002 -A cerimonia

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Se um dia me perguntassem sobre os Angelus, eu diria que são como rosas.

São como aquelas rosas que todos acham estondeante, com uma beleza pura e genuína, como de um anjo. Mas nunca chegam perto por medo de seus espinhos traiçoeiros assim como um anjo queima aquele que considera uma ameaça.

Um anjo pode ser uma das coisas mais graciosas do mundo, mas nao anula o fato que ele te matará para continuar sã e salvo. Assim como rosas eles contem segredos. Cada pétala de uma rosa vermelha contém um segredo.

Pessoas curiosas tentam tirar cada pétala de uma rosa para a destruir com seus erros jamais percebidos, por isso os espinhos como forma de defesa, para que não fiquemos vulneráveis. Mas no fundo, todas as rosas sabem que são vulneráveis á palavras e toques, a diferença é que umas escondem bem mais que outras.

Já eu, sou vulnerável á provocacões, mas isso não quer dizer que eu não saiba retribuir em dobro o tal ato.

Os outros dois dias foram horríveis após a anunciação do início da aliança. Simplesmente horríveis.

Rei Peedermont fez questão de me provocar á todo custo em relacao ao príncipe, já que ele pressentia que eu armaria alguma burrice na chegada do Príncipe Leonard ao Palácio de Winspers, onde permaneceria por alguns meses até o casamento.

Segundo os dois novos reis aliados, Felix e Peedermont, acharam conveniente que o futuro rei e rainha se seus reinos se conheçam e aprendam a conviver juntos antes do casamento. Muita generosidade da sua parte..

Considerei milhares de vezes a desculpa de passar os próximos quatro meses fora do Palácio, para não me envolver nisso.
Eu até gostaria de ir a uma patrulha militar em países ao redor mas Hellene fez questão de exigir para o rei que eu estivesse presente ao longo da estadia de Leonard, ela nem sequer precisava mais que eu lhe prometesse, já que tinha o rei para m2e obrigar. E ainda me restava o problema dos soldados.

Dei uma breve espiada no meu reflexo no espelho da parede enquanto passava pelos corredores iluminados por uma tonalidade de creme. O vestido preto justo e longo com uma fenda bem na coxa direita fazia parte da fantasia de anjo da noite. As pequenas asas pretas coladas no tecido em minha costas deduravam o significado da fantasia que eu nem ao menos havia escolhido, mas sim Helene.

Aquele vestido realçava minhas curvas, desde a cintura fina até o quadril largo se afinando com forme descia por minhas pernas. Meus braços combinavam com o resto de meu corpo; com alguns músculos graças aos treinos de combates, porém ele não destacava-se perante as minhas outras curvas. Meu ombro, pescoço e clavícula com certeza eram as partes mais lindas em mim; destacados como a marca que uma flecha deixa no tronco da arvore ou como a marca de minhas cicatrizes.

O cabelo negro descia por meus ombros e brilhavam conforme a iluminação dos lustres do Palácio se alteravam a cada degrau que descia até o primeiro andar onde a música clássica saia abafadas por todo o castelo.

Mais uma vez estava atrasada. Poderia apostar uma tiara de diamantes roubada de Hellene que quando colocasse meus pés no salão, levaria um dura de meu pai pelo atraso de quase duas horas. Desta vez eu talvez merecesse, ou não, já que eu apenas estou indo para lá por uma ordem.

Eu poderia ser muito intolerável as vezes, eu sei disso, mas uma coisa que eu não sou, é burra. Eu sei quando seguir as regras, quando é necessário ou quando eu estou errando ao seguir uma regra.
Se eu não aparecesse nessa cerimônia, não faria diferença, seria obrigada a cumprimentar o príncipe e ve-lo todos os dias por quatro meses seguidos. Se eu não aparecesse, meu pai e irmã reclamariam tanto que eu poderia ficar surda.

- só por algumas horas..só por algumas horas.. - resmunguei ao parar em frente a porta e roçar meus dedos nas duas maçanetas de ouro gelada.

 The angel's rosesOnde histórias criam vida. Descubra agora