O Mundo

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"Se O Mundo do Tarot aparece para você durante uma leitura, você pode comemorar. Ela mostra que você encontrou a sua unidade e totalidade. Seus mundos externo e interno estão em harmonia."


Remus odiava praia, o clima londrino era perfeito para alguém como ele que apenas saía de casa para trabalhar ou para resolver alguma emergência. O sol deixava as pessoas suadas, irritadas e as obrigavam subjetivamente a saírem de casa para "aproveitarem o dia".

Entretanto, Remus não se importou nenhum pouco quando Tonks sugeriu que o casamento acontecesse na praia debaixo do calor tropical das ilhas caribenhas. Ele aceitaria se casar com ela até debaixo da água se assim ela definisse.

Remus estava descalço com areia sob seus pés, usava uma bermuda branca e uma blusa formal de mangas curtas igualmente branca com os dois primeiros botões abertos. Estava inquieto, suas mãos suavam e sentia com se a qualquer momento fosse cair duro no chão após um infarto.

Todos os seus três melhores amigos estavam no altar improvisado ao seu lado enquanto aguardavam Tonks aparecer.

— Somos londrinos, ela não deveria estar tão atrasada — Remus comentou olhando as horas que nunca mais voltariam no seu relógio de pulso.

— É normal as noivas atrasarem — disse Lily tentando tranquilizar o amigo.

— Ela não vai fugir de você, Remus — James brincou.

— Se ela fugir, a gente afoga as mágoas no bar — Sirius sugeriu brincalhão.

— Ela não vai... — então Tonks surgiu como uma deusa trajando um vestido branco simples que batia um pouco acima dos seus joelhos, usava uma maquiagem natural e estava sem sapatos. Em uma de suas mãos, ela segurava um buquê com apenas três rosas amarelas e a outra mão segurava a mão de Teddy que acompanhava a mãe até o altar.

Teddy tinha agora 8 anos de idade e já era alto o suficiente para seu ombro bater na cintura da mãe. Seus cabelos azuis turquesas, retocados recentemente, estavam perfeitamente penteados e ele usava uma roupa parecida com a de Remus.

Seu filho e a sua futura esposa caminharam até Remus e ali parecia que o mundo havia parado. Nunca se imaginou casado e com filho e, de repente, aquilo parecia tudo que Remus precisava para ser o homem mais feliz da terra.

A cerimônia não demorou muito mais do que 30 minutos, mas foram os 30 minutos mais especiais da vida do casal. Estavam casados e agora estavam em paz sendo o amor da vida um do outro.

— Antes de qualquer coisa — Tonks falou retirando duas caixas de dentro da sua mala de viagem. Ambos estavam dentro do quarto de hotel que passariam a lua de mel enquanto Teddy estava sendo mimado - ou corrompido - por Sirius no saguão — Eu tenho dois presentes de casamento para você.

— Dois?

— Sim. Esse primeiro — entregou a caixa a ele e dentro havia três cartas, as mesmas que Remus escolhera no dia em que se conheceram — Eu sei que você acha bobo ou simplesmente não acredita, mas você precisa admitir que essas três cartas tinham razão.

— Por que você quer me dar essas cartas? O seu tarô ficará incompleto.

— Eu quero que você fique com elas para nunca se esquecer de ter fé. Somos casados agora, mas isso não significa que não existirão momentos de dúvidas. Eu quero que você nunca perca a fé no nosso amor — sorriu — É literalmente o nosso destino ficarmos juntos.

— Eu te amo, Dora — falou observando os detalhes desenhados no tarô — E eu também tenho um presente para você.

— Qual?

— Não vai me dar o segundo presente?

— Pode esperar — sorriu vendo o homem retirar de dentro da sua mala carteiro um envelope pardo.

— Espero que goste — falou entregando o envelope.

Tonks abriu o envelope e correu seus olhos pelos papéis ali guardados, parecia ser algo bem técnico e a linguagem rebuscada não facilitava o trabalho de compreensão, mas logo ela entendeu sobre o que aqueles papéis se tratavam e sorriu.

— O juiz o condenou a 64 anos de prisão por abuso psicológico e descumprimento das normas trabalhistas — Remus resumiu — O "Senhor Sirigueijo" vai passar um bom tempo na prisão. O seu testemunho foi crucial para o fechamento do caso. Eu estou muito orgulhoso de você, Dora.

— Isso tudo ainda parece tão surreal — confessou — Se não fosse por você, eu nunca teria testemunhado contra ele. Esse mérito é nosso.

— E o meu segundo presente?

— E o seu segundo presente, como eu fui esquecer? — brincou entregando a ele uma caixinha comprida  — Não aceito devoluções, literalmente — Remus abriu a pequena caixa e dentro continha um teste de gravidez de farmácia positivado.

— É sério? — ele sorriu abertamente digerindo a notícia auspiciosa — Vamos ter outro filho?

— Ou filha — acrescentou — Sim, Remus, eu estou grávida.

— Desde quando você sabe?

— Algumas semanas, queria que fosse uma surpresa.

— Eu te amo, Nymphadora Lupin — sorriu se sentindo o homem mais sortudo do planeta.

— Eu também te amo, Remus Lupin — sorriu tomando os lábios do marido com paixão e o guiando até a cama para consumarem a união.

Eles agora eram amantes, uma torre, um mundo do qual podiam dominar. Não era apenas endorfina, serotonina, dopamina e oxitocina, era a felicidade acima de qualquer ciência exata.

Love and MysticismOnde histórias criam vida. Descubra agora