Sussuros Do Coração

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Renzō cabelo sujo fedido:
PORQUE O KONEKO APARECEU AQUI EM KYOTO AS DUAS DA MANHÃ SENHOR BON??????

Você:
Pergunte para ele
Vai adorar a resposta

Renzō cabelo sujo fedido:
eu perguntei
Bon, ele não disse por mal
você sabe disso

Você:
Sei
Mas não muda o fato de que ele disse

☯

Shima respirou fundo antes de entrar no quarto de Konekomaru. Todos o tratavam como o garoto bobo e infantil de cabelo pintado, mas era sempre ele que resolvia as brigas e problemas bobos dos amigos.
Ele entrou no quarto, encontrando Miwa sentado à janela, com uma cruz em mãos.

-Koneko, vamos conversar.

-Não há nada para ser conversado.

Shima lhe agarrou pela gola da blusa e praticamente o arrastou até a pequena mesa de madeira que ficava no quarto. Havia ficado calado muito tempo e aceitando as burradas dos dois amigos, mas não ia repetir o erro desse vez.

-Há muita coisa a ser conversada, seu idiota. Primeiro: você é um babaca, porque Bon é o nosso melhor amigo e sempre te ajudou e apoiou, mesmo quando você tremia de medo igual uma vareta e mesmo quando estava errado.

-Shima...

-Cala a boca, eu estou falando. Segundo: Rin te protegeu muitas vezes e se esforçou o máximo que pôde para que você o aceitasse como amigo, sendo que mais ninguém não faria nem metade disso porque não é preciso aprovação de outra pessoa para ser amigo dela.

-Você não entende...

-E terceiro: pare de ser um babaca, você já ouviu isso muitas vezes e eu vou dizer de novo para ver se entra na sua cabeça, amar não é pecado. E Deus teria vergonha de te ver tratando seu melhor amigo daquela forma por algo que ele não pode escolher.

-Você não pode me culpar! Sempre me ensinaram que isso era errado. Bon é meu amigo e eu quero apoia-lo, mas não é simples assim. Eu não posso só esquecer tudo o que me ensinaram durante todos esses anos. Eu não entendo

Renzō se levantou e caminhou até a porta.

-Todos nós do templo já entendemos que esses ensinamentos estavam errados, então arranje outra desculpa para ser um merda - ele fechou a porta com força.

☯

Você:
bon, está tudo bem
você não precisa sair de Tóquio para me   ver, entendeu?
vá estudar

Bon♡:
Eu não perguntei se você quer que eu vá
Foi um aviso
Vou pagar mais caro e pegar o trem-bala
Então me espere

Você:
o que eu faço com você?

☯

Rin deixou escapar uma risada. Somente um bobo como Bon faria algo tão inconsequente como sair correndo de Tóquio atrás do namorado triste. Talvez já estivesse chegando na estação de Sendai nesse momento.
Ele deu um passo a frente para chegar mais perto da sepultura do velho Fujimoto. Nunca gostou de cemitérios, mas sentia que precisava disso.
Kuroh se empoleirou no seu ombro. O gato o havia praticado forçado a levá-lo e no fim, todos sentiam muita falta de Shiro.

-Pai - Rin se abaixou, apoiado nos calcanhares - eu sinto sua falta. Você me ensinou muita coisa, mas não me ensinou a viver sem sua presença. E agora eu não sei o que fazer - ele sorriu - eu namoro agora. Um cara. Ele tinha muito medo de não o aceitarem, mas eu nunca pensei assim, de certa forma, eu sempre soube que você me aceitaria como eu sou. Claro, você iria implicar comigo um pouco e perguntar alguma coisa constrangedora, mas eu sei que me aceitaria. Porque o senhor não me criou para ser um padre ou para não pecar, e sim para ser uma boa pessoa, e eu sei que boas pessoas também pecam. E eu agradeço muito por isso. Obrigado por tudo, velhote.

-Rin! - ele ouviu a voz de Suguro do outro lado do cemitério, o chamando - venha aqui, seu idiota.

Ryūji praticamente voou em sua direção e o envolveu num abraço, e Rin podia jurar que seu coração havia parado de bater. Planejava sentar com ele e conversar sobre Konekomaru, mas nenhum dos dois precisava disso. Eles não precisavam de palavras, na verdade, apenas do calor do corpo um do outro.

-Me desculpe por te preocupar.

-Bobo, você não tem que pedir desculpas pra mim. É claro que eu vou me preocupar com você.

-Eu sei - Rin apertou sua mão com força - obrigado.

-Pelo quê?

-Não sei. Mas obrigado. Obrigado.

Okumura sorriu contra o peito de Bon.
Shiro com certeza aprovaria aquele relacionamento.