Best Friend

Who Am I?

Taeyeon:

Poucos meses se passaram e com isso completamos nossos quinze anos, mas eu permanecia na mesma situação, totalmente apaixonada por ela e sentindo meu peito se enroscar e desenroscar repetidas vezes quando a ouvia falar do rapaz que gostava. Me sentia ridícula por ainda me sentir dessa maneira, afinal, eu precisava aprender a lidar com os sentimentos que havia desenvolvido.

Nunca havia namorado alguém antes, porque nunca fui o tipo de garota que chamava a atenção e faz os rapazes quererem ter algo mais sério comigo. Não que eu quisesse a atenção dos garotos, mas qual o adolescente que não quer mostrar para os outros de sua idade que está sendo desejado por alguém, não é mesmo? E isso de ninguém - rapazes - se interessar por mim só ajudava a Tiffany com aquele mesmo papo de sempre de que eu precisava parecer um pouco mais feminina.

Depois de quase um ano após saber de sua paixonite, recebi a desagradável notícia de que Tiffany estava namorando com Nichkhun. Eu não chorei de tristeza ao saber disso, porque o meu querer ficou em último lugar ao ver o quanto ela estava feliz com aquilo. Queria que ela fosse feliz e se era ele quem estava conseguindo fazer isso em meu lugar, por que iria chorar por não ser eu quem estava o fazendo? Era egoísta querer ocupar um espaço que nunca me foi designado. Era a felicidade dela em questão e isso me bastava. O sorriso dela me bastava.

...

– TaeTae, você está afim de ir ao cinema? – Ela perguntou.

– O que iríamos assistir? – Perguntei.

– Sei lá, qualquer coisa. – Ela respondeu. – Vamos ou não?

– Hm, pode ser. – Confirmei.

– Oba! – Comemorou. – Nick vai pagar nossas entradas, então você não precisa levar dinheiro pra isso, ok? – Ela disse toda animada.

– Teu namorado também vai? – Perguntei desgostosa.

– Aham.

– Ah... – Disse apenas. Não havia mais como desmarcar o que eu já tinha confirmado, iria ser óbvio demais que não iria por conta do rapaz. – Então tá, até mais tarde.

– Até. Bye bye, TaeTae. – Ela disse e desligou.

Logicamente, quando chegamos ao cinema, eu paguei pela minha entrada e como o esperado, o filme foi normal, nem bom e nem ruim. Acredito que se devia ao fato de meu humor estar péssimo e não a baixa qualidade do filme, simplesmente não estava muito feliz em estar naquele lugar no momento.

O motivo do meu mau humor se devia aos inúmeros beijos, abraços e carícias descabidas que os dois estavam trocando na minha frente. Tudo bem, pode parecer imbecilidade minha implicar com a medida de demonstrações de afeto no relacionamento da garota, mas no início eu não me importava, o grande problema é que era sempre assim.

Nós nunca mais tivemos um momento a sós como tínhamos antigamente depois que ela começou a namorar, porque ele sempre estava lá. Nunca mais tivemos momentos de amigas, era quase como um encontro de namorados e a melhor amiga solteira inconveniente, pelo menos era assim que eu me sentia; um fardo, um incômodo, um zero à esquerda. Me irritava o fato de que toda vez que a chamava para sair, ela levava ele junto e quando era ela a me chamar para sair, ele também ia junto, e como já disse, eu sempre acabava sobrando na história tendo que me entreter ao meu modo com qualquer outra coisa.

Após o filme terminar, fomos os três para a praça de alimentação do shopping qual estávamos e só então Tiffany percebeu que meu humor não era dos melhores, aproveitando o momento em que o namorado estava falando ao telefone um pouco distante para finalmente conversar comigo a respeito.