Preciso de você

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Parte 2
No outro dia, o sol penetrava meus olhos cor de oceano, enquanto eu tentava não os fechar. Eu estava a meses sem descansar nenhum minuto sequer, e talvez meu corpo estivesse começando a apresentar os respectivos sinais.
Retesei a coluna, estalando meus dedos. Conferi o horário, e decidi que já era hora de ir. Peguei o moletom, a máscara, tudo o que fosse possível e/ou necessário para encobrir meu rosto. Esgueiro-me do quarto, com cautela, para não ser flagrado.
ו×♡ו×
Depois da caminhada às escondidas, eu me deparo com (seu nome), parada em frente a floresta. Seu comportamento irrequieto, provavelmente indicava que eu estava atrasado, ou talvez ela estivesse preocupada com o seu paradeiro perto da floresta.
— Jake! — Seus olhos pesarosos encontram os meus. — O Richy-
— Eu sei, eu sei, (Seu nome).       
— Você disse que eram apenas ameaças vazias! Agora olha, pra Jessy que foi machucada e para o Richy...isso não é justo, não é! Eles não mereciam!
—É exatamente por isso que eu acho que você deveria ficar longe da Jessy. O ataque dela não foi fatal, e antes do sinal do corvo aparecer na porta dela, enquanto o Richy... bem...
— Eles já se puseram em perigo demais por minha causa! Eu preciso vingar o que ele fez com o Richy e com a Jessy, afinal eu sou o verdadeiro alvo do sequestrador!
— Você está de brincadeira? Você não pode se pôr em perigo! Você importa muito, tanto para mim, quanto para as pessoas do grupo! Por que você acha que eles estiveram do seu lado e se arriscaram até aqui? Porque eles se importam com você!
— Mas dizem que alguém tem que pagar o preço, certo? Então se for pra ser alguém, que seja eu.
— Você não entende...você é a única pessoa que nos pode levar até a Hannah.
— Então é isso que eu vou fazer, a partir de agora. Vou me encontrar com a Jessy, na floresta.
— Você está brincando? Eu falei para tomar cuidado com ela!
— E vou. Mas acho que devia tomar mais cuidado com você...
Eu não respondi nada, apenas me virei, e a assisti caminhando até o lago.
_Siga ela, Jake_
_Ela é teimosa, mas você não suportaria perdê-la_
Algo me diz que eu devia segui-la, então o faço, com o mínimo de som possível, para não ser flagrado.
ו×♡ו×
Após um diálogo demorado, de ambas se lamentando sobre o acontecimento com o Richy, Jessica e ( seu nome) começam a levantar a voz. Um alvoroço se inicia.
— Eu sabia! Agora tudo faz sentido! Foi você! Você quem incriminou seu próprio irmão, e ainda se pagou de boazinha. Você quem causou o acidente do Dan, você quem fez aquilo com o Richy!
— Muito bem, (seu nome)... Já estava na hora de você perceber...
_Eu sabia, eu avisei_
É tudo o que eu penso, durante a discussão.
— E agora, Sherlock Holmes, o que você vai fazer? Contar para a polícia? Não acho que eles vão acreditar em você… Será a minha palavra contra a sua…
— Eu tenho mais provas do que você imagina.
— Se é assim… Parece que vamos ter que eliminar ameaças, certo?
— Perdão? Como assi-
Antes que ela pudesse terminar, o pior acontece: Jessy a empurra dentro do lago azulado, e corre em direção a casa do desafio.
_(seu nome)..._
_(Seu nome)!_
Sua cabeça afunda na água praticamente congelada, por causa do inverno. O desespero toma conta de meu coração acelerado, enquanto corro de meu esconderijo até onde ela está.
— (Seu nome), por favor, me diga que você está bem! Qualquer coisa, qualquer sinal de vida, eu preciso saber… — Eu grito, angustiado. .
Eu não enxergo nada, apenas uma última bolha se esvair na água, e seu pulso acabar.
Eu retiro meu moletom, minha máscara, e tudo que atrapalhar o caminho. Não me importo com minha identidade, nem com meu problema com o governo, nem absolutamente nada, apenas com a (seu nome). Ela é tudo o que importa agora.
Depois de algumas tentativas, sou capaz de trazer o corpo desacordado dela. Retiro o cabelo de seu rosto, posicionando-a, de lado.
— (seu nome), por favor, fala comigo. (seu nome), eu preciso de você, fala comigo…
Nada de resposta. Minha aflição atinge seu limite, quando decido apelar para a respiração boca-a-boca. É a minha única esperança.
Alinho meus lábios, nos gélidos dela. Transmito o ar de meus pulmões, tentando manter a calma. Depois disso, pressiono minhas mãos em sua barriga, para a circulação de oxigênio.
Uma. Duas. Três vezes. Não há resposta. Não há nada. Eu não… eu não posso ter a perdido. Não, não… Não agora… Eu preciso dela… Não, não…

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