Diário de uma Wicca 2

E a vida continua

Depois do ocorrido encontro, cada uma das mulheres dirigiam-se a suas vidas pacatas e normais, restando apenas as três amigas de longas datas por assim dizer. Haviam se conhecido no Ensino Fundamental movidas por um pequeno acidente na hora do recreio, Luna encontrava-se aos socos e ponta pés com um aluno da mesma sala.

O garoto sempre quando a via pela escola, fazia piadinhas com a garota, só que neste dia ele havia jogado sua mochila numa poça de lama simplesmente por diversão. Ela com sua personalidade excêntrica, fez despertar em seu ser uma áurea muito pesada e deixou-se levar pelos seus instintos explosivos a ponto de perder o controle e quebrar o nariz do rapaz.

Senão fosse pelas duas meninas completamente estranhas, que entraram no meio da briga para tentar segurar aquele corpo feminino furioso o rapaz e Luna estariam muito mais encrencados do que deram a parecer na sala da diretoria. As quatro pessoas se encontravam vidradas em uma mulher de cabelos grisalhos mas de corpo atlético, de voz potente que chegava a dar medo nos alunos daquela fatídica escola, ditando as normas do lugar, o quanto foram imprudentes em ocasionar uma briga dessas, no quanto o garoto foi estúpido por confrontar ainda mais uma menina ou no tanto que as duas crianças Astrea e Beatrice erraram em ir metendo-se ao meio dos golpes desferidos pela garota de coração furioso.

Após o longo sermão os alunos presentes na sala, foram obrigados a passarem uma semana na detenção em tempo integral, o problema era que nem todos respeitavam tal punição rigorosa. Nos primeiros dias todos os quatro compareceram, mas depois o garoto causador do alarde começou a parar de frequentar talvez por não aguentar olhar no rosto de Luna, todo o tempo das entediantes aulas extras. Com isso restaram apenas a três meninas, que vez ou outra se entreolhavam até que uma delas decidiu quebrar todo aquele silêncio contido no local.

Astrea levantou de sua carteira e foi em direção a garota marrenta que estava na fileira dos fundos com um olhar vago, estendeu a mão direita esperando que a garota correspondesse ao gesto e assim aconteceu esperando uma resposta da pessoa que estava em pé em sua frente.

- Me chamo Astrea Ameth e você? 

- Hum...prazer em conhecê-la, meu nome é Luna Delphine e me desculpe por causar problemas para vocês

- Oras, tudo bem. Sentimos que devíamos intervir, não é mesmo Beatrice? 

Neste momento Ameth vira de costas olhando para a amiga que estava concentrada nas anotações da professora que estava lecionando na detenção. Então, a mesma interrompe sua atenção da frente do quadro em seguida se levantando, indo até onde as duas crianças estavam. 

- Ah é sim, aliás me chamo Beatrice Blair. O que acham de irmos a biblioteca depois desta aula?

Assim o belo devaneio de Luna a despertou, fazendo-a voltar a realidade e começar a gargalhar deixando as duas mulheres confusas a sua frente. 

- Posso saber do que tanto você ri senhorita? 

- Ah, Be se lembra da primeira vez que briguei na escola? 

- Saquei, então era disso que estava rindo né sua pirralha carrancuda

Com esse conteúdo elas entraram em uma conversa profunda, sobre os velhos tempos. Comparando a como se encontravam hoje, suas mentes e espírito estavam bem desenvolvidos a ponto de saberem interpretar com clareza as adversidades da vida, sem medo de errarem, perderem ou confundir-se. Afinal acreditavam hoje, que tudo se trata de um estado de espírito que nem sempre precisamos saber de todas as coisas. Pelo próprio bem estar, haviam coisas que deveriam estar enterradas no passado para todo sempre, afim de evitar grandes catástrofes no futuro.