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Suria caminha até a sua moto enquanto eu a olho de braços cruzados. Ela se vira pra mim e me olha bufando. :- Nuria, qual é. Sério, você vai ficar com raiva de mim por isso? Ok, peguei pesado, desculpa pela forma que Phineas te trouxe até aqui. Mas isso tem um propósito ok? Eu não sei se você vai querer entrar, mas pensa na nossa mãe Nu. Pensa no quanto ela se orgulharia de nós duas trabalhando juntas, em um plano comum! -
Suas palavras referentes à nossa mãe me fazem repensar a ideia e sinto uma lágrima cair dos meus olhos. :- Tudo bem, Suria mas é difícil demais pra mim ainda aceitar que estamos sozinhas. É recente demais a partida dela, eu preciso pensar se realmente vale a pena. Não sei é só...coisa da minha cabeça... -
Suria me olha e me dá um abraço rápido, sobe na moto e espera eu subir. Ela me guia até à festa da Amy onde com certeza ela já estaria bufando e ansiosa pela minha chegada. Eu me desço e percebo Suria mais calada e triste, só nós sabemos o quanto esse assunto de nossa mãe nos deixa mal...
Nossa história triste começou quando Ella Heinzen (mamãe) conheceu um suposto empresário de sucesso. Ele me amedrontava um pouco, por suas curtas e grossas palavras, isso quando ele falava com a gente. Pra ele, nós éramos um grande empecilho, pois nós nos posicionávamos quando o assunto era a relação que eles mantinham. Eu e Suria odiávamos ele, principalmente por ser alcoólatra e achar que era normal. Mamãe não sabia, mas ele era corrupto em seus negócios e em suas aquisições, Suria "investigou" toda a vida dele na época e estávamos arquitetando desmoronar o trono do bastardo fingido levando tudo às justiça. Porém, sem pretensões...houve um dia onde não podemos estar presente pra cuidar de minha mãe, nós víamos que ela se depreciava a cada dia mais estando com aquele mostro e não adiantava falar...a manipulação dele era incrível e fazia a magia acontecer. Nesse dia, Suria chegou em casa e...nossa mãe estava morta... ela havia apanhado até morrer, já não tinha mais pulsação e estava toda ensanguentada. Ele? Por sua vez já havia deixado o local. E é esse um dos grandes motivos de Suria ter trabalhado duro para entrar no FBI.
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Eu a olho por uns segundos e dou um sorriso de lado, - Vai ficar tudo bem, sis. Vai ficar tudo bem...- Ela retribui o sorriso e sem mais nem menos, volta a percorrer a estrada com sua moto. Eu caminho até a entrada dos Wooden, adentro a porta pois sabia que já era de casa e procuro Amy com os olhos. Já era por volta de 11:00 PM e ainda não tinha chegado metade dos convidados...
Finalmente encontro Amy e ela me ouve e se vira pra me ver, proferindo um "Até que enfim!" Em alto e bom som. - Nu meu Deus, onde você estava??? Eu passei tanto tempo te ligando garota, não faz mais isso! - Ela diz me levando até um lugar mais reservado. - Ah Amy, desculpa amiga...muita coisa aconteceu e eu quase não vim, mas tá tudo bem, calmaaa. -
Ela fica curiosa e começa a me fazer um monte de perguntas, parecia uma criança que aprendeu a questionar, soava engraçado. - Amiga, John veio? É que eu queria bater um papo com ele...-- Ele veio sim, porém não sei se vai gostar de saber...ele ficou com a Karolyne. - Sem querer meus olhos marejam, eu não queria, mas eu gostava dele e ele dizia sentir o mesmo...Aquilo não soou nada bem, agora mais do que nunca eu precisava conversar com ele.
Começo a ligar pra ele, ligo umas 3 vezes até que na quarta ele atende e diz que irá até a minha direção.
