Diário de uma Wicca 2

Dia de Sabbath

Capítulo 2
Daily Astrea Ameth

A semana parecia tão tranquila, que se podia ouvir os pássaros cantando pendurados nas suas árvores, a brisa do vento que levava meus cabelos, até que o som estridente de uma tigela de cereal, que caia ao chão pude ouvir de meu quarto. Era impressionante como a inquilina com quem dividia meu apartamento, era tão desastrada e para piorar às vezes se torna uma pessoa curiosa e faladeira demais.

Porém já aprendi a acostumar-me com este tipo de comportamento, aqui vou eu a mais um dia corrido pela frente sempre com novos desafios ou um livro novo para ler. Muitas pessoas dizem que um dia ficarei louca, por tanto folhear páginas mas me pergunto se daqui a 10 anos... Eles terão uma mente brilhante como a minha, mas não posso esperar menos de uma gente sem informação e hipócrita. 

Parei de divagar entre meus pensamentos e fui para frente do guarda-roupas, para escolher o look que iria para o serviço dessa vez, peguei uma calça jeans azul, um moletom preto, uma regata branca e o que nunca podia faltar... Meus anéis pratas e minha gargantilha preta com a tríplice realçando minha beleza que foi dada a mim, de muito bom grado. Depois de ter me vestido desci para tomar café da manhã que a inquilina havia deixado, apesar de ser tão desastrada cozinha que é uma beleza, um exemplo disso, são as panquecas recheadas com caramelo, suco de frutas vermelhas, pão de babata e uma geleia de goiaba deliciosa.

Seguido desta refeição divina, saí para o trabalho e acabo por esbarrar com uma velha amiga, me parecia estar com um ar preocupado mas preferi não tocar no assunto enquanto, dirigia suas palavras a mim. Beatrice contou como estava sendo sua adaptação na nova casa quase no final da cidade, pela sua descrição pareci gostar bastante... O modo como falava de cada detalhe era suave e reconfortante, nessas horas me lembro como é maravilhoso fugir um pouco dos holofotes do centro e mergulhar pela imensa natureza.

Narrador ON 

Astrea passou as suas ultimas seis horas de trabalho, dentro da biblioteca. Fazendo algumas anotações, cadastrando livros, vendendo, recomendando e auxiliando as pessoas que adentravam o local. Porém, seu coração encontrava-se ansioso pela chegada da noite, o momento em que veria suas irmãs do Coven e partilharia de seus conhecimentos mágicos com as mesmas. Perto da biblioteca se fechar, um certo cliente veio adentrando o local, todo apressado em busca de um livro referente a um seriado muito famoso em Asgard chamado " The Book of Blood " de inicio ficou surpreendida com tal ambição mas depois entendeu a questão da história... Era um livro raro com poucos exemplares e para sorte na biblioteca em que estava continha.

Exatamente na décima quarta fileira, ao lado dos inúmeros livros de suspense, estava lá ele na seção de terror, embrulhado em uma espécie de pano de veludo por questões de estética e marketing assim acreditava. Após pegar o objeto, dirigiu-se novamente ao balcão entregando o livro ao cliente, que tirou de seu bolso uma carteira de couro com detalhes em prata no contorno. Após o pagamento ser efetuado, Astrea estava finalmente liberada para conferir o caixa, apagar as luzes e por fim fechar a loja.

Terminou tudo ansiosa pelo encontro, com o pensamento fixo de passar em sua casa apenas para buscar algumas ervas que havia guardado atrás da porta de seu quarto. Não sabia se era ironia do destino ou algo do tipo, pois, quando virou a esquina de apenas uma via um grande tronco de árvore caiu no caminho bloqueando uma grande parte da passagem, as pessoas que transitavam ali ficaram assustadas com o estrondo e chamaram os bombeiros imediatamente. Com a espera de quase meia hora, a jovem conseguiu sair do local e locomover-se até sua residência percebendo que estava mega atrasada para seu compromisso com suas irmãs do coven que lhe aguardavam ao inicio da noite de sabbath.

O dia mais esperado do mês pelas amigas, um momento muito especial em que ambas partilhavam da celebração da vida. Imbolc o sabá mais sagrado para elas, pois, adoravam a criação do ser apesar de ser tão falho... Depois de umas duas horas caminhando por uma trilha de mato, encontrou-se com suas irmãs em uma encruzilhada, sob a lua que estava aparentemente reluzente mostrando todo seu poder.

Astrea, Beatrice e Luna se dirigiram para o topo de uma montanha com outras mulheres que também haviam comparecido para a celebração trajadas de branco, com tearas de flores sobre suas cabeças, seus pés descalços enquanto pisavam sobre a grama verdinha e gelada. Ao chegarem a seu destino, forraram o chão com um lençol amarelo e colocaram um grande banquete sobre o tecido, pães, bolos, bebidas, ervas, velas, incenso entre outros, a alta sacerdotisa sentou-se ao chão e curvando-se em direção ao banquete feito com todo apresso e reverencia para a Deusa, para enfim fazer uma pequena oração consagrando os alimentos.

Astrea - Escutem irmãs, amigas, mães, filhas... Hoje celebramos um novo ciclo, um novo recomeço, o dom da vida sobre todo o mundo desde os antigos aos mais novos. Dedico este banquete, feito com o ardor de nossas almas á Deusa  que nos tem guardado todos os dias!

Pronunciou a sacerdotisa e todas vibraram em emoção, dando inicio a uma roda envolta do grande banquete, de mãos dadas entoando uma canção a Deusa enquanto sentiam o vento passar por entre seus corpos, o calor da natureza abraçando-as, o fogo que estava contido no caldeirão começou a subir e se formar uma silhueta feminina acompanhada de três cães que aparentemente faziam representação juntamente a deusa. Astrea viu a imagem e deu um grande sorriso, feliz por ter a presença de uma entidade presente e assim foram até o amanhecer, conversando, bebendo e fazendo seus rituais.