Cap 1 - desbravadores hão de conquistar

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Era o início do ano de 1867, e os americanos se sentiam cada vez mais orgulhosos de suas conquistas. Os Estados Unidos da América, já declarado independente, estava em processo de expansão - a famosa marcha para o Oeste. Sim, o mesmo Oeste das histórias que se tornaram filmes de faroeste.

Dentre tantos cavaleiros e desbravadores, um se destacava por sua coragem. Seu nome era John Scott. Sua pele, antes branca como a neve, se tornara bronzeada por cavalgar tanto tempo no sol castigante; seus olhos verdes azulados como o mar demonstravam sua sede por aventura e toda sua bravura e seu cabelo ondulado, num tom castanho avermelhado, tornava-o fácil de ser reconhecido, colaborando com sua fama.

Nenhum cavaleiro enfrentava os índios da forma que John enfrentava.

John tinha sucesso porque era um homem que não desistia facilmente de seus objetivos.

Sua linda e tão desejada esposa Katherine morava em um vilarejo no Texas. Longos cabelos ondulados e louros; pele macia como veludo e branca como a de John já fora; olhos azuis como o céu; lábios carnudos e sempre coloridos com tons de cor-de-rosa e um corpo perfeito que enlouquecia qualquer homem, mais parecia uma ampulheta.

Por mais linda que Katherine fosse, o que a tornava tão desejada era seu olhar. Um olhar inocente, mas não tão inocente. Uma inocência convidativa e provocante, por mais paradoxal que seja.

Mesmo assim, ninguém se atrevia a agarrar Mariah ou algo do tipo. Todos respeitavam, amavam e temiam John.

Ironicamente, o melhor amigo de John era um índio chamado Pazi. Um índio praticamente civilizado, mas não deixava de ser um índio.

Tudo começou quando Pazi, assim que soube que o Texas foi anexado aos Estados Unidos, na intenção de proteger sua tribo de um massacre, foi diretamente falar com John para dizer que sua aldeia não atrapalharia seus negócios de "homem branco".

Por sorte ou simpatia, John acreditou na palavra de Pazi e nunca permitiu ataque algum a aldeia dele.

Grato, o índio fazia qualquer coisa que John precisava. Desde escovar os pelos de seu cavalo a proteger Katherine durante suas longas viagens. E assim surgiu essa forte amizade.

Apesar de tanto território conquistado, a expansão não parava e John precisou de seu amigo Pazi para cuidar de Katherine mais uma vez.

- Talvez seja a viagem mais longa que já fiz. Talvez eu nem volte. Não sei como será. Apenas cuide da Katherine. Ela não sabe se defender, seria perigoso deixá-la sozinha em casa, ainda mais com todas as jóias que ela insiste em exibir. Soube de alguns ladrões pela redondeza - disse John

- Eu também soube, John. Realmente, seria muito perigoso. Irei protegê-la como protegeria meus deuses. Faça uma boa viagem, meu bom e velho amigo.

- Obrigado, Pazi. Fique bem.

E então, John saiu ao pôr-do-sol em seu cavalo ágil.

Jasmim de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora