O novo babá.

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[Notas do Autor]
Gostaria de convidar você a ler minhas outras obras. São romances gays com história, diferente de Querido Daddy que é só um conto erótico.
[•••]

Não era a melhor oportunidade de emprego, mas ele precisava urgente de dinheiro. A vida de Théo nunca foi um mar de rosas e nem cor de rosa. Ele sempre teve que batalhar desde cedo, e isso não mudaria nem tão cedo.

Aquele anúncio de emprego poderia o ajudar a pagar as mensalidades de sua faculdade. Afinal, não seria tão difícil lidar com uma criança de dez anos, seria? Tsc, claro que não. Pelo menos era o que o jovem preferia acreditar.

Uma chuva grossa caía do lado de fora do veículo. Ele estava no Uber, indo para a tão esperada entrevista de emprego. A pasta com seu currículo e algumas cartas de recomendações estavam sobre seu colo, o jovem estava tão ansioso que estalava os seus dedos compulsivamente.

Assim que o uber parou em frente ao apartamento de dois andares, Théo soube que teria de colocar toda a sua lábia em jogo, o que o deixava mais nervoso ainda era saber que sua dicção era quase inexistente. Ao pagar e sair do veículo ele correu até a fachada do apartamento e tocou a campainha.

Tocou três vezes, o homem ao qual precisava de um babá estava descendo as escadas com uma toalha cobrindo as partes íntimas, enrolada em sua cintura. Cavanhaque ralo, e olhos negros como a noite serena. Maxilar tensionado naturalmente e cabelos negros com água pingando doa seus grossos fios.

Ao abrir a porta ambos os dois tiveram uma imensa surpresa. O jovem arregalou seus olhos pela visão maravilhosa que estava tendo.

ー Oi, boa tarde. ー Disse o jovem sorrindo. ー Eu vim para a entrevista de emprego.

ー Ah, hum… Sinto muito, mas não precisamos mais de um babá. ー Respondeu rapidamente seco e sem emoção, a carranca dele chegava a deixá-lo ainda mais atraente do que de costume.

Quando ele ia bater com a porta na cara do rapaz, o mesmo foi mais rápido e colocou o pé, impossibilitando que o mais velho fechasse a porta. Ele encarou Théo com os olhos cheios de raiva, ou qualquer outro sentimento parecido. 

ー Mas no anúncio diz que o horário é daqui a cinco minutos. ー A voz manhosa dele fez algo dentro do homem acender, talvez algo que sempre buscou em suas saídas na madrugada e nunca encontrou.

ー Vai por mim moleque, você não aguentaria a pressão. ー Sua voz saiu rouca e travessa. Seu risonho fez o sangue subir a cabeça de Théo.

ー Com todo respeito, mas eu tenho total certeza de que aguento. ー Rebateu ele enfezado. A cara de bravo fez o mais velho sorrir de ladinho.

ー Aguenta é? ー Murmurou engrandecendo seu sorriso. ー Certo, entra aí. ー Convidou depois de pensar um pouco sobre. Deu espaço para ele entrar e logo fechou a porta.

ー Bom, por onde começamos? ー Pergunta Théo sem saber muito bem o que fazer ou falar.

ー Simples, eu te apresento o contrato e você sai correndo daqui como os outros vinte candidatos. ー Respondeu entediado e ao mesmo tempo triste. ー A propósito, me chamo Gael, e você é…?

ー Théo. Eu sou o Théo. ー Disse ele ainda confuso e temeroso. ー Mas porque eu sairia correndo? 

ー Bom, entre várias outras coisas, o que mais assusta os candidatos é o contrato. ー Disse totalmente indiferente. 

Théo não entendeu nada do que Gael estava dizendo. O mais velho mandou ele se sentar no sofá da sala enquanto ele ia buscar o contrato no andar de cima. Não demorou para que o homem retornasse. A coloração branca da cintura do mais velho com veias saltadas e pentelhos expostos deixava o jovem cada vez mais inclinado a arrancar aquele pedaço de pano.

Querido Daddy | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora