Capítulo 8 - Cressida Twombley

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Olá.

Passando para desejar uma boa leitura.

Quarta-feira, 20 de Março.

Colin Bridgerton

Após o divertido reencontro com Penélope Featherington, encontro Cressida Twombley no porão do navio, entre os caixotes dos comerciantes na terceira classe.

— Sra. Twombley? O que faz aqui? — chamo e pergunto espantado, viro meu corpo olhando o lugar e a fito, questionando: — Aqui é uma área com acesso restrito!

Junto as sobrancelhas ao olhar para seu vestido, pois ele é exatamente igual ao de uma mulher que chegou na mesma hora que eu no porto de embarque, e que ainda há pouco estava amontoando  tripulantes no meio do corredor, com alegação de não estar o achando entre seus pertences. A antes popular, linda e esnobe Cressida Twombley, realmente faria isso?

— Colin Bridgerton! — suspira aliviada, mas logo abre um sorriso. — Deus realmente está do meu lado!

Sou homem, mas noto, as mulheres da atualidade usam vestidos diferentes, com detalhes únicos, mesmo que feitos pela mesma costureira, e o estilo deste, junto a toda essas rendas, estão bem longe de ser baratos ou comuns, e pelo que mamãe disse sobre seu desespero em tentar se casar, é evidente que com sua vida financeira não iria se garantir pagar nem o tecido, e marido nessa idade tendo essa aparência, nem pensar. Ela quem roubou, tenho certeza, e também ouvi a mulher dizer seu nome para o investigador, conhece ela de alguns dos debutes, agora só tentei interpretá-lo. Fui bem, eu sei.

— Não respondeu minha pergunta — insisto e em seguida me arrependo.

Por que diabos vou me meter nisso? Saber é o mesmo que estar envolvido.

Creio que Penélope jamais faria algo semelhante, sem conseguir evitar o momento que torno-me estranho, sorrio só de pensar nela, e sinto-me recluso da presença inquietante de Cressida, desde quando voltou a Grosvenor tenho notado que adotou esse tipo de ritual feminino, já usado por minha mãe e minhas irmãs, principalmente nos meses de debute, e fica perfeitamente agradável em todos eles. Hum... Suspiro. Obviamente, ela teria feito isso antes se alguém a chamasse para sair e se a mãe dela não estivesse cuidando das suas vestes. Comprimo os lábios.

— Um sujinho da rua das mulheres perdidas me roubou quando estava a caminho do carro alugado, após um agradável passeio com um cavalheiro amigo da família — comenta em tom de orgulho e logo vocifera: — E a imundice correu para o navio, vim atrás dele e quando percebi, ele já tinha sumido e o navio zarpado. Ah, como seria bom a inexistência de certas pessoas.

A sua reclusão seria melhor.

— Colin, tem que me ajudar, não comprei a passagem e se eu aparecer irão me transportar como clandestina, minha reputação será prejudicada. — Se aproxima tentando segurar minhas mãos. — Me coloque em seus aposentos até o final da viagem, é tudo o que eu lhe peço.

Tenho uma crise de riso.

— Ora, por favor, não desdenhe e nem seja sem coração, menos ainda egoísta, eu não comprei a passagem e entrei atrás das minhas coisas, hum. — Mexe os ombros e levanta o queixo. — Lady Violet, no seu lugar, entenderia e imediatamente me levaria para sua cabine.

Franzo a testa.

— Está nesse cruzeiro como uma clandestina e eu um simples passageiro, então não posso a ajudar, pois se descoberta, porque alguma hora irá ser, possivelmente irão suspender ou invalidar meus documentos de viagem. — Dou de ombros e pego distância. — Vire-se sozinha, e a propósito, ao que parece roubaram o vestido de uma mulher bem rica neste navio e os trabalhadores, tripulantes e toda terceira classe, estão a procura dele, ou dela, logo chegarão aqui. Boa sorte.

A Interessante Penélope Featherington Onde histórias criam vida. Descubra agora