Mary
- Connor? - Não sabia dizer se estava mais assustada com a queda ou com a presença dele ali. - Você estava aqui esse tempo todo?
- Não, eu estava passando por aqui e... bem, você caiu e achei melhor ver como você estava. - Falou, passando os olhos pelo meu corpo como se procurasse por machucados.
- Não precisa se preocupar, só arranhei o joelho. - Apontei para o arranhão e ele arqueou uma sobrancelha. - O que foi?
- Tenho quase certeza de que vi você torcer o tornozelo. - Indicou meu pé com a cabeça.
- Claro que não, eu consigo andar perfeitamente bem. - Ri de seu comentário. Como ele poderia ter visto eu torcer? Foi tudo tão rápido.
- Vamos ver então, fique de pé. - Connor se levantou e estendeu uma mão para me ajudar.
Recusei sua ajuda e tentei me levantar, mas uma pontada de dor irradiou do meu tornozelo até a base da minha panturrilha e eu quase caí novamente. Por sorte, Connor foi mais rápido e me segurou antes que eu caísse de bunda no gelo da pista.
- Eu avisei. - Falou, abrindo um sorriso convencido. - Vem, vamos sentar ali naquele banco enquanto eu peço um taxi. Preciso te levar para o hospital.
- Hospital? Mas foi coisa simples, só preciso descansar e por um pouco de gelo. - Reclamei, recusando-me a acreditar que seria obrigada a ficar sem patinar.
- Realmente não parece nada sério, mas ainda assim é melhor irmos. Você é uma atleta, Mary. Não pode achar que está tudo bem, ir patinar na segunda e piorar a lesão. - Insistiu, pegando o celular para chamar um táxi.
Revirei os olhos, mas não retruquei. Era difícil de admitir, mas ele tinha razão. Eu estava concordando com o maior sem noção da escola? Meu Deus, a que ponto cheguei.
Connor me ajudou a entrar no carro e logo chegamos no hospital, que não ficava muito longe de onde estava patinando. Eu disse que ele poderia ir embora, que eu daria um jeito de ir embora depois, poderia ligar para Rosalyn e pedir para ela vir me buscar. Mas ele negou, disse que não me deixaria sozinha no hospital e ainda perguntou se eu queria que ele ligasse para meu pai para avisar sobre o pequeno acidente.
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Power Play
RomanceNascida e criada no Canadá, aluna do último ano do Colégio Lake Bridge, Mary tem a patinação artística como sua válvula de escape. Na verdade, a patinação é mais que isso. O esporte se transformou na única forma de se sentir conectada com a sua mãe...