O lado certo do inferno

antes das aulas

"Vamos Louie, vá incomodar outra pessoa", disse Harry ao gato ruivo em seu colo, que estava bloqueando seu livro. O gato não se mexeu, então ele teve que levantá-lo, apenas para o felino pular em seu colo novamente. "Ok, o que você quer?" Ele decidiu desistir de tentar ler e obedecer a tudo o que seu gato caprichoso quisesse.

Louie simplesmente saltou para o chão e começou a andar, olhando para trás para ver se o menino o estava seguindo. Harry às vezes se perguntava o quão inteligente o gato realmente era, porque às vezes ele agia mais como uma pessoa do que como um felino. No entanto, momentos como esse lembravam ao menino que Louie era um gato no fundo, caprichoso e bastante temperamental. Apesar disso, ele não conseguia reunir energia suficiente para realmente se sentir exasperado com as travessuras de seu gato. O ritual da noite anterior foi exaustivo e uma boa noite de sono foi incapaz de ajudá-lo a se recuperar.

Distraidamente, seu dedo traçou a marca em seu peito. Apenas a lembrança de uma dor aguda lembrando-o de que era realmente real e não um sonho melancólico. Apesar da nova característica em seu corpo, Harry não se sentiu diferente ... Bem, talvez ele se sentisse mais relaxado porque agora podia sentir a magia de seus amigos e sabia que eles estavam seguros.

Os dois continuaram caminhando até chegarem perto da sala de visitas, o barulho chegando ao corredor. Ele respirou fundo para endurecer os nervos para a socialização a que seria submetido naquele dia, porque essa é a única razão pela qual tia Eleadora ou sua irmã teriam enviado seu gato para resgatá-lo - seus elfos o amavam demais para interromper seu limitado horário na biblioteca. Porém, pela vida dele, Harry não sabia por que tinha a sensação desconfortável de esquecer algo.

Ele entrou na sala com passos quase inaudíveis e teve o desejo de colocar a palma da mão no rosto quando viu uma mulher que estava tendo uma conversa animada com tia Eleadora. Sim, ele definitivamente havia se esquecido de algo importante.

"Bom dia, Sra. Finch-Fletchey," Harry cumprimentou a mãe de Justin, estampando um sorriso educado no rosto.

"Harry!" A mulher exclamou e envolveu-o em um abraço caloroso que não foi necessariamente bem-vindo, mas ele apreciou o gesto mesmo assim. "Quantas vezes vou ter que dizer para você me chamar de Katy ou Tia Katy. Não importa, estávamos tendo uma conversa fascinante com Dora."

Harry só conseguiu suspirar para a mulher entusiasmada, mas não conseguiu esconder o sorriso. Ele percebeu que Neville estava sentado ao lado de tia Eleadora e que não havia mais ninguém na sala. Quão curioso é isso?

"Onde estão os outros?" ele perguntou a Neville, que, por algum motivo estranho, parecia particularmente nervoso.

"Eles saíram para treinar e Fleur decidiu sair em turnê com a família."

Vendo o quão desconfortável Neville parecia estar, Harry se sentou ao lado dele e colocou a mão em seu joelho. Seu amigo ainda parecia ansioso, mas pelo menos seus ombros relaxaram um pouco.

"Agora que você está aqui, há algumas coisas que precisamos conversar", disse tia Eleadora, seu rosto normalmente gentil tornou-se sério. "Katy finalmente conseguiu encontrar um tratamento para os pais de Neville, mas precisamos que vocês dois estejam cientes de que nenhum deles pode voltar a ser como eram antes do incidente."

"Por que eles são assim?" Neville perguntou sussurrando, não ousando desviar o olhar de suas mãos.

"Não sabemos," a mãe de Justin suspirou, franzindo levemente a testa. "Fizemos todos os testes que você pode imaginar, mas ainda não sabemos por que eles estão nesse estado. Suas glândulas pituitárias estão em excelentes condições, a produção de neurotransmissores deveria ser normal, mas não é. Eles só produzem o suficiente para sobreviver ", a mulher respirou fundo antes de continuar. "Lembra quando eu disse que era uma boa ideia deixar seu gato no hospital? É porque você mencionou que era o gato da sua mãe e eu queria ver se Alice era capaz de se lembrar dele. Além disso, mesmo que ela não fosse. Os animais de estimação desencadeiam a liberação de dopamina e oxitocina. Fiquei agradavelmente surpreso quando Alice e até mesmo Frank começaram a reagir a Louie. No entanto, a produção de neurotransmissores deles só aumenta quando eles têm visitas ou quando Louie fica com eles. Mesmo assim, é não o suficiente para ser considerado um tratamento. "