E então ele falava com ela, todos dias, mal sabia ele o que realmente acontecia dentro dela, até que um dia, na ponte, ela se deu conta de como seria a vida dela sem ele. Ele, por si só, era um garoto comum tentando resolver os problemas da vida, coisas que nem ele imaginava que aconteceria. Ela naquele instante, ligou para ele, porém o celular apenas caia na caixa postal.
A vida deles eram distintas e diferentes; suas familias se odiavam. Ela da classe alta, e ele pobre, um jovem trabalhador que queria apenas ajudar sua familia. Os dois lutavam para ficarem juntos, mas era complicado e tudo isso por causa do pai dela.
O pai dela sempre brigava com ela, dizia que ela era burra, que deveria gostar de um garoto da mesma classe e que ele só gostava dela por causa do dinheiro. Ele dizia que sucesso no trabalho era melhor que a felicidade, ela por si não dava ouvidos, mas a prejudicava, pois ela na verdade sempre ouvia as críticas e problemas do pai. A mãe era separada e o pai vivia trabalhando, aquele garoto para ela era a coisa mais importante do mundo.
Já no garoto, a família odiava a classe alta, sempre dizia "Eles são um bando de narizes arrebitados, só ligam para o dinheiro. Só tem filhinhas do papai ali", o garoto fingia que ouvia e sempre se encontrava escondido na ponte com ela, ele realmente a amava. Nesses encontros, sua irmã descobriu que ele estava namorando com a tal, espalhou para todos da família, que começaram a influência lo a dar um bote. Ele não aguentava tantas vozes dizendo o que tinha que fazer com ela ou não, e todas as vozes eram ruins. Antes de dormir, sua irmã mais nova entrou no quarto.
"Desculpe irmão, não sabia que eles a julgariam tanto."sua irmã pareceu realmente triste com aquilo, "Eu quero que você seja feliz, mas como poderiam ser felizes em meio a fogo cruzado?".
Ele ficou pensando nas palavras da irmã, ela tinha razão. Então chegou na conclusão que deviam se separar pois os dois lados sofreriam, ela ficou arrasada assim como ele, que não quiz demonstrar.
Todos os dias, ela ia na ponte no mesmo horário dos encontros, ela sempre chorava baixo e escrevia algo em seu caderno, ele também ia, porém ficava escondido, apenas a vigiando para que nada pudesse de ruim podesse acontecer a ela, porém seu coração era cortado a cada lágrima que via dela.
Uma noite, o pai da garota chegou furioso do trabalho, descontando tudo na tal "Você não é digna de ser da família, só traz prejuízo! E ainda fica chorando por um rapaz meio boca! Tenha vergonha na cara!", em meia a tantas críticas ele chegou a dar um tapa nela, que muito triste pela palavras do pai correu para seu quarto.
Ela sofria muito, com a ausência da mãe, pai que só via a noite só para descontar a raiva. Ela não suportou, no banho pegou a gilete e se cortou fundo, ela se assustou ao ver uma quantia de sangue saindo, os cortes anteriores nunca foram tão fundo.
Influênciada pelo Pai, que sua vida só trazia prejuízos, ela fugiu de casa em direção a ponte com seu caderno e celular.
"Oi... Eu sei que nós sofremos muito por um amor errado, mas não existe o certo. Eu te amarei para sempre, se você ainda me ama, venha até a ponte, por favor, sei que é tarde mas eu preciso de você" -23:36. Ela estava tão triste, mandou essa mensagem a ele sem esperanças que ele realmente viria.
Ele recebeu a mensagem, ficou realmente muito preocupado, seu pai não a deixava a sair esse horário, muito menos na ponte, pois era muito perigoso. Ele saiu correndo de casa em direção a ponte, que ficava a poucas quadras.
Ele chegou ao local, ela estava sentada no corrimão da ponte, olhando fixamente para o rio fundo, fazendo reflexo da lua em seu rosto. Ele sem dúvidas a agarrou por trás, a tirando do corrimão fazendo os dois caírem na calçada, ela estava chorando.
Ele sem entender o motivo da intenção dela perguntou ainda a abraçando "Você não iria fazer aquilo. Iria?"
Ela limpando suas lágrimas respondeu, "Eu vim apenas para dizer adeus Eu não queria que você me visse chorando, eu estou bem."
Ele sabia que era mentira, que ela não estava bem.
Ele percebendo que a amava muito mais do que imagina ser possível respondeu com toda sua sinceridade "Esta é a última noite que você passara sozinha. Olhe-me nos olhos então eu sei que você sabe", ele levantou sua cabeça pelo quejo a fazendo a olhar em seus olhos, "Eu estarei em qualquer lugar que você quiser que eu esteja. Eu envolverei você nos meus braços e não a deixarei partir."
Ele a abraçou mais forte, "Seu pai diz que tudo é sua culpa, mas ele não te conhece como eu conheço. Eles não te conhecem totalmente".
Ela se aconchega mais em seus braços, "Estou tão cansada de quando ele diz:
Isto é apenas uma fase, você ficará bem. Você está bem
Mas eu sei que isto é uma mentira"
A noite é tão longa quando tudo está errado, ela diz se afastando um pouco, "Se nós nos amamos, deveriamos ficar juntos. Mas nossa família nunca iria aceitar. Eu preciso te dizer adeus. Você sabe que eu..." ela parou de falar e puxou mais a manga da blusa.
Ele já sabendo o que era, disse se aproximando mais, "Se me der uma chance, eu ajudaria você a superar isso. Esta noite... Esta noite eu não deixarei você dizer adeus, e eu serei sua razão. Esta será a última noite longe de mim." Ele a beijou.
Nessas palavras e no beijo, ela se aconchegou em seus braços, e os dois ficaram ali, olhando o céu escuro, com aquelas estrelinhas brilhantes.
Acabou, o caderno em que ela trazia estava escrito todas as vezes em que ela se encontrava com ele, e como ele a fazia sentir. Mas decidi não colocar esta parte... :P