IV

4 0 0
                                    

Assim que aquele som ecoou, logo meus pensamentos foram parar Gail, que recentemente havia saído, e logo sai correndo para fora do apartamento... Quando desci e olhei pra rua, havia 2 carros do governo e um cara atirado no chão em cima de uma poça de sangue, e como sempre, muita pessoas na frente de seus prédios que provavelmente escutaram o tiro e foram ver o que havia acontecido. E para a minha felicidade, não era Gail que estava no chão.

-Vamos sair daqui, já começaram a fazer a vistoria e não vai ser nada bom eles te encontrarem hoje... - Hanna disse me puxando pelo braço para trás dos prédios.
-Ir aonde? Eu nem peguei nada...
-Lá tem tudo, você não precisa levar nada, agora vamos!
-Não! Eu estou desde o começo do dia com muitas dúvidas na minha cabeça e nem 2 foram respondidas, eu só saio daqui quando você me explicar o que esta acontecendo... - Depois disso eu não me lembro de mais nada, tudo ficou escuro e nem ouvi nem vi mais nada... Até que eu me acordo e tento abrir os olhos e falar algo, mas parece que eu não controlava mais meu corpo, algo havia me dominado e impedia que eu efetuasse qualquer movimento, e logo consigo escutar algo que parecia uma conversa entre duas mulheres...

-Ela vai ficar muito brava com a gente por não ter contado para ela...
-Não era o momento ainda.
-Mas seria melhor se ela soubesse, ela aprenderia desde cedo a controlar isso...
-Não era o momento ainda!
-Por que não era o momento?!
-Você sabe o porque, e sabe que ela nunca iria nos perdoar por isso.

Foi a ultima coisa que eu ouvi antes de apagar novamente, eu estava confusa, sem saber o que estava acontecendo, o por quê de estar acontecendo, aonde eu estava, quem era aquelas mulheres que estavam conversando, minha mente estava em turbilhões novamente. Foi quando eu acordei, mas dessa vez sob total controle de meu corpo, abri meus olhos e uma luz forte tomou conta da minha visão, fui abrindo devagar até acostumar com a claridade... Eu estava em um quarto exageradamente branco, não havia ninguém lá comigo. No local apenas tinha a cama que eu estava, uma pequena cadeira acolchoada e um espelho. A primeira coisa que fiz foi me levantar e tentar sair daquele lugar estranho, mas sem sucesso algum, a porta estava trancada, então tentei pegar a cadeira e empurrar contra a porta em uma tentativa de arromba-la, mas sem sucesso algum, não havia janelas para que eu pudesse pular ou quebrar, então me joguei na cama, dada por vencida.

"Droga!", foi o que eu pensei após perceber que eu estava presa em naquele lugar, e seja lá quem foi que fez isso comigo, vai pagar caro! Me levantei e fui olhar no espelho para ver se alguém havia feito algo comigo, e surpreendentemente, meus olhos estavam mais verde do que o normal e, brilhando "Como assim meus olhos estavam brilhando?" era somente o que eu pensava. Nesse exato momento me encosto na parede deslisando lentamente até sentar no chão. Assim que sento, algo começa a se projetar em minha frente, um lugar que era muito parecido com o quarto da minha mãe, e logo é mostrado um homem e uma mulher. A mulher esta com um bebê em seu colo. Quando olho com mais atenção, percebo que o bebê que estava no colo da mulher, era eu. "Então eles só podem ser meus pais" Foi o que eu pensei. "Como eu estou vendo isso?!" mais uma dúvida surge.

"-Eu fico muito feliz e triste ao mesmo tempo em pensar que um dia ela terá de lidar com as mesmas coisas que eu passei, espero que eu consiga ensiná-la a tempo e que ela possa entender tudo... " -Meu pai começa a falar
"-Não se preocupe meu bem, você vai ser um ótimo pai e vai estar junto dela em todos os momentos importantes!" - Minha mãe diz, e nesse mesmo momento eu me entristeço.
"-Eu espero, mas até lá, vou sempre guardar o segredo de seus olhos de esmeraldas..." - Quando ele diz isso, escuto vozes distantes, me chamando, e em um segundo eu volto a realidade...

Olhos de EsmeraldaOnde histórias criam vida. Descubra agora