Por mais que o Théo não gostasse nem um pouco, ele devia fazê-lo. Seu coração gritava desesperante para que desse meia volta, mas seu cérebro racional o ordenava a seguir adiante. Seus pés pareciam estar presos ao chão, sua garganta havia se trancado e o ar não seguia rumo aos seus pulmões. Não teria escapatória, deveria enfrentar tudo isso de frente. Agindo pelo impulso ele gira a maçaneta assinando sua sentença.
ー Mãeeee, o Théo está aqui! ー Gritou uma jovem de cabelos ruivos claro, olhos negros e um sorriso travesso, não era mais nova que o jovem.
Seu coração batia acelerado, não tinha como voltar atrás. Pôs um sorriso superficial na cara e entrou fechando a porta atrás de si. A casa não tinha mudado em nada, era a mesma atmosfera tóxica a qual havia sido criado. Ao entrar na sala de estar, foi surpreendido por um amontoado de pessoas lhe abraçando ao mesmo tempo, chegou a ficar sem ar, graças que não demorou para soltá-lo.
ー Meu filho querido. ー Disse uma mulher de cabelos grisalhos e rugas na cara, sua face foi muito maltratada pelo tempo. Seus olhos, assim como os de seu filho, eram verdes.
ー Oi mamãe.
ー Achei que tinha esquecido de sua família. ー Comentou a mulher dando uma bela alfinetada no filho.
ー Imagina mamãe. ー "Quem me dera ter conseguido essa fasanha". Pensou o jovem.
ー Seu irmão, Phelipe conseguiu um aumento semana passada na empresa que trabalha, acredita? ー Indagou rindo à toa, o que o jovem mais detestava em sua mãe era a forma descarada com a qual ela jogava tudo em sua cara.
"Seus filhos tem uma bela fama rua afora" ーPensou sem conter um sorriso desdenhoso na cara.
ー Mãe, se a senhora me der licença eu preciso ir buscar algumas roupas no meu quarto. ー Théo não era muito de enrolar, principiante quando se tratava de suportar sua família.
ー Oh, querido, esqueci de te avisar que o Jackson voltou do seu intercâmbio da Inglaterra e se mudou para o seu quarto. ー Sua falsa preocupação dava nos nervos do jovem. Foda-se que seus irmãos tenham mais chances que ele, não são eles que se deita várias vezes ao dia com um delegado viúvo super gato, mesmo que as escapulidas de seus irmão fossem mal camufladas, Guerlinda fazia de tudo para esconde-los.
Théo subiu as escadas de madeira antiga fazendo alguns barulhos. Ao chegar no corredor ao qual ficava dois quartos e um banheiro, bateu na porta do seu antigo quarto. Jackson seu irmão do meio fora quem abriu a porta, o moreno de olhos azuis e algumas sardas espalhadas pelo rosto vestia apenas uma samba-canção xadrez.
ー O que aconteceu 'pra' você voltar 'pra' esse inferno? ー Perguntou o moreno arqueou uma de suas sobrancelhas e rindo em seguida junto do irmão.
ー Vim buscar algumas roupas.
***
Théo descia as escadas com uma mochila que Jackson havia trazido da Inglaterra para seu irmão. Agradecia pelo presente, pois assim ele poderia tirar seus brinquedinhos da casa de sua mãe sem mais constrangimento, apesar de ele achar normal uma pessoa ter sua própria fonte de prazer sem depender de ninguém, isso lhe lembrou o quão Gael havia transcendido a idéia.
Se despediu de sua mãe quase fugindo dela, era desgastante ficar mais de dez minutos com sua família. Ele os evitava ao máximo, poderia ter feito igual aos seus irmãos e pedir para que seus pais financiassem sua faculdade, porém preferia arrancar seus olhos do que correr o risco de ter isso jogado em sua cara.
O uber iria lhe deixar no apartamento de Gael, não tinha tempo para deixar a mochila com suas roupas e brinquedos em seu dormitório na faculdade, a última alternativa que lhe restava era torcer para que o delegado não quisesse usar seus queridinhos,
Ao sair do Uber após pagar a corrida Théo caminha até a entrada onde o seu chefe lhe esperava com a porta aberta, o homem ainda tinha uma cara de sono e só vestia uma calça xadrez de um tecido finíssimo, se não fosse sua cueca box daria para ver perfeitamente o desenho do seu pau, Gael fecha a porta e lhe beija com um selar de lábios, não podiam arriscar que Ângela os vissem.
ー Veio de mudança? ー Indagou Gael ironicamente.
ー Minha mãe me expulsou de casa depois de descobrir que meu chefe me deflorou, oh meu Deus o que será desse jovem pobrezinho. ー Dizia Théo imitando uma voz mais afeminada fazendo seu chefe rir em uma manhã de quarta-feira, o que definitivamente era difícil de acontecer.
Théo não se importava muito, estava com saudades do doce perfume do homem, e de seus toques quentes e brutos. Puxou ele para perto de uma parede, segurou firme em sua cintura com uma mão enquanto a outra ia até a nuca do delegado trazendo seu rosto para mais perto, se beijaram sem preocupação ou pressa, um calor sem igual os invadiu.
ー Cadê a Ângela? ー Perguntou sorrindo com os lábios avermelhados pelo beijo. Gael trilhava um caminho invisível com seu polegar no lábio interior do jovem, parecia hipnotizado pelos olhos que lhe encaravam.
ー Ainda está dormindo. ー Respondeu roubando outro beijo do jovem.
Fora naquele instante o qual a jovem Ângela soube que deveria subir de volta ao seu quarto e fingir que estava dormindo, temia que seu pai retrocedesse.
ー O que tem nessa mochila, afinal?
Uma coloração vermelha toma conta da face do jovem, não era fácil o deixa envergonhado, mas seu patrão parecia fazer isso com louvor.
ー São meus brinquedos.
ー Ora, ora, quer dizer que eu não sou o bastante? ー Perguntou Gael, ele tentava soar indignado, porém ele queria mais que qualquer outra coisa usar tais objetos com o jovem.
ー Está com ciúmes de pirocas de borracha, delegado? ー Rebateu Théo rindo, ele se agarrou no pescoço do homem que estava corado desta vez.
ー Eu sou mais eu. ー Afirmou Gael tentando parecer convicto enquanto Théo ria a suas custas.
N O T A S ー D O ー A U T O R:
Eu definitivamente queria um cap mais dramático, porém eu estava com uma puta insônia! Bom, aí está espero que tenham gostado! Agradeceria muito se deixassem nos comentários o que acharam e é isso!
Bye, bye Att L. M.
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Querido Daddy | COMPLETO
Short Story1ª - Não dizer nada a ninguém. 2ª - Ser submisso a mim. 3ª - Você é meu e só meu. Essas foram as três cláusulas peculiares que Gael tinha incluído no contrato com seu novo empregado. Além de ter um babá que cuidaria de sua filha, teria alguém a quem...