Capítulo 04

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#Chris
Eu estava me preparando para mais uma apresentação, sentei-me ao lado direito do palco, um pouco afastado para afinar o instrumento, enquanto dedilhava uma melodia que aprendera com meu pai, abri os olhos lentamente e como um reflexo meus olhos percorreram até o meio do salão, onde avistei uma bela moça que estava parada frente ao bar. A observei com muita atenção, não só por sua beleza que era realmente estonteante, mas por sua expressão de curiosidade e agonia, com certeza algo a estava incomodando.
Brunno tomou o microfone em suas mãos gritando em grande euforia, anunciando o início do show, o que me tirou completamente de meus devaneios, mas de forma alguma evitou que eu tirasse os olhos daquela garota. E assim permaneci, com os olhos fitados nela, talvez tentando decifrar o que a deixara tão aflita. Foi então que a vi ir em direção a uma porta ao lado de trás do salão e logo sendo parada por um careca alto, ele apertava-a pelo braço sendo um tanto agressivo, logo Vinny chamou minha atenção, pois naquele momento nem havia me dado conta que tinha parado de tocar.
Senti meu sangue ferver quando a vi sendo praticamente agredida por aquele velho, por um segundo pensei em ir lá ajudá-la mas ela finalmente se desvencilhou e seguiu lentamente em direção a saída, suspirei quando Brunno anunciou que faríamos um intervalo e fui como um jato em direção aquela garota.
Cheguei na porta de saída e olhei para os dois lados para ver se a encontrava, avistei a poucos metros, caminhando não sei ao certo em que direção. Apressei os passos para alcansá-la já que estava a uma distância considerável, logo a alcancei e tratei de caminhar sem fazer muito barulho para não correr o risco de assustá-la, o que foi totalmente em vão, pois ela logo notou que alguém a estava acompanhando.

#Rafaella
Vi atrás de mim um homem, olhando-o melhor vi que aparentava ter menos de 20 anos, vestia calças jeans e uma jaqueta de couro preta, pensei em gritar e logo levei minha mão a boca lembrando do que estava acontecendo com Hellen do outro lado do muro. Olhei para ele confusa e num sussurro perguntei o que queria já que não parecia ter a intenção de fazer algum mal a mim, encarei-o durante alguns segundos esperando por uma resposta....

#Chris
Se virou lentamente e me encarou com seus lindos olhos, eu apenas respondia ao seu olhar feito um bobo enfeitiçado, quando ela resolveu quebrar o clima perguntando em um sussurro: "o que você quer". Aquela voz doce e pura invadiu meus ouvidos me fazendo automaticamente fechar os olhos e respirar fundo, soltando um leve e inaldível suspiro.
Ela continuou a me encarar e eu sabia apenas retribuir, mas logo arqueou sua sobrancelha direita fazendo-me rir de sua expressão divertida.

#Chris e Rafaella

- Desculpe, eu sou Chris, da banda que toca ali no Strong, assustei você?

- Na verdade sim. - abriu um meio sorriso, que era lindo por sinal.

- Ah, me desculpe, não foi minha intenção. Como você se chama?

- Chris, você ainda não respondeu minha pergunta. - falava em sussurros

- Porque estamos sussurrando? - falei fazendo uma careta divertida, desviando o assunto, pois nem eu mesmo sabia o real motivo de estar ali. - ela riu.

- Olha! - disse apontando para o pequeno buraco no muro, onde podia ver tudo o que se passava no lado de dentro.

- Nossa! Porque ele está agredindo ela? - perguntei assustado, fitando seus olhos também perplexos com a situação.

- Acho que tem alguma dívida com ele ou mantém algum tipo de relacionamento. - pude ver o peso da preocupação em seu tom de voz.

- Pode ser, melhor sairmos daqui! Vem. - disse pegando-a pela mão.

- Aonde você vai? Precisamos ajudá-la, não posso simplesmente deixá-la assim. - disse já soltando sua mão da minha.

- Olha..... - estalei os dedos em sinal de que não sabia seu nome.

- Rafaella. - ela respondeu

- Rafaella. - sorri por dentro. - não vamos poder ajudá-la, não há como entrar e... -me cortou antes que eu continuasse.

- Chris, eu vou ajudá-la, se não quiser tudo bem, pode ir! Mas eu não vou sair daqui enquanto não arranjar uma maneira de ajudar essa garota, ela não tem ninguém que a ajude.

- Tudo bem. - suspirei derrotado. - Vamos entrar e eu vejo como ajudá-la.

- Jura?

- Juro!

Lutando Contra O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora