ALGUÉM CONHECIDO

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José estava determinado em enfrentar o pula que violentara sua esposa e foi direito para a casa dele.

- Já que os policiais não podem resolver isso então eu mesmo vou pôr um fim nisso mesmo que isso me custe a vida, não posso permitir que mais um deles humilhe minha família. Anos passam e eles continuam os mesmos, mesmo estando em nossa terra, mesmo usufruírem do que é nosso por anos e eles ainda continuam os mesmos... - Assim pensava José enquanto caminhava em direção à casa do pula.

Rua dos Riquinhos, casa 512...

Bateu assim a porta, e pelo seu espanto, quem abriu era alguém que já conhecia...

- Que surpresa, José por aqui? Já dei uns dias de folga para você, vieste agradecer-me mais uma vez?

"Era nada mais que o chefe Geraldo, o homem com quem trabalhara e tinha tanta admiração"

- O que faz o senhor aqui?

- Como assim José? Eu moro cá, eu quem estou surpreso por te ver aqui.

José não queria acreditar. - Não, a Sofia poderia se enganar com o número da casa 512 não pode ser aqui - Assim pensava José.

Mas depois lembrou das características físicas que Sofia desdenhou sobre o pula. - Alto, com os cabelos brancos nascendo nas laterais de sua cabeça, barba e um bigode que quase lhe cobria a boca. José ficou chocado e toda raiva que carregava quando saiu de casa desaparecia no momento em que descobriu que o seu chefe, aquele que ele tanto respeitava, foi o mesmo que violentou sua mulher.

- Vamos entrar José, não fique aí fora.

- Queres beber qualquer coisa?

- Não, deixa estar, só quero fazer-te uma pergunta... - Disse José mais calmo.

- Sim, mas não vamos falar de trabalho, estou farto de conversas do tipo, fala-me de bebidas e mulheres.

- Você estava aqui com uma mulher negra há aproximadamente quatro noites atrás? - José ainda não queria acreditar que o seu chefe era assim tão desumano, baixou sua raiva e tentou conversar com ele amigavelmente, e ao invés de dizer sobre estupro, ele preferiu usar outra palavra para que não soasse uma ofensa... apenas queria ter a certeza que estava a fazer a coisa certa...

- Uma mulher negra? Desculpa por dizer isso a ti amigo, mas mulheres negras é o que mais aparecem por aqui, como bem sabes minha mulher e filhos estão na Europa, então eu posso ter quantas eu quiser aqui, não nego isso, sei que você entende José...

E a quatro noites atrás eu me envolvi com várias, o que não falta é mulheres negras querendo dinheiro, você entende, a vida por aqui não é fácil para muitas delas, muitas delas vendem o corpo e se for bonita, claro que pago pra tê-la...

José engolia todas aquelas palavras maldosas que saia da boca de Geraldo, pois ele procurava confirmar outra coisa.

- Então você não estava com alguém diferente a quatro noites atrás?

- Não, só mulheres fáceis que dão tudo por dinheiro...

Coração de José se acalmava enquanto ouvia, mesmo estando na casa que Sofia indicou e com as características físicas que ela disse, estava parecendo que não era o chefe Geraldo quem estuprou ela. - Talvez seja outra pessoa, talvez tenha se enganado no número da casa, isso era raro, mas poderia acontecer. - Assim José pensara.

- Mas por que a pergunta? - Disse Geraldo com cara de quem não entendia muito bem o que José queria

- Bem chefe, eu queria falar sobre o trabalho quando cá cheguei e agradecê-lo pela folga, mas o chefe disse-me logo que não queria falar de trabalho e apenas queria falar de assuntos interessantes, por isso falei sobre mulheres que é algo que todo homem gosta. - José era inteligente, falava direito com Geraldo sem levantar suspeitas.

MEMÓRIAS QUE NEM O TEMPO APAGAOnde histórias criam vida. Descubra agora