Capitulo 2

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Simplesmente, amo baladas. De coração. Sempre gostei.

E esse gosto não iria mudar, em nem um milhão de anos. Gosto dá sensação, de corpos suados, pessoas felizes, pra todos os lados.  Dançando como se não houvesse amanhã.

Gosto de beber, e me jogar na dança. O corpo, só obedece a música. Uma relação de manda quem pode, e obedece que tem juízo.

       E foi pensando nisso, que chamei Libby, uma amiga, da agência em que trabalhava. Ele aceitou na hora, aliás com ela sempre é assim. E pra falar a verdade, gosto de pessoas que topam tudo. Elas são mais alegres e curtem a vida. Mas não confunda topar tudo, com topar tudo meeeesmo. Foi em uma dessas que eu acabei na amizade colorida com James. Bom, era bom, muito bom. Mas em outro topar tudo, casei com ele, e foi aí que fodeu tudo.

       Afasto esses pensamentos, e peço outra bebida ao barman.

- Um cosmopolitan, por favor. - ele pisca pra mim, e como um mestre na atividade, me entrega a bebida. Sorrio para ele, que retribui. Bebo em um só gole. Deixo o copo na bancada. E fico observando as pessoas por alguns instantes. Vejo uns casais se pegando, e de certa forma, me bate uma inveja. Porra, e queria ser eles !

Dou outra olhada, e quem eu vejo me surpreende. Lian, dançando maravilhosamente. Fico olhando esse Deus Grego até a música acabar. E quando acaba, o ritmo sensual de Buttons  começa a tocar, um plano se maquina em minha mente.

Eu sei como provocar alguém, e sei usar isso a meu favor.

Como quem não quer nada, me aproximo dele, e danço provocantemente na batida dá música. Finjo que não noto sua presença, e balanço meus quadris sensualmente de costas para Lian. Vejo que estou conseguindo atiçar ele.  Olho de soslaio e vejo o vejo me fitando.  Sorrio. Continuo a dança, e sinto alguém se aproximar. Lian. Ele coloca as mãos em meus quadris, e segue conforme a música.

- Você não deveria fazer isso, garota. - ele susurra em meu ouvido, causando arrepios pelo meu corpo. Não respondo seu comentário,  Continuo, até a música acabar, sentindo até o "amiguinho" de Lian. Viro-me devagar.

- Oi, ex chefinho. - dou ênfase ao ex e sorrindo, dou as costas para ele.

- Ei, onde vai? - ele pergunta.

- Acho que já deu a minha hora.

- Vai me deixar assim? - Ele me olha com cara de cachorros pidão, e meu sorriso só aumenta.

- Até logo. - aceno com a mão, mas segura meu braço, me impedindo de sair.

- Quer que eu te leve? - pondero. Que mal teria? Ele saberia onde moro, mas isso é o de menos. Eu poderia convidar ele para entrar, ele me faria companhia. E depois... Será que tem mal nisso? Já faz mais de três meses, que eu... Bem... Vocês sabe. E eu não sairia perdendo, já que ele é gostoso, tipo, pra caralho, e... Percebo que estou demorando demais para responder.

- Claro. - ele coloca seu braço em minha cintura, e me leva para fora. Chegamos em um carro, e eu fico embasbacada com o carro do casa, quer dizer, outro, porque o que eu estou acostumada a ver no trabalho, é outro. Esse é audi preto.

- Caralho... - solto.

- O que foi? - ele pergunta confuso.

- Não sabia que você ganhava tão bem... Não, eu sabia, mas não tanto. - ele ri divertido, e abre a porta pra mim. Quando foi que ele ficou tão legal? Ele dá a volta,entra, e da partida.

- Sabe - ele chama minha atenção depois de alguns segundo - eu fiquei pensando no que você disse, mas, eu não sou mesmo tão ranzinza, não é? - ele pergunta com as sobrancelhas arqueadas.

- Você é. Muito. Eu não te suportava. Mas até que está se saindo bem hoje. - ele leva a mão ao peito, como se estivesse ofendido, e eu rio com esse ato.

- Trabalho, sabe como é, tenho que segurar as rédeas...

- Sei... - percebo que ele está indo em direção ao apartamento que morava.

- É... Eu não moro mais naquele prédio.

- Não?

- Não. Eu me separei...

- Isso eu sabia.

- Sabia?

- Aliança.

- Ah, aliança, é claro.

- Sinto muito. - noto mentira em sua voz.

- Não sinta, eu queria, pode acreditar. - ele da um sorriso de canto de boca.

- Pensava que tinha ficado com o apartamento, é tão autoritária. - rio, e explico o caminho.

- Em que está trabalhando agora?

- Até agora nada. - ele me olha rapidamente.

- Se quiser pode

voltar. - olho para ele não acreditando no que disse.

- Não, muito obrigado, meu futuro não é ser recepcionista.

- E o que você vê para o futuro? - tá, eu não esperava por essa pergunta. Na maioria dos casos, eu tenho uma resposta na ponta dá limite, mas e agora? O que vejo para o meu futuro? Vamos lá, Charlote, pensa. Essa pergunta não é difícil. O que você vê para o futuro? Bom, estudei administração, mas não exerci. Sei cozinhar, e sei dançar, e... Acabo de bater minha testa na parede. O que eu faço de bom? Praticamente nada. Estou mais perdida do que cego em tiroteio.

- Não sei. - falo mais pra mim, do que pra ele. Talvez ele nem tenha ouvido, de tão baixo que foi. Isso derrubou meu astral. Deixe de besteira, não se chateie com isso, digo a mim mesma.

- Tenho certeza, que em breve você saberá.

- Assim espero. - olho para a estrada.

        Ficamos conversando amenidades, e de vez em quando Lian jogava seu charme pra mim. Chegamos rápido ao meu prédio. Ele para e carro.

- Quer entrar? - pergunto.

- Gosto de você, Charlote. - Meu queixo cai. Segunda vez na mesma nogueira que eu não acredito que ele falou o que falou. - gosto de verdade. Vamos fazer do jeito certo? Te levo pra jantar amanhã. O que acha?

- Perfeito! - solto mais animada do que planejei, e tento logo arrumar - claro, ha que horas passa por aqui?

- As sete?

- As sete. - ele da sorriso maravilhoso.h e eu fico sem ar por alguns segundos, como alguém pode ser tão lindo? Por um momento fico sem saber o que fazer, então dou um beijo em sua bochecha, e saio do carro. Vou até a janela do seu lado.

- Até amanhã, ex chefinho. - ele sorri, e balança a cabeça negativamente. Pego minha chave, e abro o portão, ainda sob o olhar de Lian, quando entro ele acena e vai embora. Respiro fundo. Isso realmente está acontecendo?

Amor irreversivelOnde histórias criam vida. Descubra agora