Capítulo 31

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O PENÚLTIMO


boa leitura 🐍

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{Narrado por Shawn}

— Marmaduke, olhe para mim. 

O cachorro corria ao redor da sala, as patas arranhando o piso de madeira.

— Pare, seu cavalo! 

Ele continuou correndo. Então me lembrei do comando alemão para ‘fique’.

— Bleib! 

Isso funcionou. Ele parou na minha frente. — Mostre-me o que você fez com ele. 

— Ruff!

Estendi a caixa destroçada e vazia e apontei para dentro. 

— O que você fez com o anel? 

— Ruff!

Se os últimos dias fosse um filme, seria nomeado de: O ano em que o cachorro arruinou o Natal.

Na manhã da véspera de Natal, eu estava em frente ao espelho do meu quarto, praticando todas as palavras pungentes que recitaria quando me ajoelhasse e pedisse à Camila para ser minha esposa. Eu não tinha certeza de quando exatamente faria a pergunta – se seria na véspera ou no dia de Natal. Eu só sabia que aconteceria em algum momento durante esses dois dias, quando o momento parecesse certo.

Birdie sabia de tudo e havia planejado seu próprio pequeno discurso para recitar para Camila quando a pedíssemos em casamento. Com o pai de Camila na cidade para testemunhar tudo, era para ser épico. Isto é, até que decidi deixar o anel na mesinha de canto enquanto tomava banho. Quando saí do banheiro, a caixa havia sumido.

Não havia mais ninguém para culpar, exceto o Duke. Ele era o único em casa no momento e tinha entrado e saído do meu quarto momentos antes do meu banho.

Acabei tendo que contar à Birdie. Ela e eu passamos o dia inteiro vasculhando a casa em busca da caixa do anel. Finalmente a encontramos – vazia. Nosso cachorro havia perdido um diamante Tiffany de 20 mil dólares.

Eu acho que ainda poderia propor sem ele. Mas eu queria que tudo fosse perfeito, e sem um anel, bem, isso seria muito ruim. Graças a Deus também tive a ideia de desenhar aquele pingente, porque, pelo menos, tinha algo para dar à Camila. Que pesadelo.

Então aqui estava eu, um dia depois do Natal, sem anel, apenas uma caixa vazia amassada, e estava falando com o cachorro esperando uma resposta como um lunático – como se eu pudesse, de alguma forma, negociar para que ele me dissesse o que fez com isso.

O fato de termos virado a casa inteira de cabeça para baixo e ainda não conseguir encontrar o anel foi muito desanimador, para dizer o mínimo.

Se não aparecesse nas próximas semanas, teria que diminuir minhas perdas e comprar um novo anel. Mas eu ainda não tinha perdido cem por cento das esperanças.

Foi estranho também. Senti algo em Camila quando ela saiu esta manhã, tipo uma decepção. Eu me perguntei se ela secretamente esperava que eu fizesse o pedido. Isso tornou tudo muito pior – porque eu queria desesperadamente colocar aquele anel em seu dedo.

Birdie entrou no meu quarto enquanto eu continuava negociando com o cachorro.

— Teve sorte, papai? 

— Não. Você? 

Ela balançou a cabeça.

— Não. Eu até examinei todos os meus bichinhos de pelúcia, pensando que talvez Marmaduke estivesse brincando com eles e o anel estivesse lá. Mas não encontrei nada. Existe algum outro lugar que possamos procurar? 

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