- Posso dormir aqui, se quiser. - Engoli seco e sorri para meu ex cunhado enquanto jantamos. - Sei que você tá se sentindo sozinha.
- Eu to bem, é só esse... - Franzi o cenho pensando mais. - Turbilhão de sentimentos e eu não sei como lidar. E ela está bem?
Ele deu de ombros cortando sua carne.
- É a Joalin. Nunca vai dizer nada. Por mais que a gente tente, não vai ser fácil arrancar alguma coisa dela.
Eu dei um sorriso. Sei bem como ela é, aliás como não saber, a conheço desde os dezesseis, sei suas maneiras, seus jeitos e manias, suas falas, seus pensamentos que ela insiste em esconder.
- Sabi, você está chorando de novo? - Ele veio até a mim largando os talheres e me puxou me levando pro sofá onde fiquei em seu abraço. - O que está acontecendo?
- O que dói mais?
Essa pergunta me machucou, mas seu cafuné me acalmou, então eu pude pensar com calma. O que me doía mais? O que eu poderia responder?
- Toda vez que eu venho pra sala... eu me lembro de eu pedindo pra ela ir embora, que eu não queria ver seu rosto... - Ele suspirou. - Ela apenas aceitou, como sempre faz, foi compreensiva, aceitou que eu fingi que não a queria mais, não brigou comigo, não implorou pra ficar.
- Ela não sabe diferenciar, Sabi. Ela acha que contrariando você, ela vai te desrespeitar, ela foi acostumada assim, nosso pai nunca foi um dos melhores, você sabe. - Eu funguei. - Ela sempre é debochada ou tão séria, ou tão inteligente ou tão burra. Provavelmente na noite que terminaram, ela não quis te contrariar para não parecer um tipo de desrespeito.
Fiquei quieta pensando sobre isso.
- Aceito que você durma aqui.
- Então irei dormir aqui.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
