CAPÍTULO 02

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Aurora Marine De Lucca

Acordo com o barulho do despertador, me levanto e começo a me arrumar para a faculdade, pois sou bolsista e não posso me dar ao luxo de me atrasar.

Apesar de ser filha de um dos homens mais ricos dos Estados Unidos, tenho bolsa  de estudos e ainda trabalho no período da tarde como garçonete.  Meu pai é um babaca agressivo e machista, que acha que lugar da mulher é em casa servindo ao marido.

Nem ele e muito menos a minha sabem que faço faculdade a três anos, é muito fácil esconder a minha vida deles, já que meu pai passa o dia no escritório, e a minha mãe vive fora de casa, quando não está em lojas gastando dinheiro, está saindo com as suas amigas esnobes.

A única mulher que meu pai respeita é a minha mãe, o restante ele trata como lixo. As vezes acho que ele me odeia, pois já o peguei várias vezes me fitando com tanto rancor.

Eu morro de medo do meu pai, faço de tudo para não cruzar seu caminho, por que se ele estiver em um mal dia o seu estresse é todo descontado em mim.

Já perdi as contas de quantas vezes apanhei e fiquei de castigo só por ter o olhado. A minha mãe nunca faz nada para me defender, pelo contrário está sempre me humilhando.

Acabo de me arrumar pego minha mochila com meu material e o uniforme de trabalho ,  saio do meu quarto e vou até a cozinha com a intenção de sair escondida  Não estou a fim de ver meus pais, mas não tenho tanta sorte, pois dou de cara com a minha mãe.

Vai sair Aurora? — Ela pergunta, me olhando com desconfiança.

Sim mamãe eu vou até o Shopping com uma amiga. — Minto na maior cara de pau, por que na verdade não tenho nenhuma amiga.

Tudo bem, mas vê se não se atrasa para o jantar pois o seu pai quer conversar com você. — Ela diz, e sei que não adianta perguntar qual o assunto.

Aceno em concordância e saio rapidamente de casa, pego a minha bicicleta e corro para a faculdade, meia hora depois chego ao meu destino. Ainda bem que a casa dos meus pais fica próximo da faculdade e também do meu trabalho.

Passo parte do dia na faculdade, quando minhas aulas aulas acabam pego a minha bicicleta e corro para a lanchonete. Quando chego já vou logo trocando de roupa e vestindo meu uniforme e avental, depois pego meu lanche que me é dado e como rapidamente, estava morrendo de fome afinal não tomei café hoje e dificilmente irei almoçar.

O tempo passou voando e ao fim do dia estou morta de cansada, olho as horas e percebo que não dará tempo de chegar em casa sem me atrasar. Então guardo a minha bicicleta no depósito da lanchonete e pego um táxi, que não demora vinte minutos para chegar na casa dos meus pais.

Pago o motorista, saio do carro, entro em casa e corro para o meu quarto.  Retiro as minhas roupas, entro no banheiro e tomo um banho rápido para tirar o cheiro de fritura do corpo, lavo meu cabelos, me seco e escovo meus dentes.

Saio, vou até meu Closet e me arrumo rapidamente para o jantar, saio apressada do quarto e desço as escadas com alguns minutos de folga, meus pais já estão na sala de estar me esperando.

Boa Noite. —  Digo quando chego até eles, que não respondem.

Eles se levantam e vamos até a sala de jantar, nos sentamos a mesa e logo a Clarisse começa a servir o jantar.

Deveria Comer apenas a salada Aurora,  você está muito gorda e precisa fazer uma dieta. — A minha mãe diz, me magoando mais uma vez com suas palavras.

Acabei perdendo o apetite, a única coisa que eu queria era poder ir para meu quarto ficar longe deles. Mas meu pai quer conversar e isso só irá acontecer após o jantar, ele odeia que conversem durante as refeições.

Acabado o jantar, voltamos para sala de estar e a Clarisse serviu o  café saindo logo em seguida.

Tomei uma decisão sobre o seu futuro Aurora, você acabou de fazer dezenove anos é uma desocupada que só fica gastando meu dinheiro, agora chegou a hora de repor o prejuízo que tive desde que nasceu. Você irá se casar em um mês, e nem pense me desobedecer por que se não eu te arrebento. — Meu pai diz me olhando de forma ameaçadora.

Pai eu não quero me casar. — Lhe respondo,  mal acabo de falar e recebo uma bofetada em minha face.

Eu não estou te pedindo Aurora, estou mandando você aceitar e ponto final. — Ele diz.

Não vou não, eu sou maior de idade decido o que quero para minha vida e estou indo embora agora dessa casa. — Lhe respondo e me levanto para sair da sala.

Ele também se levanta, vem até mim e me puxa pelos cabelos até chegar ao meu quarto. Ao chegar me joga no chão, retira o sinto e começa a me bater, depois dá chutes na minha  barriga, são minutos de terror e ninguém vem me salvar.

Você vai se casar Aurora, por que se não o fizer eu juro que te mato, e acredite em mim ninguém se importará com isso. — Ele diz e saí do quarto batendo a porta.

Alguns minutos depois a minha mãe entra, vem até mim e me olha com nojo. Eu os odeio tanto, não suporto olhar para eles.

Você mereceu isso Aurora, tem sempre que desafiar o seu pai, deveria estar grata por arrumar um homem que lhe quer. — Ela diz desfilando seu veneno.

Por que me odeiam tanto mãe? Eu nunca fiz nada para vocês. Que espécie de mãe vê a filha sofrendo e não se importa? Vocês amam o Etan o tratam como se fosse um príncipe, e eu sempre só recebi migalhas as vezes eu acho que vocês ficariam felizes se eu deixasse de existir. — Lhe pergunto.

Não fale besteiras Aurora, agora pare de drama e aceite as decisões do seu pai. —  Ela me responde sem se importar com o meu sofrimento.

Eu me casarei, mas após sair daqui não quero nunca mais ter que olhar para a cara de nenhum de vocês. Agora some daqui, me dá nojo olhar para você, tão linda por fora mas é podre por dentro. — Lhe digo e recebo mais um tapa na cara.

— Me respeite sua estúpida. — Ela me responde e puxa meu cabelo.

Eu odeio você senhora Cecilia de Lucca, odeio todos vocês.  Sai daqui, some da minha frente. — Lhe digo e a empurro para fora.

Tranco a porta do quarto, retiro a minha roupa e vou até o banheiro tomar um banho e escovar os dentes. Após isso vou até o closet e visto um pijama folgado para não machucar a minha pele que está cheira de marcas doloridas e arroxeadas da surra que levei.

Volto para o quarto, me deito na cama e fico pensando na merda de vida que tenho.  Estava planejando ir embora daqui, só estava juntando o dinheiro para pagar o aluguel por um tempo e me manter.

O custo de vida onde moro e muito alto e com meu salário como garçonete de meio período não daria para sobreviver. Fecho meu olhos e choro de dor até finalmente conseguir dormir.

Amor, orgulho e preconceitoOnde histórias criam vida. Descubra agora