meu anjo.

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Addison's POV

Depois de chorar até acabar minhas lágrimas eu resolvi tirar o dia de folga para me recompor de todo baque. Vou até April e peço para cancelar todos os meus compromissos do dia e logo em seguida resolvo ir almoçar no parque que não é tão longe do escritório em um lugar que há muito tempo eu não vou. 

Sigo caminhando e chego em um restaurante simples mas que eu frequento desde que me conheço por gente. Ali vivi os melhores e piores momentos da minha vida e quase todas as minhas lembranças com as pessoas que já amei estão lá. 

"Adrianne!!" o dono me cumprimenta com um abraço caloroso e bagunca meus fios de cabelo, coisa que ele faz desde que eu era pequena. 

"Paolo! Que saudade" digo, saindo do abraço com um sorriso no rosto. 

"Você que sumiu, pequena. Desde o acontecido você não vem aqui." seu semblante fica triste e eu logo corto o assunto. 

"Muitas coisas aconteceram e com a empresa em minhas mãos ficou cada vez mais difícil de ter um tempo livre, mas estou aqui agora." tento forçar um sorriso, mas ao ver a mesa que sentávamos meus olhos se enchem de lágrimas novamente. Por que aquele canalha destruiu tudo? 

Sento em outra mesa e sou mimada por todos, que já sabiam meus pratos favoritos de cor e salteado. Depois de almoçar fico observando o movimento do parque, não muito cheio para uma terça feira a tarde e passado mais ou menos meia hora resolvo ir até o lago, uma coisa que fazia quando vínhamos aqui. 

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Meredith's POV

Chegamos no parque e Marla logo quis comprar algodão doce e por mais que eu não permitisse doces de dia de semana o dia tinha sido tão horrível para mim que decidi ceder e até pegar um pouco do doce dela porque sei que não comeria tudo. 

Fomos dividindo a comida conforme andávamos pelo parque observando pessoas correndo, andando de bicicleta, patins... Como seria bom se tivesse alguém com a gente aqui... minha cabeça involutariamente me leva de novo para Addison, a megera e eu não entendo porque estou pensando tanto em uma pessoa que nunca mais vou ver na minha vida. 

Expulso esses pensamentos e vou com Ma para o parquinho para ela se distrair um pouco. Brincamos de amarelinha, ela foi no pula-pula, desenhou com as outras crianças no chão, ao cair da tarde fiquei empurrando o seu balanço e depois deixei ela ir ao lago para dar comida aos patos, o que ela amava fazer desde que tinha 3 anos. Como ela estava com uma mãe de um amiguinho a deixei ir sozinha e fiquei sentada no parquinho esperando ela voltar. 

Minha cabeça, por outro lado, estava um turbilhão, mas não queria preocupar minha filha então resolvi surtar um pouco agora que estou longe dela. Como iria consiguir outro emprego agora? Eu preciso do dinheiro e não posso viver as custas de Cristina para sempre! Estava realmente acabada e não podia deixar isso transparecer pelo bem da minha filha, mas o que eu iria fazer? 

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Addison's POV

Sento em um banco perto do lago e as memórias me invadem. Ainda tenho medo da água mas me permito lembrar um pouco de como era estar naquela atmosfera feliz. Depois de tudo que aconteceu eu não tive mais coragem de fazer o que fazíamos juntos e cada dia mais essas lembranças felizes foram desaparecendo da minha memória. Começo a chorar, timidamente e vejo que uma pequena criatura se aproxima de mim. 

"Por que a Srta. está chorando? Você é tão linda." uma menina que aparentava não ter mais do que 7 anos senta ao meu lado e cuidadosamente sobe no banco para ficar da altura do meu rosto. Ela lentamente passa a mão em mim, limpando minhas lágrimas e sorrio. 

Eu fiquei sem reação. Um toque com tanta ternura e carinho me deu as energias que eu precisava para continuar a minha vida sem me tornar refém daquele dia trágico, que mesmo depois de 20 anos ainda me assombra.  

"Obrigada, meu anjo. Você que é linda." digo e ela sorri alegremente. 

"Qual o seu nome?" ela me pergunta e eu respondo "Addison, e o seu, pequena?"

"Que nome lindo! O meu é Marla, em homenagem a uma personagem que minha mãe disse que assistiu o filme quando estava comigo na barriga dela e sentiu que eu queria esse nome." ela fala com tanta naturalidade que eu começo a rir e pergunto de volta 

"E você queria? Esse nome, eu digo." 

"Ah não sei né, não lembro de como era estar lá." ela fala e nós duas rimos juntas. Eu sinto uma energia tão boa perto dela, quase como se ela tivesse sido parente minha em outra vida. Eu sempre quis um filho mas infelizmente nunca tive nenhum grande amor, ainda.

Ficamos conversando por mais alguns minutos e depois ela percebe que passou muito tempo longe da mãe e resolve voltar. 

"Bom, eu preciso ir, mas eu amei te conhecer Addison." ela diz e me da um beijo na bochecha

"Também amei te conhecer pequena." ela sorri e me surpreende com a pergunta

"Podemos nos encontrar aqui amanhã de novo?" 

"Se sua mãe deixar eu estarei te esperando." ela acena com a cabeça e vai embora, me deixando envolta nos meus pensamentos novamente. 

Depois que conheci Marla me sinto mais leve e com as ideias mais claras. Ela me lembrou muito alguém improvável, a loira da entrevista de manhã, mas deve ser só conhecidência. Pondero se devo ou não contratá-la já que ela não tem culpa do que Derek fez e abro essa possibilidade que só irei resolver amanhã. 

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Marla's POV

Minha mãe anda tremendamente triste e eu percebo isso só que não quero ficar chateada também para não piorar a situação da nossa família. Desde que meu pai abandonou a gente eu não vi mais minha mãe sair, se divertir, fazer coisa de adulto... e depois de conhecer Addison no parque eu tive uma ideia. 

Em parte porque vai ajudar minha mãe mas também porque eu queria ser filha daquela princesa. Então eu pensei, porque não juntar elas duas, tipo operação cúpido, mas sem as gêmeas.  Amanhã eu vou levar minha mãe para conhecer a Addison em um piquenique romaaântico. Se vai dar certo eu não sei, mas tudo que eu quero é ver minhas mãezinhas felizes. 

Penso tudo isso na volta para o parquinho e resolvo colocar o plano em ação. 

para curar dois coraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora