Assim que ela anunciou que a vistoria seria hoje, logo pensei em minha mãe e em como ela iria odiar essa vistoria surpresa. Meu coração me mandava sair correndo dali e ir em direção a minha casa para avisar minha mãe, mas minha mente só conseguia pensar no trabalho e em como eu não poderia perder esse emprego, e foi ai que olhei para Hanna e Gail, com um olhar que só eles sabiam o que significava.
-Vai, a gente te da cobertura - Hanna disse me dando conforto e segurança para ir atrás de minha mãe.
-É, a gente fala pro chefe que você passou mal hoje de manhã, tenho certeza que ele vai deixar essa passar, você nunca faltou e sempre faz tudo certinho.
E com um sorriso no rosto de agradecimento eu volto correndo, percorrendo o mesmo caminho que eu havia feito hoje de manhã. Depois de passar a portaria e estar a poucos metros do meu prédio, vejo minha mãe saindo juntamente de mais 3 caras. Sem pensar muito, eu me escondi atrás do prédio vizinho e observei tudo.-Teria sido mais fácil se você tivesse colaborado e vindo com nós antes, Anna... - O cara com uma jaqueta verde musgo falou e minha mãe não respondeu nada, só entrou dentro de um carro que estava parado na frente do prédio. Quando eu estava prestes a ir lá, o cara da jaqueta, e os outros dois caras entrem no carro também, logo em seguida partem para fora do condomínio, me deixando com muitos pensamentos e dúvidas na cabeça.
O que ela fez para aquele cara levar ela e falar com um tom de desapontamento? Por que ela não fez nada pra fugir ou detê-lo? Como ele entrou no condomínio sem uma autorização? E a pergunta que mais me faço, quem era ele? Tantas perguntas e todas sem respostas.Depois de me refazer essas perguntas mil vezes, decidi subir para o meu apartamento e ver se minha mãe havia deixado algo que explicasse essa situação toda. Depois de 5 lances de escadas cheguei em frente a porta e quando fui abri-la, percebi que estava entreaberta, o que não é nada normal, principalmente quando nós duas estamos fora de casa. Entrei e vasculhei cada canto do apartamento, cozinha, sala, lavanderia, meu quarto, por fim o quarto da minha mãe e nada, nem sinal de ninguém muito menos de um bilhete ou algo que pudesse me dar uma explicação. Vencida, me joguei na cama e fiquei encarando o teto, até perceber algo estranho, que não estava ali, algo que, nos primeiros minutos pareciam manchas mas quanto mais eu olhava, mais ela iria tomando forma de algo. Após longos minutos olhando, descobri uma frase:
"Your emeralds, don't let them get out of your eyes. Đ"De primeira impressão não entendi nada da tal frase, mas o que me chamou mais atenção foi o símbolo Đ, eu só o havia visto em mensagens pintadas nas paredes de prédios ou de lojas do governo, era a assinatura oficial dos Rebeldes. Por que o símbolo oficial dos Rebeldes estaria escrito no teto do quarto da minha mãe? Mas eu precisaria entender o que significava aquela maldita frase. Fui atrás de um pequeno dicionário de inglês que minha mãe guardava desde sempre e alguma coisa para anotar e tentar traduzir.
Revirando na gaveta da escrivaninha da minha mãe, achei um bloco de notas junto de uma caneta, deitei e anotei toda a frase, me sentei novamente e quando traduzi...
"Suas esmeraldas, não deixe que as tirem dos seus olhos. Đ"
Minhas esmeraldas? Mas que diabos são essas esmeraldas nos meus olhos?
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Olhos de Esmeralda
General FictionEm uma época em que a ganancia por poder se torna algo comum, uma jovem descobre um segredo familiar que vem de gerações, e tem que fazer de tudo para que ninguém descubra, caso contrário, sua liberdade e maneira de viver nunca mais serão a mesma. ...