Capítulo 3: A luz que me guia

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O chão estremeceu com a aproximação bruta, do meio das árvores surgiram dois goblins, ambos montados em aranhas gigantes e com um comportamento hostil. Cora se prepara para combate, aponta suas mãos para o goblin mais próximo e tenta ferir o monstro com uma magia que não parece funcionar. Nada contente, o goblin arremessa uma lança na maga, perfurando a parte externa de seu braço esquerdo, a vergonha do fracasso dói mais do que a arma encravada em sua carne.

Enfurecida devido o golpe contra sua companheira, Hera não pensa duas vezes ao pular na direção do goblin, coberta de ódio, ela avança e chuta a cabeça da criatura com força total, todos que estavam presentes escutaram o estralo que o pescoço do goblin fez ao quebrar, a criatura caiu sem vida no chão. Naquele momento Hera descobriu que seu talento era combate físico e não apresentações artísticas, pela primeira vez na vida ela sentiu que era útil. Em questão de segundos a garota já tinha aterrissado no solo ao lado do corpo morto e a frente do aracnídeo enorme, surpresa com o que tinha acabado de fazer.

Enquanto isso Odai tentou se concentrar, apesar de ser talentoso e ter uma ótima mira ele não costumava se encontrar em cenários violentos, suas únicas experiências em luta eram as confusões que Hera se metia, Odai sempre tinha que intervir para salvar a amiga. O tiefling sacou uma de suas flechas e atirou precisamente no outro goblin com sua besta, a flecha atravessou o abdômen e era possível ver a ponta da flecha saindo pelas costas da criatura que agora cuspia sangue, debilitada. O jovem esboçou um pequeno sorriso, agora confiante de si. Cora aproveitou a fraqueza do goblin para lançar outro feitiço, a meia elfo treinou a vida toda para ter sucesso e por isso estava determinada a corrigir seu primeiro ato falho, ela não se daria o luxo de errar. As palmas de suas mãos se encheram com uma fonte de magia que parecia dançar conforme Cora desejava, ao comando dela, o feitiço flutuou sozinho em grande velocidade em direção ao desafortunado monstro, que caiu agonizando de dor e faleceu.

Acuada ao perceber a desvantagem, a primeira aranha avançou ferozmente para cima de Hera, fincou os dentes no ombro direito da garota e a arremessou em uma árvore próxima, Hera se chocou contra o tronco, soltando um gemido de dor, a elfo permaneceu caída no chão atordoada. Era a oportunidade de Astaroth e Tentor agirem, a aranha já estava caminhando na direção da elfo para almoçar uma acrobata apetitosa.

-Eu cuido dessa aqui, você mata a outra. – Tentor disse para Astaroth, ele girou seu relógio e o apertou, que belo momento para brincar com um acessório futurístico.

O objeto começou a irradiar um brilho amarelo intenso, cegando os companheiros que tentaram olhar na direção dos feixes de luz, em um piscar de olhos Tentor sumiu e uma cobra de gigantesca ocupava seu lugar, ninguém compreendeu que espécie de poder era aquele, porém era perceptível ser uma propriedade rara e potente. A cobra se rastejou e deu o bote, cravando os dentes nas costas do aracnídeo, ela emitiu um ruído de agonia que foi sendo abafado na medida que a cobra constringia sua presa, Tentor se contorcia na esperança de conseguir matar a aranha porém sua oponente lutava arduamente para se desvencilhar, o máximo que conseguiu foi mantê-la contida. Durante a exibição ao vivo de vida selvagem, Astaroth lutava ao lado de Odai contra a segunda aranha, ele investia diversos ataques contra a aranha que demonstrava pouco cansaço apesar de feridas causadas pelo soldado e algumas flechas em seu abdome. Ele cortou uma das patas da oponente, não fez tanta diferença já que ela tinha outras sete pernas para usar de apoio. Em pouco tempo, a paciência de ambos lados tinha se esgotado, todos golpes usados agora eram automáticos, sem estratégia e impulsivos.

Cora analisou o cenário e percebeu que se aquilo se estendesse os aventureiros não aguentariam. A maga estendeu as mãos e três dardos feitos puramente de energia foram se materializando a frente dos dedos dela, com um gesto em direção às aranhas, os dardos criaram vida e voaram em seus alvos, uma névoa azul brilhante os rodeava enquanto eles se moviam. O primeiro projétil foi em direção da aranha que Tentor segurava, ela era a mais debilitada então bastou um ataque e ela parou de relutar, Tentor conseguiu sentir a vida se esvaindo do corpo do animal e se desenrolou dela.

Os outros dois projéteis foram em direção a única aranha ainda viva, a energia dos dardos cresceu repentinamente, a magia deles ampliou, a segunda arma acertou a aranha que foi empalada e jogada para longe, ficando presa em uma árvore. O dardo se desintegrou e o aracnídeo caiu imóvel, a magia continuou crescendo e desta vez Cora perdeu o controle. Esse deslize foi o suficiente para que o último dardo atingisse Astaroth entre seus olhos, a magia estava tão intensa que um buraco se formou no meio de seu rosto, ele caiu de joelhos, olhou para cima e disse:

-Agora a Luz que me guia.

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⏰ Última atualização: Jun 15, 2022 ⏰

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