Um Amargo (M)eu

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Um amargo meu, amargo eu,

Amargo sem fim, tão amargo assim.

Um amargo enclausurado, amargo de estado,

Um amargo assustado, amargo mal-amado.


Essa amargura que me puxa, que me segura,

Esta sina que perdura, maldição que me procura,

Me persegue, me segue e não consegue me deixar,

Esta má vontade que em mim cresce, um dia há de se realizar.


Tão curta foi minha estrada, mas tão dura que me foi essa jornada,

Porrada atrás de porrada, cheio de sentimentos fui um belo saco de pancadas,

Será que tão inocentes e desleixadas apenas eram aquelas piadas?

E o que acontece com essas marcas que em mim foram deixadas?


Em minha mão tenho ingressos, passagens, passaportes,

Uma forma de pôr um fim, preocupar-me apenas com despedidas,

Não mais aceito esses regressos, por isso logo me deporte,

Não quero mais isso aqui, isso assim, eu só desejo sanar minhas feridas.

Relatos de um Xonado: Esse é sobre as doresOnde histórias criam vida. Descubra agora