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Wonwoo abriu seus olhos assustado quando um impulso jogou seu corpo para frente e, por reflexo, abraçou seu irmão mais forte. Olhou em volta e percebeu que ainda estava no carro da polícia indo de volta para casa, só havia pegado no sono no caminho. Então relaxou seus músculos, prestes a ir para o mundo dos sonhos novamente, quando outro solavanco impediu sua mente de desligar.

-- Desculpe-- disse o policial, reparando pelo retrovisor no despertar do ator-- Há muito trânsito por causa de um tumulto ali na frente, pode atrasar sua chegada.

-- Tudo bem...-- respondeu quase em um sussurro, já que estava com a voz debilitada pelos acontecimentos recentes. Fora muito choro e muita confusão para um dia só.

Uma vez que não conseguia mais relaxar para dormir, resolveu observar as luzes da estrada enquanto pensava. Pensava e pensava. A mente do Jeon havia mergulhado nas mil hipóteses de como seria sua vida a partir de agora, já que tudo havia mudado. Primeiro, ele seria obrigado a contar toda a verdade —na qual não estava pronto para contar— á Mingyu enquanto que teria que cuidar de Bohyuk por tempo integral; o escondendo da mídia e talvez anunciando uma pausa em sua carreira para fazer isso; sendo que também teria que comprar para ele todas as coisas que tinham sido saqueadas de seu quarto (como roupas, escova de dente, cama, etc) e contratar um psicólogo que não vazasse informações para ajudar seu irmão a lidar com o recém gerado trauma, ao mesmo tempo que nem seu pai nem o mundo poderiam saber desse escândalo.

Era tanta coisa para resolver e Wonwoo sequer tinha planejado em como iria dizer tudo isso para Jihoon. Nem o Lee sabia completamente dos problemas que envolviam seu irmão e não queria contar a ele nessas circunstâncias.

Com o desespero no seu auge, Won começou a coçar sua mão de nervosismo.

Ele não sabia o que fazer, que decisão tomar, o que seria melhor para Bohyuk e para seus fãs, não sabia de nada. Tudo estava fora de controle e, para alguém que teve todos os seus passos planejados delicadamente a vida inteira como o Jeon, esse estava sendo seu pior pesadelo. Não ter certeza de nada e não saber como agir.

A esse ponto, suas mãos e dedos estavam em carne viva, mas parecia que a dor não chegava ao seu cérebro. Somente conseguiu sair desse transe quando percebeu que o engarrafamento estava melhorando e que o motivo se encontrava bem á frente da sua janela.

Então, os olhos do ator saíram da região fixa em que estavam e apontaram seu olhar para um carro amassado contra um poste junto das luzes cegantes da ambulância. Havia também pessoas enxeridas que diminuíam a velocidade de seus veículos ou até os estacionavam para tirarem fotos do acidente e atrapalhar o trabalho dos paramédicos, além de dificultar vida de outros na estrada.

Vivemos na era da informação, não é? Pensou irônico.

Wonwoo iria rir sem humor e voltar a coçar sua mão, pensando em como iria resolver a sua vida, quando deu uma última olhada na janela e viu uma criança correndo pela rua em direção ao acidente. Arregalou os olhos e virou para o banco do seu lado, onde deveria estar o seu irmão, mas que agora estava vazio apenas com o dinossauro de pelúcia jogado ali e com a porta do carro escancarada.

-- Bohyuk!-- saiu em desespero do veículo e foi correndo atrás do menor-- BOHYUK!-- tentou o gritar mas o menino parecia não ouvir, até chegar mais perto do acidente e conseguir agarrar o braço alheio, girando seu corpo pequeno e o segurando pelos dois ombros-- BOHYUK, O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO? TEM NOÇÃO DE QUE VOCÊ PODIA TER SIDO ATROPELADO? OU PIOR, SEQUESTRADO?-- dizia completamente alterado pela raiva e pela dor-- SE VOCÊ QUER SIMPLESMENTE FUGIR DISSO TUDO, POR FAVOR, ME FALA AGORA PARA EU PODER TE AJUDAR!-- Won esperou uma resposta, mas só via as lágrimas escorrendo pelo rosto de seu irmão-- Fala alguma coisa!- diminuiu um pouco seu tom de voz ainda continuando firme.

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