Gelo.

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Como um porto sem navio, a noite sem a lua, um caderno vazio eu me sinto vazia e sem sentido, sem você. Acordo com um buraco em meu peito, que cresce a cada segundo, a cada batida que os ponteiros dão, me lembrando que eu estou sem você. Esse buraco me suga, me imobiliza, ele dói, ele queima. Mas, não queima como fogo... queima como o gelo em minha mão agredindo a minha pele, sensibilizando e a impedindo de sentir o seu toque, a sua textura, de sentir você.

Durmo e encontro você nos meus sonhos, e então o gelo derrete, desaparece, o calor do meu amor por você torna tudo muito mais confortável. Mas eu acordo e apenas a lembrança de você não é suficiente para manter-lo, então vem o gelo novamente, apagar o calor do meu corpo, cada vez mais doloroso, cada vez mais ardente, me deixando inerte, sem vida, sem esperança, sem você.

Forte e IntensoOnde histórias criam vida. Descubra agora