Capítulo 3

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Pov Joalin

A tarde, o médico me deu alta.

Eu estava levemente desesperada, mas feliz por sair do hospital.

Um enfermeiro me ajudou a entrar no carro, Sabina estava no lado do motorista.

Fiquei encarando aquela máquina.

Que carro...

Quem tá dirigindo é outra máquina. Ainda não sei como eu conquistei essa mulher.

— Você lembra do seu amor por carros? – Ela disse concentrada dirigindo.

— Não... Eu sei dirigir?

— Bom, você tem mais de 70 carros. Meu pai deixou uma coleção para você, e com o passar dos anos, você foi comprando outros.

— Mulher do céu, eu imaginei que você fosse rica, mas tu tá de parabéns. Tem quantos zero na sua conta?

— Alguns...

Encarei Sabina dirigindo, ela estava descalça, a camisa social toda desleixada, a calça preta bem grudada no corpo, o rostinho dela era de cansaço.

— Me fale como eu sou como mãe.

— Você é maravilhosa, sempre foi a mãe mais brincalhona, aventureira, babona, e muito grudenta com os filhos. A Luna gosta muito de pedir conselhos sobre garotas com você. A Taylor nasceu de você, vocês são super apegadas uma a outra. O Jan ele gosta de brincar com você, de contar como foi o dia dele, pedir ajuda nas tarefas da escola, ele tem um jeitinho bem parecido com o seu, e também ama matemática.

— Então eu sou a mãe legal, e você é a mãe chata?

Ela riu.

— Não é exatamente assim! Você também briga com eles quando preciso. E precisa sempre, jesus Cristo, essas crianças tiram nosso juízo.

— A Luna está noiva? Ela tem quantos anos?

— Ela tá com quase 19, ela namora a Maya a 1 ano e alguns meses, elas estão vivendo juntas na verdade, as duas cursam Faculdade, moram em um apartamento, elas vêem em casa apenas os fins de semana.

— Você fica bem com isso?

— Não, eu morro de ciúme e de saudade. Dói não ter meu bebê embaixo das minhas asas.

Sabina foi entrando com o carro em uma luxuosa mansão preta.

Caramba!

Quantas pessoas queriam esquecer a memória, acordar de um coma, ter uma mulher gostosa, filhos, e ser rica pra caralho? A parte de esquecer a memória é um pouco frustante... Parece que eu apenas cai aqui de paraquedas.

— Casa bonita...

— Escolhemos juntas, antes do nosso casamento.

— Você parece que confiava bastante em mim.

— Confiava minha vida. Minha vida é você e nossos filhos.

Um cara de terno andou até o carro e abriu a porta do meu lado.

— Senhora Joalin, fico muito feliz que está de volta!

— Eu mandei comprar uma cadeira de rodas para você, quer esperar? – Sabina disse um pouco indecisa.

— Não, eu quero ir andando. Não quero cadeira.

O cara me ajudou a descer. A Sabina também deu a volta no carro.

Eu apoiei meus braços nos ombros dos dois, e fui andando devagar.

— Você vai fazer algumas sessões de fisioterapia, para poder voltar 100%.

Sra Hidalgo 3° Temporada (Reescrita) Onde histórias criam vida. Descubra agora