Palavras nunca lidas por você ,um apoio que você nunca nem chegou a receber, um amor nunca esclarecido e sentimentos que morreram com você.
Naquela noite, 9 de setembro de 2019, eu me lembro bem, lembro da noite mais fria do ano, a noite que você se foi e, eu lembro tão bem a sensação de dormir chorando pensando em um mundo que você não existia mais, e doía como Inferno no auge de sua glória. Eu lembro de sequer me lembrar de como foi o seu velório, eu lembro da sensação que foi ver seu pai chorando quando viu a gente, eu sequer lembro quantas ou quem foram as pessoas a me abraçar, nenhuma delas funcionou, nenhum abraço sem encaixou, pois o único que poderia curar minha dor era o seu, era você, você e seu sorriso, você e sua risada alta e suas cantorias fora de hora e seus lindos e vastos poemas e, espremido em minha mão estava ela, a carta que você não leu, aquele maranhando de letras onde eu te entreguei meu coração, acho que no fundo você já sabia o que estava escrito, nós éramos almas irmãs interligadas pelo amor as palavras, estrelas criadas do mesmo átomo. E, eu lembro daquela noite de fria de setembro e das noites depois dela e principalmente da sensação de guardar palavras que não me pertencem, espremidas do fundo do meu coração, daquela carta que você não leu.
Lou
