Capítulo 3

136 6 0
                                    

Acordei bem cedo na segunda-feira.

Tomei banho, cuidando para não molhar meu cabelo, vesti a roupa cuidadosamente escolhida no dia anterior e passei uma maquiagem leve, mas elegante para que ninguém se assustasse com a minha cara limpa.

Quando saí do quarto, encontrei Rafael na cozinha, também arrumado, preparando o café da manhã.

— Vai sair? — perguntei, pegando um copo no armário e enchendo-o com água do bebedouro.

— Henrique pediu que eu trocasse de turno com ele hoje. Não posso me recusar, afinal, ainda estão pegando confiança em mim.

— É claro — respondi. — Quase não dormi direito essa noite, estou muito nervosa com o novo emprego.

Rafael colocou dois sanduíches com presunto e queijo na sanduicheira e se virou para mim.

— Relaxa, Julinha. Não é o seu primeiro emprego.

— Mas é o meu primeiro emprego em uma empresa desse porte. E o meu chefe tem um jeito de ser aqueles caras bem exigentes.

Rafael assentiu.

— Você me disse o nome dele, mas não me lembro. Qual é, mesmo?

— Andrew Sanches.

— Ele é americano?

— Não sei. Mas tem um sotaque um pouco estranho, embora fale português perfeitamente.

O sanduíche ficou pronto e Rafael o colocou em um prato.

— Vai tomar café ou achocolatado?

— Café, por favor.

Peguei o prato de sua mão e levei até a mesa, que já estava praticamente pronta, com as xícaras e os demais itens para o café da manhã.

Rafael colocou a jarra de café em cima da mesa e eu a peguei, colocando um pouco em minha xícara.

— Não vi a hora que você chegou — comentei, observando-o preparar seu achocolatado. — Pela sua cara, a noite não foi tão boa assim.

Rafael me encarou.

— Sua amiguinha apareceu lá e estragou nosso rolê.

— Aline? — perguntei, segurando a vontade de rir.

— Quem mais? — Ele bufou. — Sei que é sua amiga, mas não consegue dar uns toques a ela? Eu sinceramente não estou a fim de ficar com ela.

Deixei minha xícara no pires.

— Nossa, Rafa. Ela gosta de você.

— Assim como o Cardoso gosta de você.

— Não estamos falando de mim.

— Mas a situação é bem parecida.

Fiquei em silêncio, porque não adiantava discutir essas coisas com Rafael. Aline era um assunto que ele mesmo precisava resolver.

Quando terminamos o café, levantei e fui até o banheiro escovar os dentes novamente e reaplicar o batom.

Rafael e eu saímos do apartamento e me senti um pouco aliviada por meu irmão estar me acompanhando. A empresa na qual ele estava trabalhando era na mesma região, então ele iria comigo praticamente até a porta.

Seria bom se ele continuasse trabalhando nesse mesmo horário, assim, poderíamos ir juntos e eu não teria que passar tanto tempo sozinha dentro de um transporte público.

Rafa deu um beijo em minha testa quando chegamos em frente ao edifício e depois se foi, prometendo que me ligaria no horário do almoço para saber como estavam indo as coisas.

O bebê, a secretária & o CEO (Livro 1 - Amores em São Paulo) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora