como eu amo o deboche.
Seus lábios se abrem em um sorriso momentâneo e logo se fecham, seu rosto endurece e ele me solta como se eu o tivesse queimado.
— Ótimo — Resmunga a palavra e vai embora.
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Ansiosas para amanhã? Eu ficaria... Hahahaha
Bom fim de semana gente, até amanhã ❤
06•03•2021

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The Beast
WerewolfEle é uma besta e ela uma sobrevivente, Uma maldição estraga a vida de ambos e outra os une! Henry Mortari é o que todos chamam de fera/besta, tornou-se supremo alfa com apenas 15 anos e passagens do passado o fizeram se transformar em lobo e nunca...