Primeiramente, eu me separei de meu marido. Segundo, eu não me arrependo. Não muito... E terceiro, eu me demiti, e isso eu realmente eu não me arrependo.
Três anos pode aparecer muito? Não? Bem, não necessariamente, mas quando você está ao lado de uma pessoa que te irrita vinte e quatro horas por dia, aí sim, é muito. Muiiito mesmo.
No auge dos meus vinte e seis anos, eu não tinha muito o que fazer dá vida. Trabalhava em uma agência de publicidade, como recepcionista. E sinceramente? Eu já estava de saco cheio. Pessoas chatas, mal educadas, e um chefe de que as vezes dava vontade de pular em seu pescoço (leve isso no duplo sentindo, qual é? O cara é um gato), e o pior, sem direito de reclamar. Até o dia em que eu levantei, me olhei no espelho, e foi aí que minha vontade de chutar o balde veio com força total. Me vesti,com uma roupa nada parecida com a que o trabalho pede, - já que eu ia fazer isso, que fosse com alto nível-, nem olhei pra cara de james(meu queridissimo ex marido), e sai de casa a todo vapor, entrei na empresa com minha credencial, e entrei na sala de Liam ( meu chefe ignorante/gato/ranzinza/gostoso) sem nem ser anunciada, e bater na porta. Ele me olhou como se fosse me matar a qualquer momento, e não estava nem aí, quer dizer, estava um pouco aí sim. E daí, eu soltei.
- Eu me demito. - ele me olhou sem expressao por algums segundos, e aí que eu desatei a falar. - eu odeio essa empresa, eu odeio as pessoas ignorantes que sou obrigada a aturar, principalmente você, - usei você de propósito, ele simplesmente odeia isso. - você é tão chato, que eu não sei com você se aguenta, e se serve de ajuda, ser menos ranzinza não doi, tão bom? - ele me olha indignado. - e agora, eu estou metendo o foda-se com toda a minha dignidade pra essa sua empresa, e pra você. - ele me olhou surpreso e eu sai dá sala batendo a porta.
E foi assim, o belo dia em que eu me demiti, e também foi o dia que eu cheguei em casa, putá dá vida e mandei o foda-se pra meu marido também. Cheguei em casa, e James estava sentado na mesa tomando café, e lendo jornal, por algum motivo inexistente, senti raiva. Muita raiva.
- James. - chamei sua atenção, mas ele se quer deu trabalho de olhar, pode isso? - eu quero me separar. - esperei por sua reação, do tipo ele quebrando tudo, dizendo que não ia se separar, porque me amava, ou então que ele começasse a falar dizendo que não ia se separar porque me amava, os todas as possibilidades possíveis e inimaginaveís. Mas sabe o que veio? Ele bebeu um gole de café, continuou lendo.
-Tudo bem.
Isso me decepcionou um pouco. Só um pouco. Eu esperava mais, sabe? Isso é o orgulho próprio agindo. Porque foram sete anos juntos, mas a verdade é que nem uns dois aguentavá um ao outro. Em compensaçao, fica um vazio, você querendo ou não. É que nem aquele seu irmão chato, que você não aguenta, mas convive. Acaba que você se acostuma com a presença dá pessoa, e quando tudo acaba, a todo instante ela é lembrada. No simples fato de levantar de manhã, e ir tomar café. Parece que a qualquer momento, James vai sair do quarto, reclamando como sempre, e vindo se sentar comigo, e falar que o pão está duro demais, ou que o café está quente de mais, ou que a torrada passou do ponto... Isso me deixava extremamente irritada, mas agora, eu sinto falta. Isso é masoquismo? Ah se for, eu não ligo. Porque só faz dois dias, e isso deve ser normal né? Agora, nesse momento estou sentada no sofá de um pequeno apartamento que aluguei, e olhando pro nada, e pensando em uma forma de me divertir. Já que agora, eu sou oficialmente uma desempregada solteira, que não tem nada pra fazer. Até que... Eu já sei o que fazer! Eu perco um marido, mas não um amigo!
...
No começo, dá minha relação com James, tudo foi vindo conforme nossa amizade se consolidava. Pensávamos igual, e tínhamos muitos pontos em comum. Saiamos as idéias uns dos outros. O tempo foi passando, e tudo foi ficando coisa chata, conforme as brigas iam acontecendo. E acabou que nem tivemos mais nossas conversas. Isso que eu estou fazendo agora, pode parecer loucura, mas estou na frente do prédio onde moravamos,- sim, ficou com ele, se eu queria me livrar desse mal, que fosse com tudo -, e eu de verdade, não sei bem o que estou fazendo. Porque, o que eu vou falar? Subo até seu andar e toco a campainha. O tempo começa a passar, e eu a pensar que talvez ele não esteja em casa, mas ele abre a porta. Esboço meu melhor sorriso para essa criatura a minha frente. - Ahhh, não! - ele coloca as mãos no rosto, em sinal de fracasso - sabia que não ia me deixar em paz. - levanto minhas mãos em rendição.
- Você sabe que não fico sem você. - aperto suas bochechas como se fosse um bebê, e ele faz uma cara de dor.
- Normalmente, a separaçao implica em não se ver mais, sabe... - ele diz amaciando as bochechas.
- Mas, como você sabe, eu não sou tão normal, e de qualquer modo, me separei porque não aguenta mais aquelas brigas desnecessárias, além que você é um pé no saco,mas de qualquer modo, você é um cara bom. - dou tapinhas em seu ombro - quando foi que esqueceu os boms modos, não vai me chamar para entrar?
- Pensava que já tinha me livrado de você, mas é como dizem né, quando a ajuda é demais até o santo desconfia... - ele diz, e dá espaço pra mim entrar, me jogo no sofá dá sala.
- E aí, como vão as coisas? - pergunto.
- Nada além do normal. - ele faz cara de desconfiado, e eu já sei o que está passando por aquela cabeça. - Estava me sentindo muito só. Não queria ficar sozinha, então eu vim.
- Sei...
- Estou falando a verdade!
- Você me ama e não admite. - jogo uma almofada nele.
- Está se sentindo demais. Ficamos conversando por algumas horas, e eu de admiro como as coisas fluem entre nos, acredito que se não fosse esse casamento, teríamos uma boa relação de amigos. Aliás, essa coisa de casamento, foi mais por uma burrice, achamos que por causa de uma pequena grande atração, seríamos perfeitos um pelo outro, e aquele pensando, que deve se encontrar a pessoa dá sua vida, pra viver até o fim dá vida, nos pegou.
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Amor irreversivel
RandomCharlote, tem 26 anos, e está cansada de sua vida. Cansada de uma vida sem graça, como um impulso, ela se demite do lugar onde trabalha, e se separa de um casamento de cinco anos. Sua vida monótona agora dá uma volta. E é a hora, de por as coisas...