Capítulo 12

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Nota da Autora: Olá, leitores. Agradeço o carinho e a boa recepção da minha história. Houveram algumas mudanças, que deixarão alguns um pouco perdidos, sobretudo em relação ao título. Peço que compreendam. "Kiss With a Fist" sempre foi um título provisório inspirado na música que me deu a ideia da relação entre Emma e Regina. No entanto, o título que eu considero mais próximo da mensagem que o livro quer passar é "A Leoa e a Coruja". No mais, continuaremos acompanhando as aventuras desta dupla. Também mudei a capa para adequar ao nome. Espero que gostem do capítulo.


***

A primeira impressão que Regina teve do corpo de Emma era que ele estava pálido demais, provavelmente sem vida. No entanto, a respiração ofegante da princesa e os pequenos tremores temporários e aleatórios comprovaram o oposto. Regina se aproximou com cautela. Não queria acordá-la, embora pensasse que aquela era uma ideia estúpida, pois Emma estava em coma há três dias. Cruzou os braços e parou ao lado da cama. O quarto era simples, mas paramentado para emergências. Ao lado havia um pequeno aparelho que media a pulsação, saturação, oxigenação e todos os outros detalhes importantes que a duquesa não conhecia muito bem. Não havia fios ligados à Emma, apenas alguns adesivos nos braços, peitoral e dois pinos em sua cabeça, que perfuravam superficialmente a pele.

Regina sabia da alta tecnologia usada na Medicina petroiana, mas o que chamou sua atenção foram as ervas distribuídas ao lado da princesa na cama e uma pasta marrom que cobria quase todo seu corpo. Os perfumes das ervas e o cheiro de terra molhada preencheram o ambiente. Ela nunca tinha passado por um tratamento assim, mas não era difícil de compreender que algum curandeiro estivera por ali. Os ferimentos estavam quase todos tampados pela pasta marrom e por um lençol fino e verde claro, que ia dos seios da princesa às suas canelas. Os pés estavam de fora. O tecido do lençol era tão fino, que Regina enxergou as curvas interessantes do corpo de Emma.

Porém, seu olhar se concentrou no rosto. Havia um corte profundo da têmpora esquerda, que descia bastante vermelho e um pouco inchado até o lábio superior esquerdo. Regina assustou-se com a extensão do machucado, que certamente deixaria uma enorme cicatriz. Quis tocar, mas repuxou a mão. Não tinha intimidade com Emma para isso. Ela tinha se descontrolado com o soldado, mas agora estava um pouco mais recomposta. Preocupou-se com a magreza e a pele pálida da princesa. Não havia dúvidas que Emma perdera muito sangue, até porque haviam olheiras profundas e os lábios arroxeados. Era triste notar esses sinais e Regina sentiu falta dos olhos bicolores tão vívidos e intensos.

— Duquesa? — A voz de Bomani fez Regina se virar rapidamente e colocar a mão sobre o coração, onde tinha um colar de contas azuis que descia até o umbigo.

— O que foi?

— Podemos conversar?

— Claro. — Ela assentiu e se sentou numa das poltronas perto da porta da cabana e apertou o colar em sua mão. — Sobre o que exatamente?

— Alguém te avisou o que realmente aconteceu? — Bomani sinalizou com a cabeça em direção à Emma. — Qual a natureza dos ferimentos?

— Sim, mas não soube dos detalhes.

— Nós temos uma bomba nas mãos. — Bomani se sentou na poltrona em frente à Regina, apoiou os braços nos joelhos e entrelaçou os dedos das mãos. As olheiras e os olhos avermelhados demonstravam o cansaço devido às noites mal dormidas. — Não sei se essa bomba já estourou ou se é questão de tempo, mas algumas coisas podem estar relacionadas com o ataque à Emma.

— Quais, por exemplo?

— Eu não posso falar sobre isso, é confidencial...

— Bomani, entenda a minha situação. Eu sou duquesa, o título mais nobre após a Rainha ou Rei e não vou admitir ser ignorada.

A Leoa e a CorujaOnde histórias criam vida. Descubra agora