Os Amantes

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"O vínculo que os dois amantes criam é incrivelmente forte e muitas vezes é reflexo de um casamento, conexão de alma gêmea ou relação muito íntima e próxima. A carta dos amantes também pode indicar uma conexão sexual muito forte, que vai além do prazer imediato e luxúria para sugerir um desejo muito profundo e paixão que existe entre dois seres."

Ninguém sabia muita coisa sobre Remus Lupin, afinal o mesmo passava a maior parte do seu tempo trancafiado dentro de míseros 50 metros quadrados que desenhavam os alojamentos individuais da universidade. Quase não era visto em festas, não possuía muitos amigos, era seletivo ao extremo com as suas relações acadêmicas, era excessivamente quieto e as únicas vezes que seus colegas o viam era nas salas de aula.

Inteligente, talvez muito mais inteligente do que a média, Remus possuía um QI bastante expressivo ao ponto de ser invejado por muitos colegas da universidade. Ele parecia saber de tudo desde história medieval até astrofísica avançada, era um grande amante dos livros desde novo e um homem seletivamente curioso que se atraía por tudo aquilo que a ciência conseguia explicar.

Seu cérebro era extraordinariamente organizado e todos os seus conhecimentos eram divididos por dois critérios: aqueles que valiam o seu tempo e aqueles que não valiam o seu tempo. Possuía padrões, era do tipo metódico não apenas nas suas intelecções como também na sua vida cotidiana.

Tomava antidepressivos e remédios contra ansiedade para controlar o seu transtorno obsessivo-compulsivo e se tratava corretamente com psiquiatras. Entretanto, resquícios do seu TOC ainda eram visíveis em sua prateleira de livros organizados por temas correlacionados, em seu guarda-roupa meticulosamente arrumado por cores, em suas anotações sem uma única inclinação não calculada feita com uma letra cursiva digna dos grandes monges copistas e em seu dormitório que cheirava a perfume de erva-doce para disfarçar o cheiro forte dos produtos de limpeza.

A cabeça de Remus funcionava de maneira diferente e muitas vezes chegava a beirar a incompreensão. Ele enxergava o mundo de forma ímpar, seu tempo não caminhava no mesmo ritmo dos demais estudantes e talvez tenha sido por isso que ele fora o último ser humano da região a descobrir que o circo itinerante estava na cidade.

Não faria diferença, ele não se interessava pelo circo.  Porém, ele tinha amigos. Sim, Remus Lupin tinha amigos e foram eles que o empurraram para dentro das atrações do circo chamativo.

— Podemos ir na roda gigante — Lily sugeriu segurando um pedaço generoso de algodão-doce.

— Que tal irmos no tiro ao alvo? — Sirius opinou.

— Que tal irmos para casa? — disse Remus entediado. Não queria ser desagradável com os amigos durante o passeio, mas ele odiava lugares como aquele. Muito barulho, muitas pessoas, muita confusão, muitas cores gritantes, absolutamente tudo estava pecando em excesso naquele lugar.

— Que tal irmos na cartomante? — James sugeriu empolgado apontando para uma das muitas tendas coloridas.

— Eu me recuso a fazer isso comigo mesmo — Remus recusou.

— Não quer saber o seu futuro, Remus? — Lily questionou.

— É impossível prever o futuro, apenas se ele estiver quantificado e isso só acontece na matemática. Qualquer tipo de previsão sem embasamento teórico é charlatanismo. Isso é literalmente um truque para tirar o dinheiro das pessoas, vocês não enxergam isso?

— Por que você não quer ir? Achei que gostasse dessas coisas — Sirius argumentou.

— Dessas coisas? Exemplifique — Remus cruzou os braços em desafio.

Love and MysticismOnde histórias criam vida. Descubra agora