Eu suava frio, estava nervosa e confusa, os últimos acontecimentos prendiam minha atenção e foi quando percebi uma movimentação na escada...eu segui a sombra nítida e fui subindo, até que dou de cara com John ficando com Karolyne. Ele ouve passos e me olha assustado, no mesmo instante tenta se desvencilhar dos braços dela e ousa me chamar enquanto desce em minha direção, eu me viro e corro até o lado de fora. É naquele momento que minha irmã me liga. : - Alô? Agora não irmã, estou ocupada. Eu digo com a voz trêmula e a ouço atentamente.
:- Nuria, me ouve. Eu ouvi tudo, por favor não converse com ele, não vá atrás e não mande mensagem! Ela diz e eu sem entender começo a perguntar pra ela descrente do que havia me dito, não entendi como isso estaria acontecendo.
:- Nuria, você vai entender...eu estou mandando tudo pro seu celular, saia da vista dele. Ela termina e eu começo a chamar, perguntar o que estava acontecendo, até que ouço ele me gritar dali da porta, o olho e ignoro, saio em direção à minha casa e só dou um grito "Me esquece!"•••
Enquanto caminho, leio os prints que Su havia me enviado e começo a escrever pra ela como que ela tinha tantas informações sobre John. Em poucos minutos ela me responde...📲: Nu, eu hackiei o celular dele. Fiz isso pra te mostrar que você não pode e nem deve confiar nesse garoto. E sim, coloquei um ponto na sua roupa...pois precisava ouvir se contaria o que te falamos à alguém. Eu olho rapidamente pra minha jaqueta e percebo a presença de um ponto, bem pequeno.
Leio aquilo e fico surpresa com o meio que ela utilizou, continuo no meu caminho pra casa e começo a ligar pra Amy, só dá caixa postal e então mando a ela uma mensagem de voz: "Amy, mil desculpas por ter saído daquele jeito...está acontecendo muita coisa ao mesmo tempo e eu não estava me sentindo nada bem pra continuar ali, prometo que te conto tudo. Beijo..."
Desligo o celular e depois de alguns minutos, chego na minha casa. Minha cabeça estava à mil, meu coração batia forte. Foi quando olhei pra Su e a questionei aos prantos como aquilo aconteceu e por quê ela tinha feito isso. -: Ei calma, eu fiz isso por você...quando você fica apaixonada Nuria, você simplesmente não consegue ver nada com clareza e não lembra de ouvir sua razão. E ah... às vezes precisamos usar outros métodos pra descobrir a verdade.
Eu a ouço e sinto seu abraço, ponho pra fora aquela tristeza e frustração, digo o quanto queria ter essa plenitude que ela tinha.
:- Maninha, não é a toa que eu trabalho com crimes reais, eu consigo lidar com qualquer tipo de problema. E homens? Homens podem ser grandes viciados em mentir, em deturpar e fingir. Você nunca vai saber em qual parte ele está, não se doe tanto. Eu não quero ver em você a nossa mãe, que aceitava migalhas, não quero ver o mesmo fim que isso levou. Foi por isso que resolvemos te recrutar, pois vemos em você uma menina mulher, forte...que só não descobriu isso ainda.
Ela me diz tudo aquilo olhando em meus olhos e eu enxugo minhas lágrimas. No fundo ela tinha razão, eu puxei minha mãe nesse aspecto...porém aquilo me fez pensar que eu poderia ser uma grande arma nas mãos do FBI e agir diferente, aprender mais com pessoas mais maduras quanto à isso. Assim eu tomo minha decisão.
:- É, você tem razão. Está certo Suria, você venceu...eu vou entrar no projeto, eu já fiz minha escolha.
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Body Weapons
Random"Armas Corporais" é uma espécie de um livro/fanfic envolvendo o FBI e um projeto seu, novo em folha, do qual eles selecionam mulheres com capacidade de persuasão e sedução para agirem contra os criminosos mais potentes do mundo. O que esses homens n...