Londres, 30 de julho
15:15 da tarde
Deu merda!
Acredite quando eu digo, deu merda!
No momento em que eu olhei para ele, e vi que era Marcelos, eu sabia que a historia iria começar toda de novo.
- Srta. Benson - cumprimentou, olhando direto para minha irmã
- Marcelos - sua voz saiu falha
- Eu... podemos conversar? - ele perguntou
Eu olhei para Hera, seu rosto transmitia a surpresa e o medo que ela estava sentindo.
Zeus, nos olhava sem saber o que estava acontecendo, e completamente perdido.
- Precisamos ir! - exclamei puxando Hera para dentro do carro - Obrigada, novamente por nos acompanhar Sr. Olimpos
- Espera! - Marcelos exclamou e olhou para mim - Eu preciso falar com ela!
- Talvez depois - falei firme - Mas agora não!
Entrei no carro e fechei a porta.
(...)
- Por que fez aquilo? - sabia que iria ter essa discussão no momento em que a puxei para dentro do carro
- Hera...
- Eu queria falar com ele. Não o vejo a meses!
- Mas ainda lembra o que aconteceu da ultima vez que o viu! - devolvi - Lembra perfeitamente de todas as ameaças que o papai fez se ele chegasse perto de você novamente?
Isso a abalou. Ela encostou no banco do carro, e eu vi uma lagrima rolar pelo seu rosto
- Hera, eu não vou controlar a sua vida, ou dizer o que você tem que fazer - a abracei - Não tenho esse direito, a vida é sua. Mas, eu acho que você precisa pensar; precisa de tempo, pra decidir se vai ou não se encontrar com ele.
- Eu tenho medo - soluçou - Eu ainda o amo, Hes! Mas eu tenho medo, medo do que o papai vai fazer se voltar a me encontrar com ele. As vezes, eu ainda acordo com pesadelos, lembrando do som dos tiros aquela noite
Fechei os olhos, eu também acordava com esses pesadelos, e não era nada bom.
- Vai dar tudo certo!
- Madames - o motorista chamou - Chegamos!
(...)
- Eu vou subir - Hera falou assim que chegamos na sala - Preciso de um tempo
Enquanto a loira subia a escada, minha mãe me lançou um olhar questionador
Hera geralmente passava um tempo aqui em baixo conversando com minha mãe sobre algum assunto do momento. Isso já era tão comum que o estranho seria ela não ficar aqui em baixo.
- O que aconteceu?
- Nada mãe - neguei tentando desviar do assunto
- Aconteceu algo sim! - afirmou - Mas eu vou esperar você ou ela me contarem por conta própria. Enfim, como foi o trabalho?
- Foi até fácil -afirmei - Era sobre a entrada do Reino Unido na guerra contra os nazistas
- E sobre o Sr. Olimpos? - ela levantou uma sobrancelha
- Ah não, mãe - neguei - Absolutamente nada entre eu e Zeus. Eu não gosto dele. Além disso, conheço ele desde a escola, e sei exatamente como ele é!
- Como ele é? - ela perguntou confusa
- Sim! Por que acha que Hera inventou aquele apelido para ele?
- Que apelido?
- Kenga - informei tentando ao máximo não cair na gargalhada
- Deus! - minha mãe poderia estar chocada, mas era visível que ela se segurava para não rir
- Mamãe, entenda, ninguém daquela família presta - eu ri - O relacionamento de Hades e Perséfone não tem traições porque a relação é mais... apimentada; e também porque ele é louco por ela!
- Mas Poseidon é casado, a cinco meses se eu não me engano!
- Mãe, sabe que é raro existir algum casamento atualmente livre de traições - argumentei - Você e papai se casaram por amor, por isso não há traições, vocês se amam! Mas a maioria dos casamentos é feito por acordos, como por exemplo o de...
- Meter - ela completou tristemente
Minha mãe nunca foi a favor do casamento de Deméter, ela queria que suas filhas se casassem por amor, assim como ela mesma. Mas meu pai fez aquele acordo. Eles ficaram brigados por quase 6 meses, desde o anuncio até o casamento.
- Mãe... - chamei, fazendo ela erguer o olhar para mim - O motivo de Hera estar assim é...
- É... - me incentivou
- Marcelos voltou da guerra, e nós acabamos encontrando ele na rua - informei tentando ao máximo não perder a voz
- ELE VOLTOU?
Fudeu!
Nos viramos assustadas, para dar de cara com meu pai, com uma cara nada feliz.
- Pai... - tentei falar
- ELE VOLTOU DA GUERRA, HÉSTIA? - perguntou mais uma vez
- Richard! - minha mãe falou em aviso
- Não, Mylenna! - negou abaixando o tom de voz, ele nunca gritaria com ela - Eu quero saber! Ele voltou ou não? - virou novamente em minha direção
- Voltou... - minha voz saiu em um sussurro, e eu abaixei minha cabeça olhando para meus sapatos
No momento em que ergui minha cabeça novamente, eu o vi sair em direção a porta.
- Pai! PAI! - chamei indo atrás dele - O que vai fazer? - parei na sua frente
- Vou resolver isso!
- Resolver o que?! - perguntei exasperada
- Sua irmã não ira voltar a namora com esse homem! - afirmou
- E o que pretende fazer?
- Infelizmente, não irei mata-lo! - afirmou fazendo ao menos um pouco do meu desespero sumir - Mas ele não vai ficar com sua irmã novamente
E com essas palavras ele simplesmente passou por mim e entrou no carro, me deixando completamente perdida, e sem saber o que fazer.
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1940
Fiksi PenggemarOs anos 40. Cada um lembra de uma forma. Para Deméter, foi o ano em que cometeu seu maior erro! Para Perséfone, foi um dos anos mais felizes de sua vida! Para Hestia, foi o ano em que acompanhou as maiores desgraças e felicidades de sua família! E...