Capitulo 5

46 3 0
                                    

CHARLOTE

       Exatamente as sete horas, Liam me liga, avisando que já chegou. Desso pelo elevador ansiosa. Com borboletas na barriga. Muitas, por sinal. Faz tempo que não me sentia assim. Deus, muito tempo!

      Como Liam pediu, coloquei uma roupa descontraída. Um short jeans folgadinho, e uma blusa regata branca, de calçado, coloquei uma rasteirinha.

Espero que esteja bem...

        Avisto ele, encostado em uma coluna com as mãos nos bolsos da calça. L - I - N - D - O, e sexy também. Ele sorri para mim. Sorriso maravilhoso claro, como todo o resto. Eu sorrio de volta. Aproximo-me como se fosse cair a qualquer momento, pra falar a verdade, estou caída, de cara no chão por ele.

       Liam me puxa para um abraço, e beija o canto dá minha boca. Fico sem ar por alguns segundos. Esse homem me desestabiliza com tão pouco... Recobro minha consciência, e me afasto.

- Está pronta?

- Sim, onde está seu carro?

- Iremos na moto. - ele aponta para a moto a frente.

- Não! - grito com o coração acelerado - na moto não, Liam, por favor! - sinto pânico, e meus olhos enchem de lágrimas.

- Charlote, está tudo bem? Tem medo de motos? - ele pergunta preocupado. Eu me sinto um lixo, por estar estragado tudo. - olha, não tem porque se preocupar, eu piloto há muito tempo, e...

- Não, não. Desculpe, Liam, não é por medo,sabe? É que... Eu não quero falar sobre isso. É só um trauma, por favor...

-Tudo bem. Se você não quiser, tudo bem, podemos deixar pra outro dia. - noto decepção em sua voz, e me sinto pior ainda.

- Liam...

- Não, é sério, não tem problema. - respiro fundo.

- Eu quero tentar.

- Charlote, não se sinta obrigada.

- Não, eu quero mesmo. Isso é ridículo,sabe? Já faz tanto tempo, é que...  Eu não quero falar disso, não agora pelo menos, mas eu não quero estragar nada. Eu vou tentar, certo? - ele apenas me olha com carinho. - mas promete, que se eu não me sentir bem, você vai parar?

- Claro, eu prometo. - ele pega minhas mãos, une-as e beija. - confie em mim, certo? - babulcio um "arram", meio trêmulo, torcendo pra ele não perceber todo meu nervosismo. Isso me lembra o passado, que eu não gosto nem um pouco de lembrar...

      Ele sobe, e em seguida eu. Seguro com tanta força ao redor de sua cintura, que acho que depois irá ficar as marcas. Ele da partida. Eu fecho os olhos, e encosto minha cabeça com força em suas costas.

      Ele está indo devagar, e eu sei que é por minha causa, isso me faz sentir pior ainda. Porque tudo isso? Meu deus, poderia ser tão fácil!

                ***

- Charlote?

- Hum? - emito com a voz ainda presente em minha garganta.

- Estamos quase chegando, tudo certo aí?

- Sim.

        Depois de em média meia hora, de asfalto e estrada de terra, chegamos a uma casa afastada. Não, casa mama isso é uma mansão! O lugar tem dois andares, gigantescos, com muitas janelas, do que parecem ser quartos.

- Esse lugar é lindo, Liam. - Falo boquiaberta.

- Eu sei. Adorava vim aqui quando era pequeno.

- É da sua família?

- Na verdade, eram dos meus país, mais depois da morte deles, ficou para mim.

- Desculpe, eu não sabia.

- Tudo bem, já superei isso, bom, senti mais pelo lado da minha mãe.

- Tudo bem, se não quiser falar disso. - É justo, se eu não falo dos meus problemas, ele não precisa falar dos dele.

- Não, eu não me importo, era meu pai, mas, mesmo assim, um otário. Mas eu não quero estragar essa noite falando de coisas ruins. Quero só coisas boas. Vem, quero te mostrar um lugar. - ele pega minha mão e sai puxando.

      Eu me sinto como se estivéssemos em tempo de escola, toda aquela excitação, aquela felicidade estão aqui, presentes nesse momento. Eu sinto como se fosse o lugar certo. Estamos indo no nosso tempo, e eu admiro isso.

      Estamos passando por uma longa descida, com muitos matos, fico extremamente curiosa. Após mais alguns segundos de caminhada, ouço o som de água. Já fico animada imaginado o que é.

- Acho que você já sabe do que se trata, mas mesmo assim, quero fazer uma surpresa. - Ele fica atrás de mim, e coloca as mãos sobre meus olhos. Meu outros sentidos se aguçam, e eu fico cada vez mais animada. - não está vendo nada? 

- Não.

- Certeza?

- Toda.

- Então... - ele tira as mãos dos meus olhos, demoro um tempo para me acostumar, e eu quase caio pra trás quando vejo. A beleza do lugar é surreal. É uma lagoa, com uma queda d'água. A lua refletindo na água causa um efeito mais especial ainda. É o tipo de lugar, que você fica emocionado só de ver.

- Liam, isso é incrível! - sinto meus olhos queimarem.

- Eu costumava vir aqui, pra descansar, relaxar, curtir o silêncio. Acho que só eu sei da existência desse lugar. Bem, e agora você.

- Nunca trouxe ninguém aqui?

- Você é a primeira. - fico envergonhada.

- Estou feliz por isso. Não só por isso, por tudo. Quem diria que por trás daquele cara, tem alguém como

você. - brinco - e como eu disse quando me demiti, eu não te odeio. Você está sendo muito importante pra mim. - digo olhando nos seus olhos.

E como algo que eu não esperava, ou talvez até esperava, mas não agora, e não com o que eu estava sentindo, ele me beija. Caraca, ele me beija. Não como um beijo qualquer, como aquele que aconteceu comigo a vários anos atrás, onde minhas colegas me infernizavam pra "ficar" com ninguém. Hoje eu sei o quanto aquilo não contribuiu  em nada em minha vida, porque foi no mínimo desastroso.

      Esse é o tipo de beijo apaixonado, que te faz mais leve, te deixa voando, pulando por dentro, é a prova que o recíproco é verdadeiro. Espero que ele sinta o mesmo que eu.

     Seguro seu pescoço, e passo a mãos por seus cabelos loiros. Muito gostosos de pegar. Nos distanciamos, e no mesmo momento sinto sua falta.

- Eu tenho uma idéia. - falo.

- O que? - tiro meu short e minha blusa.

- Vem?

- An? Pra água?

- Sim?  - ele não responde, apenas tira sua calça e blusa, pega minha mão, e corremos para a água. Que está super ótima.

     Posso dizer que este é um dos melhores momentos da minha vida...

Amor irreversivelOnde histórias criam vida. Descubra agora