36. JB

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POV Beauchamp.

Flashbaack On

Dois anos antes.

Faz um tempo em que eu e Heyoon tentamos ter uma família, não é nada fácil.

Mesmo depois de termos completado sete meses de namoro.

Chegamos á fazer uma consulta para saber se realmente poderíamos ter um filho, e podíamos, mas era como se algo nos impedisse. A mãe dela aceitou isso e sugeriu que adotássemos uma criança quanto antes, mas logo seu pai revidou dizendo que não aceitaria ter um neto vindo de outra mãe e de outro pai, nas palavras do mesmo, ele insistiu em citar que essa criança seria suja. Meu pai não se importava de fato, ele não ligava para o que fazíamos ou deixávamos de fazer. 

Todos sabem que minha maior meta de vida é ser pai e creio que deve ser extremamente gratificante.  Há vezes em que eu realmente penso se vale a pena ou não ter um filho, porém também me questiono se estou perdendo tempo pensando demais.

Eu amo Heyoon, de verdade, ela é uma mulher incrível.

Temos Hera, que irônicamente é como se fosse nossa filha, tem vezes que brincamos com isso, mas com certeza não é nada comparado á ter uma criança que você gerou ou ajudou á gerar, ela fazia parte sua.

Heyoon teve a ideia de fazermos um jantar em família e discutirmos finalmente sobre isso, no fim, os pais dela ficaram extremamente irritados que os mesmos se mudaram para seu país de origem. Meu pai prosseguiu me forçando a seguir uma profissão na qual eu não queria e minha mãe se mudou para o Canadá por outros motivos, mesmo me apoiando em tudo. Sofya foi fazer faculdade na Rússia como uma intercâmbista e eu e Yoon tívemos que nos virar com o que nem tínhamos.

Grande dia.

Flashback OFF.

Antes de cairmos no sono, ouvi Gabrielly murmurar um "espero conseguir andar amanhã" e após acordar, eu ri sobre isso. Não sei como ficarão as coisas entre nós depois disso, mas estou disposto á fazer de tudo para que demos certo.

Contra minha vontade, tive que sair, eu levantei com cuidado para não acordá-la, me arrumei e me dirigi até o restaurante do hotel, pedi para que fizessem uma surpresinha para ela assim que a mesma acordásse.

Com a maior tranquilidade, eu voltei para o meu quarto que dividia com Sofya e a mesma que estava desacabelada, me encarava de forma impaciente.

-Você me deixou dormindo. -Antes que eu pudesse abrir minha boca para me pronunciar, ela me cortou enfatizando a palavra. -Sozinha.

-Ah Soso, me perdoa, foi por um bom motivo. -Falei descalçando meus sapatos.

-Eita bixo.. -A mesma riu maliciosamente e eu a olhei desentendido.

-Nem termine.

-Ok, eu não estou entendendo, o que está rolando?. -Questionou pela décima vez. -Não venha me dizer que vocês são amigos, por que eu difinitivamente não transo com meu amigo. -Arregalei os olhos. -Não que eu realmente faça isso, por que não tem nada a ver...

-Estamos ficando. Provávelmente.

-Adorei, parecem adolescentes de filmes clichês. Mesmo você sendo mais velho que meu guarda roupa.

-Eu não sou tão velho assim. -Falei me deitando.

-Você tem vinte e poucos anos, você é velho. -Disse decidida.

-Eu tenho vinte e três. -Falei em um tom óbvio.

-Passou dos dez, é velho pra mim. -Falou dando de ombros e escovou seu cabelo. -O homem que a Any era casada tinha mais de sessenta.

-Não me faça lembrar disso. -Falei passando minhas mãos por meus cabelos.

-Nunca mais vi você trabalhando neste caso. -Comentou.

-Sylla e eu tivemos um acordo, é só descobrir quem é o assassino.

-Ta esperando o quê? O assassino se pronunciar?. -Perguntou impacientemente.

-Não Sofya, descobrir isso leva tempo, e ninguém está tão focado, preocupado e querendo um resultado imediato do caso, nem mesmo a Gabrielly.

-Que porcaria de justiça é essa?. 

-Não sou eu quem decido, como eu te disse, Sylla e eu tivemos um acordo. -Suspirei.

-Não tem a ver com o papai, tem?. -Questionou virando se para mim, um pouco angústiada.

-Lógico. -Falei. -E ele vai voltar, acredite.

-Eu sinto falta da mamãe. -Disse entristecida largando sua escova em uma penteadeira que havia em sua frente.-Ela não era assim...

-Eu sei. -Me sentei. -Temos que enfrentar isso.

-Você conviveu muito com ele, imagino que deva ter sido um verdadeiro inferno. -Voltou a pentear seu cabelo.

-Na verdade eu aprendi a gostar da minha profissão, eu solucionei um trilhão de casos, mas esse...Esse é mais complexo do que imaginávamos.

POV Gabrielly.

Eu não lembro como peguei no sono tão rápido,nem como já estava vestida, á única certeza que eu de fato tinha, era que Owen iria me estrangular por eu ter feito nosso quarto de Motel. Eu estou extremamente dolorida porém a noite foi maravilhosa e valeu cada segundo.

Na realidade Owen devia estar ocupado demais com seu ficante.

Me levantei e assim que me vesti, fui em direção da porta que se abriu revelando( uma funcionária impaciente quase chorando)um café da manhã pronto com morangos inclusos(tendo um buquê de peônias junto) e um bilhete.

Me cumprimentou e saiu, assim que li o bilhete eu sorri feito boba.

"Você fica extremamente e absurdamente perfeita dormindo. -JB"

Não grita, não grita, não grita, não grita, não...

-Oi princesa. -Owen apareceu após eu soltar um gritinho animado. -Por Deus, o que é isso?.

-Foi o Beauchamp, entendeu? O Beauchamp. -Falei dando pulinhos frenéticos.

-Eu só sei de uma coisa, vou comer tudo que tem aí. Misericórdia tem até flor.

-Eu sei. -Falei de um jeito descontrolado e apaixonado ao mesmo tempo. -Ele é tudo.

-O que rolou ontem?. -Questionou na maior cara de pau quando eu fechei a porta.

-Nada demais.

-Faz tempo que eu não nado, mas a minha pergunta foi, o que rolou ontem?. -O olhei desentendida e o mesmo riu após sua ficha cair. -Ata, nada demais, mas olha aqui, eu sei que rolou algo.

-Nósnosbeijamosedepoisvocêsabe -Falei rapidamente para o mesmo que aplaudiu de pé.

-Finalmente a Hininha vai vir. -Falou e eu joguei um tênis nele que se defendeu. 

-Somos espertos senhor Owen. -Lancei uma piscada para o mesmo.

-Af, achei que eu ia virar tio, logo eu...-Revirou os olhos, emburrado, ele se jogou na minha cama.

[...]

+Oi galeuris.

+Sorry esse meu sumiço.


𝑹𝒖𝒏𝒂𝒘𝒂𝒚Where stories live. Discover now