[2] Normania

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Capítulo anterior: Wooyoung e San
deixaram Quebec e Wooyoung matou dois caçadores que estavam atrás de San.

                                ⚔️

                               San

Embora eu possa sentir suas emoções e até mesmo decifrar seus pensamentos em certas ocasiões, as vezes Wooyoung se torna uma grande interrogação na minha mente.

Talvez ele tenha alguma habilidade
que possa desabilitar seus sentimentos por um tempo, ou simplesmente já está acostumado a isso. Mas desde que ele voltou pro nosso quarto eu não sinto nada de diferente vindo dele, pela marca.

Nem um pouco de remorso, ansiedade
ou medo. Ele terminou de lavar as mãos e o punhal, saiu do banheiro e guardou as armas novamente. É como se apenas tivesse ido dar um simples passeio pelo convés.

– Que estranho.... – Wooyoung afirmou, sentando-se na cama. – você está quieto.

– Não tenho nada pra dizer. – dei de
ombros. – É tão estranho assim?

– É bastante. – Ele respondeu, e
em seguida riu da minha expressão
chocada. – Você tá sempre me fazendo
perguntas ou falando alguma coisa.

– Bom, confesso que sou um pouco
tagarela as vezes, e que a frieza com
que ele lida com os assassinatos talvez
tenha me deixado sem palavras. Então minhas perguntas não te incomodam ?

Ele negou, balançando a cabeça.

– Acho sua curiosidade fofa e acima de qualquer coisa, eu gosto da sua voz.

– Também gosto de ouvir sua voz... – Eu disse, e ele sorriu pra mim. – Eu tenho uma pergunta, na verdade algumas...

– Pode fazer quantas perguntas você
quiser. Independente de qual for...

– Quantas pessoas você já matou ?.

Joguei assim que ele terminou de falar.

– Não sei. – Ele deu de ombros. –
Duzentas ? trezentas ? trezentas e
duas ? Perdi a conta depois que passou de cem.

Oh, céus...

– E-e... – Tomei um suspiro tentando
não demonstrar meu espanto. O que
não adiantou nada. Eu continuei sem
saber o que dizer, e ele aguardou
pacientemente. –... desculpe, não
pensei que fossem tantas.

Wooyoung sorriu me estudando com
atenção e segurou minha mão, me
puxando para sentar em seu colo. Eu
deixei-me ser guiado por ele e sentei de lado, tentando manter minha atenção na parede a minha frente.

Mas ele segurou meu queixou e virou
meu rosto para fitá-lo.

– Não precisa lidar com isso como se
fosse algo normal pra você. Pode ficar
chocado, meu bem.

– E-eu não tô chocado... talvez só
um pouco... tá bom, eu estou muito
chocado. Trezentas, Wooyoung ?!

– Um pouco menos, um pouco mais. Eu não sei ao certo.

– E você hesitou alguma vez ?

– Não.

– Nem um pouquinho ? – ele negou
com a cabeça. – Já se sentiu mal por
alguém?

– Não. Nenhum deles se sentiria mal
por mim. – ele disse, e em seguida me
beijou no pescoço. – Tem mais alguma
pergunta ?

Senti meu corpo amolecendo a medida que Wooyoung tornava seu abraço mais firme, ao redor do meu corpo.

𝙷𝚞𝚗𝚝𝚎𝚛𝚜 - 𝚆𝚘𝚘𝚜𝚊𝚗 (𝙰𝙱𝙾)Onde histórias criam vida. Descubra agora