Capítulo XXV

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✨Boa leitura 💫

Um pequeno anjo

_Breno, é o choro de um bebê? É um bebê Breno. Falou Sophia chocada, se esforçando na ponta dos pés para tentar enxergar dentro da caçamba.

_Parece mesmo. Calma meu amor, vamos tirá-lo daí.

Por ser mais alto que Sophia Breno consegui enxergar o interior da caçamba e confirmou que era realmente um bebê.

_Liga pra emergência rápido, eu vou entrar na caçamba e pega-lo tá.

Mesmo tremendo Sophia conseguiu tirar o celular da bolsa e ligar para o serviço de emergência informando o endereço e foi orientada a manter o bebê aquecido.

Breno tirou o bebê, que parecia bastante fraco e chorava baixinho, mas pelo menos estava vivo. Parecia ter nascido a poucas horas, estava sujo de sangue e estava apenas com uma fralda e enrolado numa toalha de banho.

_Deixa eu vê-lo. O que a gente faz agora amor? Perguntou Sophia.

_Temos que manter o bebê aquecido e esperar a emergência. Falou Breno com o pequeno embrulho nos braços.

_Foi isso mesmo que a atendente disse para fazermos. A ambulância já está chegando e eles já avisaram a polícia. Falou Soph aflita.

_Segura aqui por favor, vou tirar minha jaqueta. Disse Breno entregando com cuidado o bebê para a namorada.

Sophia aconchegou o bebê nos braços que imediatamente parou de chorar. De alguma forma se sentindo seguro.

_Acho que ele gostou de você meu amor. Constatou Breno.

Sophia sorriu e olhou para os céus, em uma oração silenciosa a Deus, pedindo por aquele pequeno anjo. Breno cobriu o bebê com a jaqueta e passou o braço nos ombros de Sophia que deu uns daqueles sorrisos que derretia o  seu coração.

Pouco minutos depois, a polícia e a emergência chegaram. Sophia acompanhou os paramédicos até a ambulância, a equipe médica fazerem os primeiros atendimentos ao bebê no local. Breno ficou com os policiais, dando os detalhes de como eles encontraram o bebê.

_Que bom que vocês resgataram esse bebê a tempo, mas alguns minutos e ele não resistiria,  ele já estava com sinais claros de hipotermia. Veja só é um menino! Falou a médica enquanto trocava a fralda  molhada por uma seca.

_E agora, o que vai acontecer com ele? Perguntou Sophia preocupada.

_Vai para o hospital e quando tiver alta a assistência social irá encaminhá-lo para um abrigo, para adoção. Provavelmente foi abandonado pela mãe. 

_É, infelizmente isso é um ato recorrente. Falou Sophia triste.

_Encontrar um lar para ele pode demorar um pouco, já que a taxa de adoção de crianças negras, ficam bem abaixo da média, infelizmente.

_Hum... Sei bem disso. Confirmou Sophia.

_Como?

_Sou voluntária com minha mãe em alguns orfanatos. Contou Sophia.

Depois de se certificar para qual hospital a criança seria levada, Sophia é chamada para falar com os policiais e ficou acertado que na manhã seguinte um investigador iria passar no escritório da doceira para recolher as imagens da câmera de segurança para tentar identificar quem foi o responsável pelo abandono do incapaz.

Enquanto isso na mansão. Milton estranhou a demora da filha.

_Uma horas dessas já, não era pra Soph ter chegado não?

_Verdade, ela está chegando tarde esses dias por causa da licença maternidade de Tati, mais hoje tá muito atrasada mesmo. Vou ligar pra ela. Falou Mia preocupada, procurando o celular pela sala.

_ Só espero que essa demora não tenha o dedo ou outras parte do Breno. Milton resmungou implicante.

_Para de implicar com o rapaz, homem. Mia falou rindo da cara de terror do marido.

O celular de Soph tocou, ela pediu licença aos policiais para atender.

_Alô mãe,  está tudo bem. Já estou indo pra casa. Viu. Em casa explico tudo. Beijos.

Depois de dar todos os detalhes a polícia, Breno a levou para casa. Ao chegar em casa, Sophia e Breno contou o ocorrido da noite para os pais.

_Amanhã vamos no hospital ver como o bebê está, vou ligar para o Centro de acolhimento e ver o que podemos fazer para ajudar. Falou Mia preocupada, mas tendo esperança de proporcionar um ambiente seguro para a criança, já que sempre trabalhou em prol das causas sociais, então tinha contatos que viabilizariam de forma mais rápida o processo de adoção.

_E a Mari como tá?

_Arrasada filha, foi até o aeroporto se despedi do Ricardo, voltou destruída e se trancou no quarto. Mia suspirou.

_Vou dar tempo pra ela digerir essa dor, amanhã eu falo com ela. Falou Sophia consternada.

_Fiz o mesmo, espero que ela supere. Agora você e Breno vão jantar, deixei lasanha pra vocês.

_Obrigada Mia não precisava se incomodar comigo, só vim trazer a Soph, já estou indo para casa.

_Não é incômodo nenhum. Venham logo,  vou esquentar a comida pra vocês.

Soph e Breno seguiram Mia até a cozinha sem contestar. Ao final do jantar Breno agradeceu pela refeição e se despediu dos sogros e da noiva e voltou para seu apartamento.

No dia seguinte Sophia acordou esgotada, mas sem opção de ficar na cama até tarde, tomou um banho frio para despertar e seguiu para a doceira para mais um dia de expediente.

_Ai que falta você faz Tati. Sophia pensou alto ao entrar na sua sala, que parecia triste sem as gargalhadas alegres da amiga.

Mal tinha sentado em sua mesa e começado a ligar o computador e impressora, quando sua secretária avisa sobre a chegada de um investigador da polícia. Sophia permitiu a entrada do agente da polícia. Depois de fornecer todas as imagens das câmaras de segurança, ela perguntou ao policial o que ocorreria com a pessoa que abandonou o bebê, caso seja identificado nas filmagens.

_ O Código Penal nestes casos,  de acordo com o artigo 138 diz que "quem colocar em perigo a vida de outra pessoa expondo-a em lugar que é sujeita a uma situação de que ela só por si não possa defender-se, ou abandonando-a sem defesa sempre que ao agente coubesse o dever de a guardar, vigiar ou assistir é punido com pena de prisão de um a cinco anos".

Sophia suspirou frustrada. Nos centros onde presta serviços voluntários já teve contato com muitas mulheres, e já viu de perto o sofrimento de muitas que não tinham condição de criar seus filhos, foram abandonadas pelos pais das crianças e não obtiveram o apoio de suas famílias, muitas foram violentadas e não conseguiam amar a criança fruto da violência sexual. Mas também já viu muitas crianças que foram abandonadas simplesmente porque suas mães eram irresponsáveis e não queria se prender a criar uma criança. Mas não cabia a ela julgar e nem defender tais atitudes, só restava desejar que o bebê sobrevivesse e fosse adotado por uma família amorosa.
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Capítulo revisado 

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