Convocação

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As horas vão passando e eu não me canso de olhar em meu relógio, ansiando para mais tarde ver John na festa. Eu com certeza teria de pedir roupas emprestadas à Amy, já que eu feito a Dory que sou, as esqueci. Me distraio por momentos de devaneio e logo volto minha atenção ao relógio. - Uffa! Falta apenas 1 minuto pra essa aula acabar. Admito que hoje fui uma má aluna, mas meu dia já havia amanhecido de cabeça pra baixo, o que poderia piorar?

- Tanta coisa...

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Finalmente são 12h40 segundo o relógio, me levanto e reúno minhas coisas de utensílio pessoal, olho pra Amy e ela vem até a mim, me envolve nos seus braços e me dá um abraço rápido porém carinhoso, direcionando suas palavras à mim com uma entonação animada.

- Ah amiga, eu jurava que você me deixaria na mão hoje. Pois preciso de ajuda com as compras de bebidas e tudo mais... meus pais já liberaram a casa pra hoje, estou ansiosa.

- Eu também estou ahhh, mal posso esperar pra ver aquele rosto lindo do Jhon. Ontem ele respondeu um story meu garota, acredita? Acho que tá rolando algo... - Ela me interrompe.

- Ai Nunu, já não te disse que ele é babaca? Você tá tipo Ariana Grande naquela música, "in my head" - ela ri e volta a falar - "eles vêem demônio, eu vejo anjo" sabe? Desencana dele. Se vista pra você, quando 'cê se apaixona fica muito cadela mulher. O negócio é ir hoje e pegar quem tem boca.

Eu começo a rir e vamos andando pelos corredores da Universidade, com olhares atentos às nós. Amy olha para um garoto e acena, fazendo o mesmo ler seus lábios, onde ela dizia que eles se veriam mais tarde. Amy sempre teve uma lábia e sedução sem igual, parecia ter feito algum curso, mas é o charme dela.

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Passando algum tempo, nós já havíamos almoçado e listado tudo o que deveríamos comprar pra essa noite, eu me viro para Amy dizendo que precisava ir no banheiro, ela assente com a cabeça e diz que só não me acompanharia pois estava pesquisando o que mais pôr na lista. Eu sorrio e digo um "tudo bem, já volto", caminho normalmente pelo corredor onde já havíamos passado e vou até o banheiro, que ficava próximo da área externa, onde os professores costumavam deixar seus carros. Adentro o mesmo e me deparo com duas mulheres se pegando firme, dou um sorriso amarelo sem esperar, pergunto se incomodo e elas se cobrem, dizendo que não e vão rapidamente saindo, me deixando completamente sozinha. Me olho no espelho por uns segundos depois de já ter feito minha necessidade e logo volto minha atenção para a pia, onde a abro e lavo minhas mãos.

Ouço o barulho de porta, da porta de um dos banheiros enfileirados de frente ao espelho e estranho o movimento dos mesmos, ninguém sai de primeira, eu pergunto se está tudo bem com a pessoa dali de dentro, quando em míseros segundos, sai de dentro do banheiro um homem todo coberto por roupas pretas e até seu rosto era coberto por um tecido preto, como se fosse uma máscara facial improvisada, eu tomo um enorme e susto e não consigo gritar, pois o mesmo homem coloca um pano em minha boca, apenas se ouvem murmúrios, passam segundos e logo eu desmaio, o mesmo pano tinha algum tipo sonífero. Ele me carrega até a área externa e abre um carro preto, me deita sobre o banco traseiro. Seus movimentos são rápidos e ele liga o carro, dando partida.

Passam-se tempos, eu acordo novamente no mesmo carro, mas agora ele já havia amarrado minha boca, eu me debato e me desespero, começo a chorar copiosamente. O homem continua mudo, somente dirige. No final, chegamos a algum tipo de depósito abandonado, meus olhos se arregalam e eu começo a tentar gritar. Ele sai do carro e abre minha porta, porém leva um chute em suas partes íntimas do qual ele talvez nunca se esqueça. Se abaixa no chão e aumenta seu tom de voz dizendo pra eu ter calma e confiar nele. Depois de ter se "recuperado", se levanta e me puxa pelas pernas, me deixando em pé e amarra meus braços com um outro lenço. Eu não aguentava mais chorar, meu medo era grande do que poderia acontecer agora. Sou puxada pelos braços e levada até a porta do depósito, que se encontrava vazio havendo somente uma cadeira.

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