última chance

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A morte vem para cada um de uma forma particular, para uns ela se apresenta assustadora, pois a pessoa tem medo e imagina um ser horrenda vestindo um manto com capuz preto, outros aceitam de boa então ela vem com um ar angelical com um belo sorriso no rosto, há quem diga que se sente a morte chegar pelos pés, como uma gosma negra e gelada que vai subindo até dominar o corpo inteiro e não se saber mais onde está, independente do que achem a morte chega para todos, seja em um acidente, assassinato, suicídio, doença, danalidades ou fatalidades de uma vida, não tem idade, raça, sexualidade, religião que a impeça ela vem um dia para qualquer um...

Já fazia quase um mês que Heico havia sido levado, ainda não tinham anunciado se alguém o substituiria em seu cargo, Lê sabia que haveria um julgamento em dois dias para decidir se Hei morreria e não ia mais reencarnar ou se reencarnaria somente daqui a mil anos esse seria o castigo mais duro por infringir uma lei. 

Zhan e eu tinhamos muito a agradecer a Heico, Xian voltou perfeito sem sequelas e ainda era humano. Se pararmos para pensar, Heico era um filho da puta sempre fazendo as coisas para se dar bem, mas sempre se colocou na linha de frente para defender a família, de um ódio profundo contra Zhan criou afeição pelo fato dele me fazer feliz, cuidou do Xian várias vezes, nos protegeu todas as vezes que pôde, quase virou um Wendigo para defender Xiaoq ele não era de todo mau afinal, não foi egoísta em questão da situação da Xuan Lu, sofreu as perdas para que ela pudesse viver mais um tempo...

Na cela de sua prisão Heico cantarolava uma canção que sempre cantava ao levar suas almas para o inferno.

🎶Mamãe tenho que te apresentar o Bob/Ele vem cuidar de mim enquanto tu dorme/Diz que teu Tic Tac tem um efeito extra forte/Que tu só levanta no amanhã por pura sorte

Papai tenho que te apresentar o Bob /Ele vem cuidar de mim enquanto tu dorme
Diz que eu tenho outras mamães que tu esconde até da morte
E o teu nariz fica branquinho usando algo que não pode
Não pode não/Não pode não/Não pode não/Não pode não/Não pode não
Meu amigo Bob diz/Que é… 🎶

(Letra Rafa Kamaitachi).

Ouviu uma movimentação e já sabia que seu julgamento seria aquele dia, então esperou abrirem a cela olhou pela última vez no espelho do lugar. 

— Será que ao menos daqui a mil anos eu não poderia renascer com o mesmo rosto? Sei lá vai ser estranho acordar com outra cara! E eu gosto tanto dessa. — Ele suspirou desanimado, os dois anjos que o conduzia riram.

— Vai ser uma pena alguém como você ser morto. — Um deles se pronunciou, com um mês convivendo com Hei não tem como não se encantar por ele.

— Eu concordo, não haverá ser mais belo em todo reino dos mortos, nem dos vivos, ou criatura alguma se comparará nunca com minha humilde beleza.

Eles chegaram a uma sala grande tudo era feito de ouro, menos os chão e as paredes, não tinha muitos anjos alí, apenas os necessários para condena-lo ou não, Razil estava entre eles.

— Ajoelhe-se. — O ser supremo que muitos chamam de deus, alá, Pantokrator, Kyrios, Elohim, Yah, El, Olorum, Vixnu, Guaraci, Jah ou muitos outros nomes dentre tantos povos e religiões pediu,  Heico obedeceu ajoelhando-se  pondo-se de cabeça baixa, em respeito. O julgamento começou e estava cada vez mais difícil dele se safar. 

— De todas as regras as mais quebradas foram não se envolver com humanos e você não só se envolveu como acabou por engravidar uma humana doente, quase acelerando seu tempo para morrer.

— Sim senhor, mas Heico aceitou a punição de perder os dois filhos sendo absolvido dessa questão. — Raziel.

— E todos os outros relacionamentos em que ele usou e descartou pessoas, como explica isso?

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