Chamado Inesperado

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É domingo de noite. Celeste está sozinha na casa de seus avós, que foram comprar comida para a janta. Devido ao ocorrido, para a garota não sentir medo foram instalados alarmes na casa, o que a tranquilizou.

Celeste não mora com sua mãe, Katrina devido ao fato de ter mais privacidade por estar sozinha e seu quarto ser localizado no último andar. É algo na qual gosta. E sua mãe por trabalhar de maneira autônoma precisa de silêncio e não tem tempo para dar total atenção para a filha quando é necessitada, que é raramente.

Seus avós chegam com a comida e a chamam para comer. A jovem desce até a cozinha e janta acompanhada deles. Acabando a refeição, ela lava seu prato, coloca-o no escorredor e sobe no terceiro andar, onde é seu quarto.

Ao entrar no quarto, ela fecha a porta bruscamente, de forma acidental. E já com a mão esquerda segurando a blusa, ela vira-se preparando para retira-la de seu corpo, mas para ao ver um homem sentado em sua cadeira gamer. Neste momento seu corpo fica paralisado totalmente. Toda a comida em que acabara de ingerir faz com que tenha refluxo, mas consegue segurar o vômito. É o mesmo homem que apareceu para ela quando quase fora sequestrada.

- Estava gostosa a comida, querida? – Pergunta o homem, dessa vez com a voz um pouco menos áspera.

E sem dar resposta, ela simplesmente mantém-se com os olhos arregalados enquanto tentava se segurar para não desmaiar.

Não se recuperara totalmente do "susto" de sexta-feira, que por mais que não tenha ficado traumatizado, fora um choque que levara na qual há anos está ciente que isso poderia acontecer com ela, assim como qualquer com mulher que more no Brasil ou em qualquer parte do mundo. Então instintivamente, o medo veio.

- Que foi? Parece que viu um fantasma. - Ele solta uma áspera gargalhada.

- Quem é você? - Pergunta Celeste com a voz trêmula.

- Ah, não acredito que você não me conhece. Logo eu que te naveguei naquele barquinho contigo enquanto você dormia. Logo eu que já disse quem eu era anteontem.

- Ai. Meu Deus! Estou ficando louca, estou vendo coisas da minha mente, preciso me internar. – Diz apavorada, enquanto anda de um lado para o outro, trêmula, e com as mãos na cabeça segurando o cabelo.

- Calma filha da puta, você não tá louca não.

O homem levanta-se da cadeira e vai até ela, segurando em seus braços enquanto a encara fixamente nos olhos. Suas mãos quentes, seu olhar, mesmo que sombrio, transmite calma para a jovem que então começa a respirar profundamente e que logo consegue se acalmar. Ela e o encara observando suas características físicas.

"É como se eu já o conhecesse de algum lugar." Pensa Celeste.

Ele está com as mesmas vestimentas da primeira vez em que foi visto pela mesma. Uma capa preta que o cobre até a altura do joelho com bordas prateadas e uma cartola negra com uma fita branca.

- Quem é você? - Pergunta novamente tentando manter a calma.

- Você pode me chamar de Tatá. Como eu disse antes, sou seu guardião.

- Tatá não é nome de mulher?

- Tatá é o nome de quem vai chutar sua bunda se falar de novo que é só nome de mulher.

- Desculpa. - Lamenta cabisbaixa.

"Que sujeito mais grosseiro." Pensa Celeste.

- Eu sou aquele que te protege onde quer que você esteja. Para maioria das pessoas eu sou invisível, mas eu existo viu? – Tátá comenta brincando.

CelesteOnde histórias criam vida. Descubra agora