III

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Após passar longos minutos quebrando a cabeça com aquela maldita frase, decidi tomar um ar pra refrescar a mente e poder pensar melhor. Sai do quarto de minha mãe indo em direção a pequena sacada que havia na sala... Parada olhando para o céu, pensando onde minha mãe poderia estar e me perguntando cada vez mais o que estava acontecendo, uma lágrima escapa do meu olho, uma lágrima confusa e cheia de duvidas.
Depois de algum tempo ali, voltei para dentro de casa e me sentei no sofá, fitando a parede de porta-retratos e lembrando de bons momentos da minha infância, de quando minha mãe me chamava de "Pequena", lembrando também dos momentos em que meu pai ainda estava com a gente, de quando ele me pegava no colo e me chamava de "Boneca de olhos feitos de esmeraldas". E foi em meio a essas lembranças do meu pai que eu decifrei a frase... Meu pai sempre me dizia que quando eu fosse "grandinha", eu teria uma missão muito importante e ele iria me explicar tudo, mas depois de sua morte eu nem lembrava dessas suas palavras, não gostava de pensar que eu não poderia mais conversar com ele e abraça-lo.
Mas qual era essa missão que ele sempre falava pra mim? O que ele precisava me explicar? E mais uma vez estava presa em minhas duvidas, mais uma vez sem respostas. Eu estava concentrada tentando encontrar alguma resposta quando escuto batidas vindas da porta.

-Mãe?! - eu disse abrindo a porta, mas logo vejo que era Gail e Hanna - Ah, são vocês...
-Também estou feliz em te ver. - Disse Hanna com um tom de sarcasmo e já adentando em minha casa.
-Pare de ser folgada Hanna, nem perguntou pra ela se poderíamos entrar, a propósito estou entrando também Cath. - Essa foi a vez de Gail falar e entrar.
-Deixa disso Gail, somos amigos a anos, garanto que a Cath e a Tia Anna não se incomodam, falando nisso, conseguiu avisar sua mãe da vistoria?
-Na verdade, quando eu cheguei ela estava entrando em um carro junto de 2 caras, que pareciam guarda-costas, e de mais um cara com uma jaqueta verde musgo, quando pensei em fazer algo eles foram embora...
-Nossa, mas você sabe o que pode ter acontecido?
-Ainda não Gail, creio que minha mãe deixou uma "aviso" para mim, mas esse aviso estava com o símbolo dos Rebeldes junto, então não sei o que pensar sobre isso...
-Posso ver o aviso? - Gail pergunta e eu levo os dois para o quarto da minha mãe - E então, onde está?
-Deitem na cama e olhem para o teto que vocês vão ver... - assim que eu termino de falar, Hanna e Gail se deitam na cama e encaram o teto por alguns segundos
-Tem certeza que tem algo aqui Cath? Eu não esto vendo nenhuma letra sequer aqui...
-Como assim Hanna? Tem uma frase ai, uma frase em inglês e no final dela o Đ dos Rebeldes... Aqui, eu anotei em um bloco de notas. - entreguei a eles
-Gail, acho que chegou a hora de conversarmos com ele.
-Ta bom, volto em alguns minutos... - Gail diz e vai em direção a saída do apartamento
-Da pra me explicar o que ta acontecendo? Onde Gail foi? E quem é "ele" que vocês tem que conversar?
-Cath, eu preciso que você seja muito paciente e compreensiva agora, isso tudo esta acontecendo da maneira errada, não era para você descobrir assim...
-Por favor Hanna, me explica o que ta acontecendo! -Com um olhar de desespero, confusão, e duvida eu pergunto pra ela, mas esse intervalo não foi o suficiente para que ela pudesse ao menos me dizer um "a". De repente um som, alto e forte, é ecoado por todo o condomínio U5, um som muito parecido com um tiro das armas em que os guardas do governo usavam.

Olhos de EsmeraldaOnde histórias criam vida. Descubra agora